Mas, esqueceu que Tiago Matias agora é da situação, e houve bate-boca na Câmara. Apesar de aprovado o projeto que criava cargos em comissão, dois vereadores da situação pediram desculpas por votar a favor do prefeito.
A sessão da Câmara de Tupã de ontem (4) foi marcada pela posição de três parlamentares que desde o início da legislatura faziam parte da oposição: Telma Tulim e Pastor Eliézer de Carvalho, ambos do PSDB, e Tiago Matias (PRP). Telma deu indícios de liderança do prefeito, mas sem muita convicção. Um aviso ao executivo – Telma Tulim como líder, não lidera.
Talvez o executivo tenha percebido o quanto era sórdida a tentativa de jogar num confronto os Pastores evangélicos Eliézer e Rudynei Monteiro (PP), como queriam os situacionistas que negociaram o acordão. Rudynei seguiu batendo contra as falhas técnicas e ilegais do secretário da Educação Mauro Guerra Eduardo (PV).
Mauro Guerra já protagonizou de tudo. Assinou licitação e processo seletivo sem ser secretário; impediu servir comida para funcionários da educação e foi desautorizado pelo prefeito e, por último, seguiu advogando como se não fosse secretário. Pela incompatibilidade dos cargos, agora responde processo no Conselho de Ética da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – subseção de Tupã.
MERENDA NO LIXO
Como forma de possível intimidação, a situação tentou sob o pretexto de prestação de contas, entregar aos parlamentares um calhamaço de papel listando as inúmeras viagens dos parlamentares, conforme o blog já antecipou em 31 de julho, em matéria que revelava os campeões de viagens do primeiro semestre: Rudynei Monteiro e Tiago Matias. Os dois atuaram como os principais opositores ao governo municipal, mas Matias se debandou.
Acontece que a ideia de divulgar o que já era público não agradou em nada o parlamentar vice-campeão de viagens à Brasília, Tiago Matias. Valter moreno (DEM) não calculou direito essa situação e provocou constrangimento no mais recém integrante da base governista. Matias precisou ser acalmado pelo vereador Renan Pontelli (PSB). Já o presidente da Câmara, Valter Moreno minimizou alegando que o legislativo reduziu o gasto com viagens ao comparar o mesmo período do ano anterior.
Rudynei Monteiro por sua vez não gostou da “passagem de ida” e retrucou – “não adianta querer me ameaçar com a divulgação de viagem que não vai conseguir. Eu tenho como provar que já viabilizei para Tupã R$ 350 mil. Agora vocês têm um vereador na situação que gastou apenas R$ 10 mil a menos que eu em viagens e não trouxe um centavo para o município”, se referindo ao seu ex-colega de viagem Tiago Matias.
Aliás, os deputados Guilherme Mussi e Fausto Pinato (PP), através de um interlocutor já antecipou de que Tiago não terá mais nenhum comprovante de seus gabinetes para justificar suas viagens à Brasília. Os gabinetes dão um comprovante de que determinado vereador esteve efetivamente “a serviço” do município.
Ao mesmo tempo em que se defendia sobre as viagens, Rudynei Monteiro seguiu argumentando sobre os equívocos cometidos pelo secretário da Educação Mauro Guerra até que o presidente do legislativo Valter Moreno propôs convidá-lo para dar explicações na tribuna.
O opositor Amauri Mortágua (PR) exigiu que o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Marco Antônio Barbosa, o “Borracha”, também seja convidado para apresentar sua versão sobre a “merenda no lixo”.
DESCULPAS
No mais, a situação sentiu-se constrangida com a votação favorável ao projeto do executivo de criação de cinco cargos em comissão de coordenadores para as Residências Terapêuticas. Pelo menos dois parlamentares pediram desculpas ao líder da oposição sob alegação de que “não podiam votar contra o prefeito”, mas entendiam que o projeto era ilegal.
Um dos edis que teria manifestado essa preocupação, nos bastidores, foi Paulo Henrique Andrade (PPS). Já Tiago Matias sentiu-se desconfortável em defender o projeto da tribuna.
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