Waldemir pede para Comissão desacelerar investigação sobre irregularidades em 31 obras

E, Legislativo faz “corpo” mole sobre o assunto.

O ex-prefeito de Tupã-SP, Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) manteve contato com os integrantes da Comissão de Investigação sobre as irregularidades em três (3) dezenas de obras.

Segundo interlocutores Lopes teria solicitado menos rigor na apuração das eventuais irregularidades. Ele alega que como prefeito não tinha como saber sobre tudo o que era feito por suas Secretarias.

Logo ele que havia prometido acompanhar de perto todos os secretários e avaliá-los mensalmente. Para Waldemir “seria complicado apertar uma investigação porque de uma coisa sempre aparece outra e ninguém saberia dizer onde a apuração vai chegar”, observou com ar de preocupação.

Informações fidedignas apontam que o presidente da Comissão Valter Moreno Panhosi (DEM), o relator Luiz Alves (PC do B) e o membro José de Oliveira, “Zé Maria” (PT) foram procurados pessoalmente pelo ex-prefeito.

De acordo com a administração Manoel Gaspar (PMDB) algumas obras estão paradas, sem projetos e ou embargada pela Justiça. Dentre as 33 obras nessa situação, 31 apresentam algum tipo de irregularidade.

Uma delas consumiu milhões de reais. Até hoje na verdade não houve uma prestação de contas à população. Divulgou-se como forma de impressionar que o investimento seria da ordem de R$ 75 milhões. Sabe-se que parte desse recurso teria chegado à Caixa Econômica Federal em Tupã. Acredita-se que algo em torno de R$ 25 milhões.

A Administração Gaspar fez um balanço das obras que estão em andamento e paradas e revelou que para o programa de macro drenagem ainda havia dinheiro no banco. O valor seria de R$ 5 milhões. Isso significa que até o momento a obra de macro drenagem teria consumido R$ 20 milhões.

porém, uma das últimas matérias divulgadas pela administração Waldemir revelava que os investimentos tinham sido de R$ 10 milhões. O recurso de macro drenagem recebeu investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para desacelerar inundações e enchentes e o efeito foi contrário.

Também inacabada, a obra potencializou o problema. Iniciada a partir de pontos mais altos, o sistema capta maior volume de água e encaminha a enxurrada para uma tubulação de diâmetro menor, provocando o “estrangulamento” do sistema.

Simultaneamente o novo sistema de captação de águas pluviais sobrecarrega o córrego Afonso XIII e numa velocidade jamais vista antes. Resultado, as chuvas torrenciais dos dias 2 e 6 de abril demonstraram nitidamente o quanto o problema se agravou.

O blog já vinha antecipando há mais de um (1) ano que as obras não surtiam efeito e, mais ainda, a partir delas se observava que o problema se potencializava, provocando inundação mais volumosa e em pontos que antes não existia.
Hoje são 22 pontos de alagamentos com potencial para inundar casas, derrubar muros, arrastar veículos e quase provocar uma tragédia. É uma tragédia anunciada.

Os investimentos que foram feitos para obter resultados contrários numa obra propagada como a salvação definitiva de um problema que era pequeno e se agigantou e, sob suspeita de irregularidade, mereceria no mínimo uma investigação muito mais ampla que essa que Waldemir tenta minimizar.

A empreiteira simplesmente teria abandonado a obra. É investigação para o Ministério Público e a Polícia Federal.

CORPO MOLE

Apesar do esforço da Comissão em apurar as irregularidades denunciadas em 31 obras, sequer a atual administração conseguiu viabilizar a documentação solicitada.

O secretário de Infraestrutura e Planejamento, Valetim Cesar Bigeschi tem até o dia 2 de maio para atender ao pedido, mas já teria solicitado a prorrogação do prazo.

A Câmara não demonstra o mesmo empenho para contratar um perito, assim como o fez para investigar as irregularidades no Espaço das Artes que rendeu a primeira CPI na história de Tupã, com a finalidade de apurar supostos atos de improbidade administrativa praticados por um prefeito, no caso, Waldemir Gonçalves Lopes.

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