MPF acusa deputado Camarinha de ocultar propriedade de rádios e jornais por meio de laranjas

Abelardo Camarinha (PSB-SP), segundo investigadores, quis ajudar seu filho, ex-prefeito de Marília (SP)

MATEUS COUTINHO

O deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB-SP) (Foto: Reprodução)
O deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB-SP) (Foto: Reprodução)

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o deputado estadual José Abelardo Camarinha (PSB), seu filho Vinícius Camarinha (ex-prefeito da cidade de Marília, São Paulo) e outras oito pessoas por crimes cometidos com o objetivo de ocultar a propriedade dos políticos sobre diversos meios de comunicação social no município de Marília, no interior do Estado. Os fatos foram investigados no âmbito da Operação Miragem.

Em 2011, de acordo com os investigadores, o deputado estadual e seu filho adquiriram de Carlos Francisco Cardoso cotas das empresas Central Marília de Notícias, Editora Diário Correio de Marília, Rádio Dirceu de Marília (antiga Rádio Cidade de Marília) e Rádio Diário FM de Marília (Antiga Rádio Tangará de Marília). Segundo o Ministério Público Federal, a aquisição ocorreu de forma fraudulenta, “utilizando laranjas que escondiam a real propriedade dos meios de comunicação social”, afirma o MP em nota divulgada nesta segunda-feira (8).

Para os investigadores que os denunciaram na semana passada,  os meios de comunicação foram usados para favorecer os interesses políticos da família, “contribuindo para a eleição de Vinícius Camarinha como prefeito de Marília em 2012, conforme reconhecido pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo em ação de investigação eleitoral, sem que a população pudesse identificar a parcialidade da cobertura jornalística, tendo havido uma verdadeira mudança de suas linhas editoriais em favor de seus reais proprietários”, aponta o MPF.

Os investigados também foram denunciados por operação clandestina das rádios Dirceu de Marília e Diário FM de Marília. A Rádio Dirceu de Marília operava sem licença desde 2010, enquanto a Diário estava irregular desde 2004. A denúncia aponta ainda coação de testemunha no decorrer do inquérito, mediante ameaça de morte, a tentativa de fraudar investigação penal  e a supressão de valores referentes a PIS, Cofins, Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por meio de ausência de lançamento ou lançamento parcial.

Fonte: Revista Época

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