Foto: Adilson Loureiro
O transporte para Quatá (SP) é feito mesmo sem ter uma balança na Estação de Transbordo ao custo de R$ 4,6 milhões. Além disso, a Prefeitura gasta R$ 300 mil/ano com aluguel de caminhões.
A Câmara Municipal precisa fiscalizar o “esquema” do lixo em Tupã, desde a sua coleta nas ruas da cidade e até a destinação final no Aterro de Valorização Sustentável, em Quatá.
Exatamente por ser um trabalho do dia a dia, requer um alto investimento para mantê-lo, mas é necessário percorrer esse caminho e entender toda a dinâmica financeira que envolve para recolher entre 70 e 80 toneladas de lixo por dia.
A falta de uma balança na Estação de Transbordo causa suspeita sobre a real quantidade de resíduos sólidos que são levados para o município vizinho. Com um investimento de cerca de R$ 80 mil é possível resolver essa situação. Esse é o custo para instalar uma balança no local.
Ainda em 2022 surgiram indícios que colocavam em xeque o procedimento de transbordo. A denúncia dava conta de que estaria ocorrendo uma pesagem aleatória e sendo feita apenas no aterro em Quatá. Quem fiscaliza?
De acordo com informação divulgada no blog em agosto de 2021, quando foi constatado que o contrato com a Monte Azul Engenharia LTDA de Araçatuba venceria em outubro, a Prefeitura teria investido naquele ano R$ 4 milhões no transbordo do lixo.
O contrato assinado em 2020 ainda é mantido pela prefeitura e tem validade até 1º de novembro de 2023 a um custo mensal de R$ 388.214,20, conforme empenho de pagamento feito dia 12 de janeiro. Até o fim do ano, o transbordo custará para os munícipes R$ 4,658 milhões.
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ALUGUEL
Inexplicavelmente a Prefeitura de Tupã também mantém contrato de locação de dois veículos para coletar o lixo orgânico no município, ao custo de R$ 25 mil mensais ou R$ 300 mil por ano, mesmo após investir em agosto de 2020, R$ 8 milhões obtidos através de financiamento para renovar a frota com a aquisição de 60 veículos.
A situação escandalosa tornou-se pública no começo deste ano, quando a prefeitura foi obrigada a colocar na coleta de lixo dois caminhões sucateados. São pelo menos dois veículos Ford dos anos 73 e 79, adquiridos nas administrações dos ex-prefeitos Idenolphi Semeghini (In Memoriam) e Carlos Messas, respectivamente.
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Os caminhões com idade entre 43 e 50 anos não são compatíveis com um município que investiu cerca de R$ 10 milhões na compra de dezenas de veículos com a promessa de renovar a frota.
Além disso, os caminhões locados estão na oficina para o conserto e a empresa terceirizada não os mantém em condições de prestar os serviços ao município, obrigando a prefeitura a disponibilizar de dois caminhões em condições precárias para não deixar o lixo na porta do contribuinte.
Esse contratempo aos cidadãos, a exposição do perigo aos trabalhadores da coleta de lixo e o risco de acidente de trânsito também merecem atenção redobrada dos legisladores, além de fiscalização nos gastos efetivos desse tipo de serviço e impedir eventual ilicitude.
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