Tornar o ambiente de trabalho agradável é fundamental para o desempenho profissional e crescimento de uma empresa que se preza e tem preocupação com o bem-estar de seus funcionários. Mas essa relação tem que ser estritamente no âmbito profissional, seja na iniciativa privada e, sobretudo, na pública.
Quando essa relação fica estreita demais, começa confundir o público, privado e pessoal. E, assim, tem sido nos dois Poderes constituídos de Tupã. Tanto na prefeitura, quanto na Câmara, essa relação esta confusa. Não dá para distinguir o que é pessoal ou público, profissional ou pessoal e beira a promiscuidade.
A promiscuidade com a coisa pública tem relação estreita com a improbidade administrativa. A improbidade é sinônimo de cassação e ineligibilidade. Permitir que funcionários que não trabalham ganhem horas extras e salários é caso típico. Um deles é investigado pelo Ministério Público, no caso de motorista fantasma no gabinete do prefeito.
Homens públicos, exercendo cargos de poder, permitem e garantem que “funcionários” tenham benesses que envolvem os bens, imóveis e móveis; automóveis e cargos garantidos por “concursos públicos”. Secretária que passou em “concurso” em primeiro lugar.
Funcionária que mesmo antes de ser “aprovada”, já era treinada para garantir também, o primeiro lugar no “concurso público”. “Uma Viagem Fantástica no Maravilhoso Mundo Público”. Parece nome de filme.
Outro dia liguei numa Secretaria e uma criança atendeu a o telefone. Por um instante pensei que tivesse ligado numa creche. Ao fundo ouvia a voz de outra criança. Em seguida me disseram que eram as crianças que iam para o balet. “Balet”? Perguntei, tentando entender se havia ligado por engano numa uma creche ou numa academia.
“É, balet, a avó está vestindo as meninas”, me disse a atendente II. A avó? Confesso que não consegui entender nada. A avó, seria mãe da mãe das crianças bailarinas. Uai, desvio de função ou função doméstica no serviço público? A avó não era de outro setor e o que faz na outra área?
E a tia? Que tia? A tia da mãe das crianças, netas da avó. Ela também não deveria estar no cargo de origem? Afinal, foi o prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) que havia contrato um escritório de advocacia de São Manoel para elaborar um plano de Cargos e Carreiras para moralizar a questão? Que moral de “frango” é essa?
Aliás, essa questão está sob análise judicial. A Justiça pede a devolução aos cofres públicos de quase R$ 1 milhão pelo contrato irregular com o grupo de advogados.
Mas voltando ao caso doméstico, ou melhor, “público”; por um instante me lembrei do presidente da Câmara de Osvaldo Cruz, Homero Massarente (PP) que disse querer na Casa de Leis, o conforto da casa dele e do carro dele avaliado em R$ 75 mil. Por isso comprou para o Legislativo um carro de luxo e bateu, num acidente sob suspeita de uso indevido do veículo.
Em Tupã, também tem muita gente tendo o conforto do lar doce lar, na “Casa Pública” e no “carro público” ou ao menos deveriam ser, mas apenas alguns usam e abusam. Não que a maioria deveria usufruir dessa imoralidade, mas imaginava-se que a coisa pública fosse levada a sério.
É tão sério que um Poder imita o outro. Os Poderes são distintos e independentes. Mas na pratica são iguais e dependentes da falta de probidade administrativa.
Se na prefeitura de Tupã é assim, na Câmara não é diferente. É assim, com os bens, móveis e imóveis (permanentes e não duráveis) e com os cargos também que contemplam até namoradas?
É verdade que a maioria dos funcionários sofre para ganhar o pão de cada dia, já uma minoria ganha até presentes dos seus superiores e até cargos “merecidos”, afinal, “passaram” em primeiro lugar. Não se pode duvidar dessa capacidade de aprendizado público.
Enquanto isso, há funcionários que merecem ser contemplados com horas extras e sequer são merecedores no que há de mais nobre no relacionamento entre chefe e empregado: respeito por você!