Mas, a ordem era para apenas dar um susto e deixá-lo em condição de expulsão do PV. O objetivo era impedir eventual candidatura de Cláudio Andreassa à reeleição e lançar para a disputa a vice-prefeita que também é do mesmo partido.
A Polícia Civil pode ter se metido numa trama arquitetada nos bastidores políticos de Iacri para barrar uma eventual tentativa do prefeito Cláudio Andreassa (PV) se lançar candidato à reeleição. Não se discute aqui as irregularidades praticadas no abatedouro clandestino.
Ação ocorrida no dia 5 de julho foi engendrada para prender o prefeito em flagrante por crime contra relação de consumo, infração de medida sanitária preventiva e por praticar ato de abuso a animais, conforme informou à imprensa o delegado Seccional Luiz Antônio Hauy. “Como envolve prefeito municipal, o Tribunal de Justiça decidirá pela instauração ou não do inquérito”, disse.
Causou estranheza a operação ter sido desencadeada pela Polícia Civil, sob o comando do delegado Seccional, Hauy. A titular da DIG – Delegacia de Investigações Gerais e que responde também pela delegacia de Iacri, Milena Davoli de Melo, foi acionada para acompanhar as diligências.
A Polícia teria cruzado com o prefeito Andreassa quando provavelmente ele dirigia uma camionete Strada pertencente à Saúde. À imprensa, a polícia teria afirmado que o prefeito não foi encontrado e possivelmente fugiu ao perceber a ação na sua propriedade. O fato não se confirma.
Segundo o blog apurou nesta segunda-feira (18) existiria uma “ordem” de fora para não prendê-lo, apenas flagrar a irregularidade na propriedade identificada como fazenda São Jorge pertencente à família do prefeito. De fato, o prefeito não foi importunado.
A alegação posterior é a de que Cláudio Andreassa não teria sido reconhecido. Na quinta-feira (14) por telefone Andreassa confirmou ser o dono do abatedouro clandestino e disse que estava regularizando a documentação e sentiu-se surpreso com a ação policial.
Em outras palavras, Andreassa insinuou que o abatedouro já era do conhecimento da própria polícia e lamentou: “o que eles fizeram comigo foi uma covardia”, se referindo a ação desenvolvida pela Delegacia Seccional.
VICE – PV
Mesmo antes da apreensão de centenas de codornas abatidas na propriedade do prefeito, já existiam rumores da pretensão do Diretório Municipal do PV em substituí-lo pela vice-prefeita Marina Ângela Pacanaro, também filiada ao PV na disputa pela prefeitura de Iacri, mas para isso, era preciso “tirar” Andreassa do páreo.
A pretensão ganhou força após o flagrante do abate clandestino e arrefeceu após o blog divulgar a intenção do partido em expulsá-lo. Parece que o suposto plano deu errado. Curiosamente o presidente do PV em Iacri é o vereador Reinaldo Roberto Hauy, “Reinaldo Dentista” (PV). Reinaldo Dentista é irmão do delegado Seccional, Luiz Antônio Hauy que no início de carreira atuou em Iacri e era conhecido como escrivão “Nena”.
“O Nena era meu amigo, eu liguei pra ele na noite da ação na minha propriedade e ele disse que não podia fazer mais nada”, relembrou o prefeito Claudio Andreassa, confirmando o que o blog já havia divulgado no dia 7 de julho. O presidente do PV em Iacri, Reinaldo Dentista foi procurado pela reportagem, mas não retornou a ligação até a publicação da matéria.