Passional: no velório amigos comentavam sobre autoria e motivação para a morte de Pamonheiro

Pai e filho tiveram a prisão decretada. O crime aconteceu na chácara onde “Cláudio Pamonheiro” comprava milho.

Baiano alegou legítima defesa putativa
Baiano alegou legítima defesa da honra 

A Polícia Civil não teve muito trabalho para elucidar o crime contra a vida de Cláudio Rafael Zaurísio, 40 anos, ocorrida na noite de terça-feira (13). Assim que o velório teve início na manhã desta quarta-feira (14) amigos e familiares já suspeitavam da autoria e motivação para os crimes: passional. Enquanto o corpo do feirante era sepultado às 16h30 no Cemitério da Saudade, a Polícia já interrogava os acusados após 10 horas do crime.

Cláudio Pamonheiro foi visto pela última vez e com vida por volta das 20 horas e após 45 minutos a camionete D10, placas BNK-5029 de Tupã que ele utilizava era encontrada incendiada às margens da vicinal que liga Arco-Íris, nas proximidades da rotatória do Aeroporto Brigadeiro Faria lima. Testemunhas que passavam pelo local avisaram o Corpo de Bombeiros.

Na terça-feira já estava certa a compra da carga de milho que pertencia ao operador de máquinas, conhecido por “Baiano” – Francismar Luiz de França, 49 anos, morador do Jardim Morumbi.  Baiano e o filho Igor Luiz de França, 19 anos, já aguardavam Cláudio.

Barra de ferro usada para golpear a vítima
Barra de ferro usada para golpear a vítima

Antes, porém, a vítima teria passado em um bar e tomado uma cerveja. Em seguida comentou que precisava ir logo buscar o milho para a feira que acontece na Praça da Bandeira, nesta quinta-feira (15).

Assim que Cláudio Pamonheiro chegou à propriedade teve inicio o entrevero com Baiano. A pivô da discussão teria sido a esposa de Baiano. Segundo amigos que estiveram no velório, Cláudio Pamonheiro teria perguntado sobre a esposa dele e se ela não estaria no local para ajuda-los na colheita, entre outras palavras, possivelmente pejorativas que foram ratificadas em depoimento à Polícia Civil.

Baiano disse que Cláudio apresentava odor etílico e que não gostou da forma como falou sobre sua esposa. Tomado por uma violenta emoção de suposta legítima defesa putativa da honra, desferiu um violento golpe com uma barra de ferro na cabeça de Cláudio Pamonheiro. Em seguida, Baiano tentou aplicar-lhe uma gravata, mas Cláudio sujeito forte se desvencilhou e houve luta corporal. Durante a luta, Baiano avistou uma corda e a usou para enforcar o feirante.

Desfalecido e ficando com a aparência roxeada – baiano resolveu na verdade queimar a camionete com o corpo da vítima com a intensão de ocultar impressões digitais, mesmo sabendo que apesar do corpo ficar carbonizado, seria possível identificar a vítima. Neste momento surgiu o filho de Baiano e os dois colocaram o corpo de Cláudio na camionete e o próprio acusado a dirigiu até o local onde o veículo foi encontrado em chamas. Não muito distante do local, o irmão de Cláudio possui também uma propriedade.

A PRISÃO

O comerciante de pamonhas era muito conhecido
O comerciante de pamonhas era muito conhecido

O ponto de partida para a Polícia foi um trabalho por exclusão. Já se sabia no local da localização da camionete e do corpo que se tratava de um homicídio. Da hora em que a vítima foi vista com vida até a localização do corpo de Cláudio Pamonheiro se passaram cerca de 45 minutos. Logo, os crimes ocorreram neste espaço-temporal.

Nestas condições, bastava apenas a Polícia intimar o dono da chácara e obter dele a confissão através de alguns questionamentos. E, isso foi feito. Baiano e o filho confessaram os crimes. Tiveram as prisões temporárias decretadas e foram recolhidos à cadeia de Lutécia. Baiano pela pratica do homicídio e ocultação de cadáver e Igor apenas por este último delito.

Enquanto a Polícia conclui e relata o inquérito aberto ontem na Delegacia de Investigações Gerais, deverá ser solicitada a prisão preventiva e os acusados poderão permanecer presos até o julgamento. Mas, advogado de defesa poderá solicitar a liberdade dos mesmos sob alegação de que não colocarão em risco as investigações, são trabalhadores e possuem residência fixa e, portanto, não fugirão do distrito de culpa.

Por outro lado, a Justiça poderá negar o pedido sob o argumento de que a liberdade dos dois pode eventualmente colocar em risco a tranquilidade da sociedade, levando em consideração que se utilizaram de requintes de crueldade para finalizar o crime de homicídio. A suposta ação de surpresa e sem permitir defesa a vítima pode eventualmente ter um caráter de crime premeditado o que provocou revolta de amigos e familiares.

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