Acesso à violência: roubos, latrocínios e 12 estupros

Momentos antes da tentativa de roubo frustrada, do tiroteio e mortes no centro de Tupã, a reportagem do Blog se preparava para editar um comentário sobre a onda de violência que assola a cidade.

O assunto seria a falta de transparência da Polícia em relação aos casos de crimes sexuais. Foi através da Secretaria de Segurança Pública que a imprensa tomou conhecimento sobre os primeiros 8 casos de estupros em Tupã. Agora já são 12.

A última vítima teria sido uma criança de 6 anos, atacada por alguém próximo que, descoberto por moradores da zona Sul, foi linchado e está internado na Santa Casa de Misericórdia.

De repente, a população era surpreendida com sirenas abertas, tiroteio, fuga cinematográfica, sangue e mortes. Enquanto a reportagem tentava encontrar o segundo morto na ação da Polícia, tomava conhecimento do crime sexual e do linchamento.

O acesso à violência pela divulgação e cobertura dos meios de comunicação chama a atenção pelo interesse que internautas, ouvintes e telespectadores demonstram pelo tema. Não podia ser diferente, afinal, um dos temas mais concorridos às vésperas de eleições e no cotidiano do cidadão são justamente assuntos que dominam os debates: violência, saúde e educação.

O blog bateu todos os recordes de acessos e busca incessante pelo fato. O fato é que os mais de 1.200 acessos (em questão de horas) ao caso noticiado com o dinamismo que a modernidade proporciona, na mesma velocidade que os casos de Polícia acontecem.

Ligava a TV por volta das 2 horas da madrugada (10) e presenciava o pânico na cidade grande com o seqüestro de um coletivo, tiroteio e morte. Enquanto a cidade pequena vivia a mesma cena de um drama que só faz aumentar a insegurança.

Várias famílias atormentadas pelo mesmo drama. A violência de quem pratica e a violência de quem é vítima. Em verdade, tanto a família dos acusados, quanto do policial são vítimas, por ironia do destino da mesma ação.

Ação que provoca reação. O povo fica perplexo e tenta fazer justiça com as próprias mãos (estupro à criança) e a Polícia vítima é tão refém de um sistema falido. O que se presencia na atualidade é um estado paralelo mais “eficiente” que o estado de direito.

E no direito de ir e vir de cada cidadão está o fato de que a cada dia que passa, seja na cidade grande ou na mais remota, pequena e antes pacata, acorda de sobressalto e vilipendiada no que há de mais sagrado: a vida e a inocência de uma criança que lhe tem “furtada” o direito a uma infância tranqüila e segura. Com direito a acesso a segurança, saúde e educação.

Enquanto os temas são apenas temas de debates de campanha e na ação, a corrupção que emana do seio do governo federal, alimenta a desesperança e fomenta a violência. Resta apenas dizer que sendo otimista, porém realista a tendência nua e crua, será de piora.

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