Óbito fetal: vacinadora consegue por indução expelir o feto morto

O natimorto com 2.800 gramas será sepultado no Cemitério de Bastos

Depois de sofrer por 12 dias, numa peregrinação para entender o que estava acontecendo de errado com sua gravidez, a vacinadora Luana Xavier Justino da Silva, 21 anos, se prepara para as despedidas fúnebres.

A menina que carregava no ventre foi expelida, depois de três dias, através de indução para evitar mais complicações e permitir que a mãe passe pelo processo de parto e luto.

O procedimento foi realizado na Santa Casa II, em Tupã-SP (antigo hospital São Francisco), após três dias da constatação do óbito fetal. Saiba mais: Vacinadora grávida está há três dias com bebê morto na barriga

Com 2.800 gramas, o natimorto do sexo feminino será sepultado no Cemitério de Bastos. Familiares já aguardam a chegada no Velório Municipal de Bastos. O caso, causou grande repercussão nas redes sociais, nesta sexta-feira Santa, após a divulgação feita pelo blog.

APURAÇÃO

Enquanto isso, o secretário de Saúde, o enfermeiro Éder Castro informou no final da tarde desta sexta-feira (18), que a vacinadora estava grávida de 38 semanas e 2 dias. Ele garantiu que vai apurar se houve negligência no atendimento no hospital local.

“Agora, a prefeitura de Bastos-SP vai instaurar um procedimento para investigar eventual negligência no Pronto Socorro Municipal, que liberou a gestante sem identificar as causas das dores que sentida. Já tive reunião com o diretor técnico e a coordenação do hospital para apurarmos com total responsabilidade. Também iremos dar toda assistência à gestante e sua família após esse episódio isolado, mas que lamentamos pelo ocorrido”, afirmou.

CRONOLOGIA

Luana da Silva falou a reportagem horas antes de ser submetida ao parto natural de natimorto. Ela deu detalhes dos fatos e a peregrinação que fez ao sentir dores, fraqueza e visão

Eu passei pela médica do posto no dia 7, durante o pré-natal. Reclamei que estava com fraqueza, dor no estômago e a visão embaçada. Ela me disse que não podia passar nenhum remédio e que eu deveria ir ao Pronto Socorro. Eu chamei uma ambulância e fui para o hospital. Lá contei ao médico os sintomas que sentia e ele diagnosticou dor de estômago. Me medicou com soro e voltei para casa. Já na terça-feira, dia 15, à noite retornei ao Pronto Socorro, com os mesmos sintomas, foi feito o toque e, ainda foi possível ouvir o coração da bebê. O médico não me deu nenhum remédio para dor e disse que não iria prescrever nenhum remédio para não atrapalhar o trabalho de parto. No dia seguinte tinha outra vez o pré-natal, fui ao posto reclamando dos mesmos problemas, foi aferida a minha pressão que não estava normal e os batimentos cardíacos da bebê já não eram mais sentidos. O médico mandou fazer uma ultrassonografia urgente, e houve a constatação do óbito fetal, quando então, fui encaminhada para a Santa Casa de Tupã”, relatou.

REIVINDICAÇÃO

Foto: Divulgação/Redes Sociais

Por Conta desse caso, algumas mães mantiveram contato com o blog para reivindicar o atendimento por obstetra desde o início do pré-natal.

O pré-natal é o acompanhamento médico que a gestante realiza durante a gravidez, desde a confirmação da gestação até o parto. O objetivo é garantir a saúde da mãe e do bebê. “Faz parte do nosso plano de governo e estamos trabalhando para isso”, garantiu o secretário de Saúde, Éder de Castro.

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