Câmara pode instalar Comissão para investigar denúncia. Empresário diz que sem pagar R$ 10 mil, não conseguiria receber pelo serviço prestado.
A Câmara de Rancharia vai realizar mais uma sessão ordinária na próxima segunda-feira (10), mas com um “barulho” extraordinário em pauta: a denúncia protocolada no Legislativo sobre suposto recebimento de propina pelo irmão do prefeito, Marcos Slobodticov, “Marquinhos” (DEM).
A denúncia chegou à Câmara, através de uma professora que se diz perseguida pelo próprio prefeito. Ela garante ter sofrido assédio moral, dentro da escola em que atua. Gravou a conversa e o áudio foi anexado a outro documento mais comprometedor ainda: o documento registrado no 4º Tabelião de Notas e de Protestos de Letras e Títulos de Presidente Prudente.
O construtor Civil Manoel Sidisney de Oliveira Silva, fez o registro no dia 29 de maio, afirmando que tinha cerca de R$ 193.755,78 para receber da prefeitura de Rancharia de um montante de R$ 398 mil, referente a reforma de uma Unidade Básica de Saúde.
Já fazia seis (6) meses que não conseguia receber e, por conta disso, resolveu em março procurar o prefeito. Marquinhos teria informado que o empresário deveria procurar o seu irmão Daniel Slobodticov para tratar do assunto. Ao procurar o irmão do prefeito, ele teria pedido 15% do valor de R$ 194 mil, para liberar o pagamento.
O empresário garante no documento que relutou em concordar com o pedido feito pelo irmão do prefeito e o questionou sobre a irregularidade e também sobre sua necessidade financeira que naquele momento não era das melhores pela falta de pagamento.
Depois de várias conversas com Daniel Slobodticov e, como a situação financeira não era boa, vendo que não conseguiria viabilizar o recebimento do que tinha direito, cedeu às possíveis pressões de pedido de propina. Manoel Oliveira da Silva, diz que a partir daí, no dia 13 de março, enfim, conseguiu receber o montante que lhe era devido.
O pagamento foi feito com o compromisso de que repassaria R$ 10 mil, o que teria acontecido no dia seguinte (14). O construtor foi à agência do Banco Bradesco da cidade onde ele reside e possui conta. Sacou os R$ 10 mil e, em frente do Bradesco entregou a quantia ao irmão do prefeito. Porém, não consta do documento nenhuma justificativa pela qual resolveu registrar o fato no referido documento assinado pelo tabelião substituto Julio Cesar Sales.