iG Paulista – 23/10/2013 – 23h01 |
Paulo Campos | pcampos@rac.com.br
Seja nas redes sociais ou nas ruas de Limeira, o assunto em uma cidade chocada com a violência é a morte da vendedora Priscila Munhoz, de 26 anos, pelo ex-namorado Nelson Santos, de 29 anos. Com comoção de amigos e parentes, o enterro ocorreu nesta quarta-feira (23), no Cemitério Parque de Limeira.
O crime aconteceu na tarde de terça-feira, quando Santos entrou na loja de roupas onde Priscila trabalhava com um revólver calibre 38, e fez dois disparos — um deles atingiu a cabeça da vítima. Depois que Priscila foi baleada, a equipe de Força Tática foi acionada e, ao cercar o local do crime, Santos atirou contra a própria cabeça. Os dois foram socorridos para a Santa Casa de Limeira, onde morreram.
Segundo amigos de Priscila, o casal ficou junto durante aproximadamente dez anos e se separou há sete meses. O motivo seria a violência de Santos, decorrente de sua dependência das drogas, especificamente crack e maconha. Para ajudá-lo, ela o teria internado numa clínica de recuperação, mesmo já separada dele. Após sair da clínica, Santos voltou a procurar Priscila, que registrou um boletim de ocorrência por ameaças.
Andrea Dias Ramos Zanchetta, que trabalhou durante seis anos com Priscila, disse que foi ela quem decidiu dar um basta no relacionamento. Ele fez várias ameaças à vítima, mas havia oito dias que Santos não mantinha mais contato com ela, até a tarde de terça, quando entrou na loja para cometer o assassinato. A amiga contou que Santos foi o primeiro e único namorado de Priscila e que tinha um perfil controlador e, quando não estava trabalhando, sempre seguia a namorada.
Testemunhas disseram que o homem entrou na loja decidido e foi ao encontro da vítima, pedindo apenas que “ficasse quieta”.
Relatos de dor e mensagens de luto foram deixados na página pessoal de Priscila no Facebook, que compartilhava muitas mensagens de autoajuda. Em uma das últimas postagens, Priscila diz: “Não adianta querer prender as pessoas a você… Quem quiser permanecer na sua vida, vai encontrar uma maneira, mesmo que a própria vida insista em separar vocês”.
Segundo amigos da vítima, a relação de Santos com as drogas já vinha de antes do início do namoro. Ele já havia jogado futebol nos Estado Unidos e trabalhou como frentista em postos de Limeira.