A expressão já havia sido usada há um mês, quando faltou oxigênio no hospital.
Apesar da ampliação de leitos para 50 entre os de UTIs e enfermaria, a Santa Casa de Misericórdia de Tupã segue vivendo um drama.
Médicos e enfermeiros continuam sob pressão com o avanço violento da pandemia de Covid-19.
Na noite desta terça-feira, dia 8, mais uma vez ouviu-se pelos corredores do hospital a frase “fechar as portas”, a mesma utilizada há um mês (11/05), quando faltou oxigênio para socorrer os pacientes que superlotavam os leitos.
À época, a Santa Casa contava apenas com 20 leitos de enfermaria e 15 de UTI. Hoje são 50 leitos entre clínicos (20), UTIs (25) e extras mais 5 (enfermaria e UTI). Todos ocupados em 100%, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura.
FECHAR AS PORTAS
A expressão “fechar as portas” foi a mesma usada em diálogo “captado” pela reportagem na noite do dia 11 de maio, entre médicos do hospital e da UPA – Unidade de Pronto Atendimento para informar o “fechamento” – ou seja, parar de receber pacientes até a situação se normalizar.
Leia mais: EXCLUSIVO: SANTA CASA DE TUPÃ PODE PARAR ATENDIMENTO POR FALTA DE OXIGÊNIO
Foi assim, que a equipe médica da Santa Casa se reportou ontem para determinar o fechamento para atender casos de Covid por estar com lotação máxima. “Estou com 16 pacientes e não estou dando conta”, reclamou uma médica ao colega de plantão.
Foi mantida uma conversa externa com outro profissional que determinou “fechar as portas” por falta de capacidade física para atender outros pacientes. Não havia sequer mais respirador para atender a demanda.
UPA OU SANTA CASA 2
A ordem dada à equipe médica foi: Se precisar manda ir para a UPA ou Santa Casa 2. A Santa Casa 2 é o antigo hospital São Francisco de Assis.
A unidade já atende a maternidade, pediatria, pronto-socorro para convênios, ambulatório de ortopedia, Iamsp (Instituo de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e o Banco de Sangue.
A informação de que a Santa Casa II vai também abrigar leitos para coronavírus reforça a preocupação e a tensão da equipe médica na noite desta terça-feira.
Leia também: Por falta de oxigênio, mulher é mantida em ambulância por três horas
MAIS RESTRIÇÃO
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 9, mais uma prorrogação da fase de transição do Plano SP, que valeria até o dia 14 de junho. Agora, a situação atual do Estado, que permite funcionamento de serviços entre 6h e 21h com 40% da capacidade total, se manterá até o dia 30 de junho.
Apesar dos horários da fase de transição serem mantidos, cidades com maior índice de internação receberão sugestões do governo para aumentar medidas restritivas. “O governo encaminhará aos municípios que estão com uma taxa de ocupação acima de 90% dos leitos de UTI para que os municípios avaliem a necessidade, avaliem a pertinência de tomar medidas mais restritivas do que aquelas que estão estabelecidas no plano de contingência no Estado de São Paulo”, explicou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contigência da Covid-19 no Estado de São Paulo.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, lembrou que a cidade continua com toque de recolher das 21h às 5h, segundo informações da Jovem Pan.
Leia também: PGJ entra com ADIN contra funcionamento do comércio em Tupã