190 da PM quase impediu que testemunha comunicasse o furto “audacioso”.
Na sua página de relacionamento social, uma frase postada por M.S., 18 anos, chama a atenção: “Tenho defeito, pois sou humano e tbm erro. Mais ai vai d vc aceita eu do jeito q eu sou pois eu nao vo muda por ninguem a nao ser por mim mesmo”.
O destino? O caminho seguido pelo pai. A frase acima talvez não tenha relação com o fato ocorrido nesta madrugada, mas pode ser um indicativo psicológico daquilo que o jovem não queria e repelia o fato do pai estar preso.
Frequentador da igreja católica com estreito relacionamento com as ações sociais da paróquia, o delito que ele praticou deixou a comunidade de Iacri perplexa e perguntando: por quê?
Tudo começou por volta das 4 horas da madrugada desta quarta-feira (1) quando M.S. chegou à residência onde mora com a mãe. Já faz algum tempo que ela percebe mudança de comportamento no rapaz. Seria efeito de más companhias? Talvez sim.
A mãe observando que o filho teria chegado com ares de quem teria feito uso de bebida alcoólica e outros possíveis produtos alucinógenos o advertiu de forma contundente, segundo teria confessado na Polícia. “Que você retorne de onde veio”.
Uma testemunha do depoimento em contato com a reportagem do blog, observou que não conseguiu entender direito o que a mãe do rapaz teria dito. “Não consegui entender se M.S., teria saído de um puteiro ou pesqueiro”, disse o informante.
De acordo ainda com o depoimento da mãe, M.S., pegou sua mochila a colocou nas costas e disse que iria dar motivos para a mãe enfim, desacreditar definitivamente nele. O caminho do pai. O crime.
As palavras da mãe podem ter revelado o mais puro sentimento de quem percebe que está perdendo o filho. Foi à gota d’água para explodir no rapaz a vontade de fazer daquilo que lhe causava ojeriza. O sentimento de repulsa, repugnância, provocado pelas ações do pai, foi à escolha feita para justificar seus possíveis defeitos observados na frase velada no início deste texto, postado no Facebook.
A AÇÃO CRIMINOSA
M.S. caminhou da porta da casa dele, localizada nas proximidades do Cemitério (Rua José Cracco) até a porta do Banco Bradesco, na Avenida Jurema, centro da cidade.
De posse de um bloco, M.S., o lançou contra o vidro blindex arrombando-o. Novamente pegou o bloco e o atirou contra o vidro interno que isolava os caixas eletrônicos dos caixas de atendimento.
No interior da agência foi até um dos caixas pegou o saco plástico com algumas moedas e um pouco mais de R$ 200,00 em notas falsas e, transtornado permaneceu imóvel até a chegada da Polícia Militar.
A MOCHILA
Com a onda de violência contra agências bancárias, quando os PMS chegaram ao local e presenciaram a mochila com roupas que o rapaz carregava, acreditaram que podia ser algo explosivo, mas o próprio acusado desmistificou o temor.
Detido sem oferecer resistência o jovem foi conduzido à Delegacia e autuado em flagrante pela pratica de furto qualificado e recolhido à Cadeia.
Justo ele, um rapaz que era elogiado na sociedade pelo seu comportamento ilibado e por manter o homem conhecido no mundo do crime como “Paulinho Perna Torta” longe de sua casa, vai morar possivelmente no mesmo endereço do pai. A Cadeia.
M.S., com certeza não mudou de atitude por ninguém. Foi por ele mesmo, como advertia no Facebook.
190 COPOM
Apesar do jeito atabalhoado do rapaz que tudo indica praticou o crime para ser preso e dar motivos para a mãe o “condená-lo”, mesmo que o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) demorasse 10 minutos para atender a testemunha que quase desistiu de comunicar o furto, ainda assim, o acusado seria preso.
Pela forma barulhenta como arrombou os vidros do banco, queria mais chamar a atenção do que praticar o delito. Foi por volta das 5 horas da madrugada. Uma testemunha que mora próxima da agência ouviu o barulho e tentou várias vezes acionar a PM. O telefone tocava, mas ninguém atendia.
Um (1) minuto para quem pretender anunciar uma ação delituosa é uma eternidade. Pois só depois de mais de cinco (5) minutos um policial atendeu o 190, o telefone regionalizado da PM, instalado em Marília. Além da demora no atendimento, aquela burocracia para obter informações.
Felizmente, o criminoso não era perigoso, praticava seu primeiro delito e pelo comportamento durante a ação, involuntariamente “torcia” para a Polícia chegar e prendê-lo, como de fato aconteceu.
O rapaz efetivamente chamou a atenção da população iacriense. O fato repercute até dentro da igreja e nos bastidores sociais. Agora, como ajudá-lo para que fique apenas nesse crime, ninguém sabe. Só vai depender dele mesmo. Mudar por si próprio ou por alguém.