DECANO: Ribeirão pode ter encontrado a fórmula para assumir a presidência

Como indivíduo mais antigo no Legislativo, em caso de empate ele fatura a presidência.

O decano Ribeirão aposta num empate
O decano Ribeirão aposta num empate

Coincidentemente, a palavra decano surgiu pela primeira vez na sessão da Câmara de segunda-feira, dia 26. “Eu, como decano da casa…”, disse Ribeirão da tribuna. Essa palavra me levou a fazer essa análise política, às vésperas das eleições da mesa diretora do Legislativo tupãense. O pleito deve ser acirrado.

De um lado está o atual presidente da Câmara, Valter Moreno Panhossi (DEM), e de outro Charles dos Passos (PSB) e ou Eliézer de Carvalho (PSDB), como os mais prováveis candidatos à presidência.

Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP), assim como vários outros, também se declaram como possíveis candidatos. Já manifestaram interesse Renan Pontelli (PSB), mas recuou, após deixar a situação.

O pastor Eliézer e sua colega de partido Telma Tulim estão empenhados na campanha. Foram flagrados oferecendo benesses aos seus nobres companheiros.

A oferta vai desde a fazer parte da mesa diretora (como primeiro e segundo secretários) a ser coordenador da TV Câmara, a “TV do Povo”. Eduardo Akira Edamitsu, o “Shiguero” (PSD) esquivou-se. O objetivo é conseguir o oitavo voto para sair vencedor no grupo.

OS GRUPOS

Valter Moreno - precisa encontrar outra saída para se reeleger...
Valter Moreno – precisa encontrar outra saída para se reeleger…
Para Charles dos Passos, "três corpos" não ocupam o mesmo espaço...
Para Charles dos Passos, “três corpos” não ocupam o mesmo espaço…
Ribeirão sugeriu que Eliézer e Telma propusessem a TV Câmara para "Shiguero", aliado de Caio Aoqui
Ribeirão propôs a TV Câmara para “Shiguero”, aliado de Caio Aoqui

Em tese existem vários grupos que se juntam em dois blocos de interesses. Por possível afinidade num grupo estão: Ribeirão, Charles dos Passos, pastor Eliézer, Telma, Augusto Fresneda Torres, o “Ninha” (MDB) e, possivelmente, o mais recente integrante da Câmara, o comunista Luis Alves de Souza.

De outro lado temos: Valter Moreno, Amauri Sérgio Motágua e seu colega de partido Alexandre Scombatti (PR), os pessebistas Renan e pastor e cabo Osmídio Fonseca Castilho, Gilberto “Capitão” Neves Cruz e Antonio Carlos Meireles, ambos do PV, e “Chiguero”.

Observando desta forma, verifica-se que quando o assunto é a eleição da Câmara, os interesses se misturam. Não dá para identificar neste cenário quem é situação ou oposição ao governo. Nos dois grupos há situacionistas e opositores ao governo de José Ricardo Raymundo (PV).

ENFRAQUECIDO

Ricardo nova

Enfraquecido e sem a maioria simples na Câmara, a partir da chegada do suplente de Tiago Munhoz Matias (PRP), afastado sob suspeita de corrupção e improbidade administrativa, a base do Executivo não tem condições de eleger a mesa diretora do Legislativo e, para se “salvarem” ou já pensando nas eleições municipais de 2020, pastor Eliézer e Telma, mesmo com Secretarias no governo de Ricardo, debandaram-se do grupo de apoio.

Ainda que nos últimos dias, o secretário de Governo, Moacir Monari (PSDB) tenha cortejado Ribeirão, dizendo que ele é opositor, mas não atrapalha o governo, a reeleição de Valter Moreno pode deixar a situação mais amena para as pretensões de Ricardo.

COERÊNCIA

Com uma possível abstenção de Amauri Mortágua, o pleito pode favorecer Ribeirão
Com uma possível abstenção de Amauri Mortágua, o pleito pode favorecer Ribeirão

Olha até onde vai a possibilidade de um fato consumar-se ou não, mas é necessário considera-lo ao pensar na eleição da Câmara. Amauri Mortágua foi contra o projeto de resolução nº 01/2018, de autoria do vereador Valter Moreno, que prevê no artigo 15, a reeleição do mandato da mesa por mais dois anos, permitindo a reeleição de qualquer de seus membros para o mesmo cargo.

Isso significa que a atual mesa da Câmara Municipal poderá ser integralmente reeleita para um novo mandato, completando 4 anos. Também, a reeleição poderá ser em parte, como no caso do atual presidente Valter Moreno.

Mesmo com três policias no grupo de Valter Moreno, quem está mesmo de “butuca e de campana” nessa história toda é o articulador Ribeirão. Ele sabe que a “situação” possui em tese oito votos, mas considera a coerência de Amauri Mortágua em abster-se durante a votação, por discordar do tema reeleição.

Neste caso, haveria um empate matemático em 7 a 7. Se o quadro ficar como está, Valter Moreno seria reeleito presidente, numa disputa entre ele e Charles dos Passos. Os critérios de desempate são: mais tempo de casa e, num segundo empate, considera-se eleito o que for mais velho (idade).

Só para lembrar, o projeto de reeleição também teve como votos contrários os dos vereadores, Paulo Henrique Andrade, Charles dos Passos e de Ninha Fresneda, além do voto de Amauri Mortágua. Ribeirão, absteve-se.

DE BUTUCA

Da entrada pela porta dos fundos, à cadeira da presidência...
Da entrada pela porta dos fundos, à cadeira da presidência…

Onde é que entra o vereador Ribeirão. Exatamente aqui. Considerando essa possibilidade desenhada pelo blog, até momentos antes da eleição, o edil pode arriscar a sorte acreditando na possibilidade de empate.

Ele poderá surgir como o “salvador” da pátria do grupo: “Se houver empate, só há uma chance de a gente vencer, se eu for o candidato”.

E, é verdade, se Amauri Mortágua não votar por não concordar com a reeleição, em caso de empate, o parlamentar mais antigo do grupo (decano) fatura a eleição. Enquanto Ribeirão está no sétimo mandato, Valter Moreno cumpri sua quarta legislatura.

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