CASO NATÁLIA: PF vai investigar auditoria que a prefeitura de Tupã contratar

Objetivo é saber se a empresa é idônea para periciar convênios sob suspeita de desvios de dinheiro público ou se o prefeito quer apenas ganhar tempo

Delegado José Navas Junior concedeu prazo para auditoria

A Polícia Federal (PF) de Marília (SP) já adiantou através do delegado José Navas Junior que também vai investigar a empresa que a prefeitura de Tupã (SP) contratar para promover a auditoria das contas sob suspeita de desvio de dinheiro público.

Objetivo é saber se a empresa é idônea para periciar convênios sob suspeita de desvios de dinheiro público ou se o prefeito Caio Aoqui (PSD) quer apenas ganhar tempo.

Na fase de inquérito e de depoimentos houve a necessidade de acionar a Polícia Civil local para interrogar os acusados através de carta precatória – “pelo desrespeito dos acusados em não atender as intimações da PF e as declarações foram combinadas”, alegou.

De acordo com o g1, a PF concedeu 30 dias para o prefeito contratar uma empresa para auditar as contas no atual mandado. Ele e os vereadores Lucas Hatano (PSD) e Charles dos Passos Sanches (PL) são investigados sobre um esquema criminoso de desvio de recursos da Lei Aldir Blanc.

Investigação da PF aponta desvios de mais de R$500 mil em recursos que seriam destinados à comunidade artística durante a pandemia de Covid-19.

Os crimes investigados incluem estelionato, peculato e crime organizado. A Polícia acredita que o esquema possa ser apenas uma fatia de um bolo ainda maior, com indícios de desvios em outros programas federais. Leia também: A DONA DAS SENHAS: Caio Aoqui (x4Y5xxxx)

A ex-funcionária comissionada, Natalia Alves Ferreira (NAF), acusada no caso, afirmou que está disposta a colaborar e esclarecer os fatos, e que maiores detalhes serão abordados no processo judicial em andamento.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) que ao recebê-lo poderá fazer a denúncia para tornar os acusados réus, pedir novas diligências à PF ou declarar pela improcedência do feito.

SILÊNCIO COMPRADO

Enquanto o MPF não se manifesta sobre as acusações aos 19 envolvidos na denúncia, a PF também quer saber sobre o eventual “silêncio comprado” com dinheiro público, conforme o blog já divulgou.

“Grave ainda é a retração de Natália em seguir com a denúncia, ante sua recontratação junto à prefeitura Municipal, o que levará a apuração acerca de eventual “compra de seu silêncio” com dinheiro público, que será tema de desdobramento deste apuratório”, pontuou o delegado. Saiba mais: PF vai investigar “silêncio comprado” com dinheiro público em Tupã

O OUTRO LADO

Questionados pela TV TEM, o prefeito Caio Aoqui informou que aguarda a notificação da Justiça para ter acesso ao processo, que está em segredo, e estranha a divulgação antecipada das conclusões. Ele reafirma que não cometeu nenhum ato irregular.

O vereador Lucas Hatano destacou que não ocupava o cargo no período mencionado na investigação e que confia na Justiça e acredita que sua integridade será confirmada.

O vereador Charles dos Passos contestou as denúncias, afirmando que não participou de aprovações irregulares e acredita que sua inocência será provada no processo judicial.

NO PALÁCIO

A caminho do Palácio

Ganhar tempo é importante para o prefeito Caio Aoqui que pretende ser nomeado para o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). É possível que num primeiro momento o grupo tenha postergado o interrogatório para dificultar o indiciamento antes das eleições de 6 de outubro, mas o fato foi consumado em 25 de setembro.

Agora, num segundo plano, a maior preocupação é a do prefeito Caio Aoqui que pretende se mudar para o Palácio dos Bandeirantes a partir de janeiro de 2025. Leia também: Caio construiu a ponte para apenas ele chegar ao Palácio

O CASO

O “Caso Natália” teve início em 2020 e ganhou repercussão pública a partir do dia 9 de janeiro de 2022, quando o blog iniciou uma série de reportagens sobre o fato. Saiba mais: Prefeitura de Tupã (SP) dá calote em assessoria

A denúncia foi levada à PF em 2022, após a ex-servidora comissionada relatar as irregularidades. Saiba mais: PF começa interrogar envolvidos no “Caso Natalia”

O ponto de partida foi a denúncia de cobrança de dívida contra os secretários: “Duda” Gimenez (Gabinete e Turismo), Everton Nakashima (Administração) e Marco Antônio Pinheiro, o “Marquinhos” (Comunicação). Saiba mais: Planejamento paralelo: secretários se calam sobre denúncia de calote

Leia também:

TORPEZA III: O prefeito, Quilão e Hatano sabem

ARMADILHA: Operação da PF acionou o alerta na administração Caio

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