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A política do pão e circo era comum durante o império Romano e, nos dias atuais, na “república arcoirense”
Por duas vezes num curto espaço de tempo ouvi a mesma narrativa. Na primeira foi a do chefe do Executivo dizendo logo após o Carnaval de que “o pão havia acabado”.
A última foi nesta quinta-feira, dia 22, no Programa “Rotativa no Ar” da Rádio Nova Tupã. Desta vez, o encarregado de levar a mensagem foi o presidente do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, Wagner Luques de Oliveira.
“Acabou o pão nas lanchonetes após a Exapit”, justificando um suposto movimento que teria agitado o comércio local no período de realização da 53ª Exapit – Exposição Agropecuária e Industrial de Tupã.
Quando acaba o pão, pode ser um indicativo de que o “circo também está no fim”. Na verdade, o pão não acabou por conta dos visitantes da “riqueza” proporcionada pela festa.
Primeiro: os comerciantes sempre reclamaram que durante o período de realização da Exapit, a cidade fica desértica e, consequentemente, não haveria motivo para comprar tantos pães. Segundo, quando acaba o espetáculo circense, as padarias estão fechadas.
Terceiro: não tinha pão pelo fato de que não havia previsão para receber quem não tinha recurso para bancar os altos preços do “cabeludo lobby” da “república de Arco-Íris” – da festa usurpada pela administração.
PÃO E CIRCO
A política do Pão e Circo surgiu no período de transição entre a crise da república romana e o modelo imperial, tendo o seu auge no alto império romano.
A política do Pão e Circo, tinha como objetivo apaziguar a população, na sua maioria, da plebe, através da promoção de grandes banquetes, festas e eventos esportivos e artísticos, assim como subsídios de alimentos (distribuição de pães e trigo).
A política tupãense e da “república arcoirense” é ainda mais cruel que a da república romana, o espetáculo é de graça, mas os subsídios vão para os amigos do imperador.
Mas, o propósito é o mesmo. Esses eventos tinham e, ainda hoje tem, a função de entreter a plebe, despolitizando a mesma e evitando contrapontos políticos aos imperadores como reivindicações e a de aumentar a popularidade dos seus líderes.
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