Caio construiu a ponte para apenas ele chegar ao Palácio

Termina o governo com a marca “a arte de trair”, mas terá oportunidade para superar o trauma

O prefeito Caio Aoqui (PSD) vai deixar a prefeitura no dia 31 de dezembro, sem que tenha deixado uma marca que lembre o seu governo. Ao longo de 8 anos, seja como vice-prefeito por dois anos, e outros seis como chefe do Executivo apenas uma palavra ecoou – traição. Trair é quebrar um compromisso firmado.

Quebrou compromisso com o povo, e agiu encastelado em seu gabinete, seja por aplicativo ou através de um de “seus garotos” de recado. Quebrou compromisso com parceiros que o ajudaram a chegar onde chegou.

Mancomunou às escondidas de sua sala e de seu cérebro a ponte para chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Criou uma teia de interesses de poder para personificar sua imagem à semelhança com grave quadro narcísico.

O termo foi cunhado pelo psicanalista Erich Fromm na década de 1960, para se referir a alguém com sintomas de sentimento de grandeza, ausência de remorso e impulsividade.

Ao longo das últimas décadas, a psicanálise ajudou a compreender os traços psicológicos dos ditadores. A CIA, a agência de inteligência norte-americana, por exemplo, já chegou a reunir perfis de autoridades para serem usados em decisões estratégicas do governo, tendo como diagnóstico o narcisismo desses líderes.

DITADORZINHO

O casal Adriano e Aracelis Góis Morales

O ex-secretário de Governo, Adriano Rogério Rigoldi percebeu esse comportamento do atual prefeito ainda quando ele era o vice e atuava como secretário de Relações Institucionais, Cultura e Turismo. “Esse ditadorzinho está achando que é o quê?”.

A referência ao comportamento autoritário de Caio Aoqui ocorreu quando o ex-vice-prefeito “ameaçou” a turismóloga Aracelis Gois Morales, esposa de Rigoldi.

Por fim, Caio Aoqui se perdeu na soberba maquinada com ele mesmo, na tentativa de fazer sucessor, mas esqueceu de combinar com o eleitor tupãense.

Mas nem tudo está perdido, só o próprio Caio Aoqui poderá superar esse trauma e provar de que de fato será capaz de construir ao menos uma pinguela para estabelecer comunicação entre o menino que sonhava em ser político e o homem, ainda jovem que chegou ao cargo máximo do poder que emana do povo.

“Eu espero que você tenha a sabedoria de Salomão”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao seu pupilo, durante uma das visitas a Tupã e desejar-lhe muitos anos de vida.

A frase diz respeito ao versículo em que o Rei Salomão pediu a Deus sabedoria – 1Reis 3:10-12 – Deus gostou de Salomão ter pedido isso e disse: — Já que você pediu sabedoria para governar com justiça, em vez de pedir vida longa, ou riquezas, ou a morte dos seus inimigos, eu darei o que você pediu.

PONTES

Às vésperas das eleições, em meio a ataques de um submundo eleitoral – ouviu-se o equívoco de querer comparar Caio Aoqui a Manoel Gaspar reconhecido nacionalmente como um dos grandes nomes da política regional do estado de São Paulo.

Manoel Gaspar (In Memoriam) sim, construiu pontes de relacionamentos com o seu povo e expressou esse sentimento em políticas públicas voltadas ao bem estar e qualidade de vida da periferia tupãense, sobretudo, em regiões de maior vulnerabilidade social.

O viaduto Dora Goldman referenciou a zona sul e proporcionou passagem para agilizar a educação, saúde e segurança àquela região encravada entre a SP- 294 – Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros e a linha férrea.

Gaspar levou infraestrutura completa para bairros da zona leste que viviam havia até 30 anos sem as melhorias. Galerias, guias, sarjetas e asfalto a custo zero para dezenas de vilas proporcionando a valorização de imóveis e a extensão comercial para a região.

Associações de Moradores de Bairros eram valorizadas e estimuladas como ponte de reivindicação entre o Executivo e seus moradores. Duas delas, inclusive, Amisabe e Ambava administravam as creches localizadas no Santa Adélia e do prolongamento da Vila Abarca.

Poucos são os que se recordam que os Lotes Urbanizados eram chamados de Rocinha – numa referência a uma das maiores favelas do Rio de Janeiro. Hoje, orgulhosamente a popular região é denominada Jardins Unesp I e II.

O legado de Gaspar é atemporal e se conecta com a valorização da cidadania e do conhecimento, através de uma Unesp, Paula Souza, Instituto Federal, a construção simultânea de três escolas: João Geraldo Iori e Governador Mário Covas, ambas na zona Leste e a Odinir Magnani no Parque Universitário para atender a demanda da zona rural.

O desenvolvimento era proporcionado pela legalização de dois Distritos Industriais, a implantação do 3º e da instalação da primeira Incubadora de Empresas, em parceria com o Sebrae.

Manoel Gaspar construía pontes da dignidade humana. Suas equipes iam às ruas, pesquisavam, dialogavam com todos os segmentos para implementar políticas sociais: Roupa na Vasca, Gravidez na Adolescência, a expansão do Projeto Crescer, criação da Associação dos Catadores de Lixo.

O jingle do Projeto Reciclar é Legal é lembrado até hoje. O Projeto nasceu com o fim do Lixão a Céu Aberto e dezenas de famílias recuperaram sua dignidade através do trabalho cooperado. Ao mesmo tempo, Tupã saltava na qualidade de vida.

O município ganhava prêmios nacionais pelas ações da Coleta Seletiva e da implantação do Aterro Sanitário, além de tornar o município 300 por cento com a implantação das Estações de Tratamento de Esgotos nos distritos de Parnaso, Varpa e Universo, além da ampliação do existente na cidade que possibilitaram a redução da mortalidade infantil.

Essas pontes eram construídas com autoridades de todo o espectro político e despidas de qualquer interesse pessoal.

Manoel Gaspar aproximou a Justiça Federal da região, e os recursos públicos até hoje chegam pelos seus feitos, através do título de Estância Turística. Vinte anos depois, mais de R$ 60 milhões acrescentaram emprego e renda à economia do município.

Por fim, as ações do homem e político Manoel Gaspar construiu ponte até sobre o Rio Paraná, permitindo tráfego entre a Alta Paulista e o Mato Grosso do Sul, permitindo que a região centro-oeste deixasse de ser um beco sem saída.

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