O prefeito de Bastos diz ter acatado parecer da Comissão que “investigou” ex-secretária da Saúde.
O prefeito de Bastos, Manoel Ironides Rosa (MDB), arquivou a Sindicância instaurada para investigar responsabilidades da ex-secretária da Saúde, Amanda Ramos Berti, no suposto esquema de verbas federais para o combate à Covid-19.
O processo administrativo instaurado para “investigar” foi concluído em maio, com a divulgação da portaria do dia 27, publicada no Diário Oficial do Município.
No documento, o prefeito Manoel Rosa diz “acato o parecer da Comissão de Sindicância de determino o arquivamento de todo o processo”.
O parecer da Comissão foi pelo arquivamento, considerando que Amanda Berti já havia pedido exoneração, em 11 de maio, conforme publicação registrada no dia 13.
Foi exatamente a demora na instauração do procedimento de investigação, que indignou o vereador de oposição, Valter Bataline (PTB).
Foi em 29 de outubro de 2020 que a promotoria determinou o afastamento de Amanda Berti de suas funções, em ação civil pública cautelar de busca, apreensão, quebra de sigilo bancário e indisponibilidade de bens de todos os investigados.
Apesar disso, Amanda Berti seguiu atuando como servidora pública de carreira, concursada como enfermeira auditora da Secretaria da Saúde e só foi exonerada às vésperas de a Comissão Especial de Inquérito (CEI) concluir os trabalhos e divulgar o relatório acusando-a da pratica de o “maior esquema de desvio de dinheiro público jamais visto na cidade”. Leia: CORRUPÇÃO: CEI “amarra” esquema de desvio ao prefeito de Bastos
Em entrevista ao blog, Amanda Berti antecipou de que acreditava na “certeza de seu arquivamento, uma vez que a Justiça já investiga todos esses fatos”.
Além de Amanda Berti, a CEI também inclui na cumplicidade, seu cunhado Renato Alves Nunes e sua irmã, Ariane Ramos Berti Alves, bem como, a própria Prefeitura, hospital e a empresa Arrabal Serviços Médicos LTDA, de Umuarama, também investigada no Paraná. Veja: ARRABAL: Empresa que atuou em Bastos foi investigada pelo GAECO no Paraná
CANDIDATOS
O caso “Amanda Berti” – que investiga suposto desvio de dinheiro público na aquisição de respiradores ineficiente para Covid-19, através de recursos do Fundo Municipal da Saúde destinados à Associação Beneficente (hospital), teve fortes desdobramentos em Tupã.
Amanda Berti foi funcionária pública da Prefeitura de Tupã, atuou como diretora de Departamento de Atenção à Saúde, no terceiro mandato do prefeito Manoel Gaspar, no período de 2013/2016.
Mesmo concursada em Bastos, como enfermeira auditora e nomeada para o cargo de confiança de secretária da Saúde, pelo prefeito Manoel Rosa, Amanda foi cotada para assumir a Secretaria da Saúde de Tupã, em 2018, na gestão de Ricardo Raymundo (PV). Leia mais: Mudanças no secretariado é indicativo de que Ricardo Raymundo vai para a reeleição em 2020
Já seu cunhado Renato Alves e sua irmã, Ariane Alves foram candidatos nas eleições municipais de 2020, em Tupã. Ele como vice-prefeito pelo PV, na chapa encabeçada pelo pastor Bruno Marquezi (PODEMOS), e ela como candidata a vereadora também pela sigla verde.
Todos os envolvidos no caso já foram procurados para comentar, mas apenas Amanda Berti respondeu. O espaço segue à disposição dos eventuais acusados.
Leia também: SEGREDO DE JUSTIÇA: Amanda Berti nega que tenha criado esquema de corrupção