A alegação é que não tinha médico para atender pelo SUS
Às 17h55 da tarde desta quarta-feira (10) a paciente I.A.S., 43 anos, sob suspeita de ser vítima da dengue que provoca epidemia no município com quase 600 casos da doença e uma morte, simplesmente não foi atendida no Pronto Socorro do Hospital São Francisco.
Assim que o (a) paciente chega à recepção a primeira pergunta que se faz é a seguinte: “Qual o seu plano de saúde?” Quando o “plano” é SUS – Sistema Único de Saúde, a resposta aparece na ponta da língua da funcionária. “O médico só vai chegar às 19 horas”. Em seguida surgia na mesma unidade a estudante Michelle Guimarães, 23 anos, acompanhada da avó de 77 anos.
As duas são moradoras do distrito de Universo e a idosa apresentava sintomas de fraqueza, estava sem se alimentar a alguns dias e sentia dores no estomago. A pergunta da recepcionista ao que tudo indica orientada pela direção e a resposta foram às mesmas feitas para a dona de casa I.A.S. “É SUS? O médico só vai chegar às 20 horas”. Foi neste instante que I.A.S questionou: “Você me disse que o médico chegaria às 19 horas e, agora, será às 20 horas?”.
Diante do impasse a dona de casa e a idosa deixaram o Pronto Socorro do São Francisco. A dona de casa voltou para sua residência e a idosa foi conduzida ao UPA – Unidade de Pronto Atendimento. Na unidade foi retirado sangue para exame e, ela medicada com soro. Por telefone a neta da idosa disse que encontrou outros pacientes que disseram que o Pronto Socorro da Santa Casa também não tinha médico para atender a população.
Estranho tudo isso. Uma das primeiras ações do prefeito Manoel Gaspar foi ampliar os repasses para os dois hospitais para que não deixasse de atender a população. Assim, também não sobrecarregaria a UPA, mas ao que parece depois do recurso no bolso, os hospitais voltaram a sonegar atendimento nos Prontos Socorros. Até às por volta das 22 horas, a idosa ainda era atendida na UPA.