A diferença está na falta de agenda positiva. Sem criatividade a administração segue o que Waldemir fez ou deixou de fazer – praças.
Waldemir fez e deixou praças abandonadas e inacabadas suficientes para Manoel Gaspar passar os próximos dois anos de seu Governo inaugurando praças. Já foi assim em 2013 e o martírio continua. A propósito, a própria prefeitura deu publicidade de que neste final de semana, sexta-feira e sábado, dias 28 e 29, respectivamente, mais duas obras serão entregues pela administração do prefeito Manoel Gaspar e Thiago Santos à população de Tupã: praças – Figueira e “Thomézinho”.
À bem da verdade, Gaspar precisa terminar as praças que Waldemir deixou, bem como executar aquelas em que o dinheiro público sumiu e a praça não saiu do papel, mas ressaltar o feito é exagero. É no mínimo incoerente com o discurso de campanha. Pior. Há que se admitir que além de rojão, Waldemir tinha um marketing enganador que propagava. Já o marketing da atual administração se engana e confunde.
O Marketing utilizado durante a campanha não é o mesmo após a posse. Era também enganoso? Sem conceito a logomarca não ajuda, aliás, ela serve apenas para expressar o momento de encruzilhada pela qual passa a administração. Parece fadada ao fracasso. Mas ainda acredita-se que Manoel Gaspar possa dar a volta por cima.
A dificuldade está na falta de uma agenda positiva. O que repercute são as desavenças e as intrigas motivadas por disputas políticas. No mais, a administração vai se arrastando pelo segundo ano sem demonstrar personalidade. Sem um norte definido e com ações confusas nem mesmo quando quer parecer transparente repercute. Haja vista as prestações de conta do Tupã Folia 2013 e 2014. Se a logomarca não ajuda, pior fica verificar que cada pasta tem sua própria logo. A comunicação virou torre de babel onde cada órgão tem sua linguagem própria que difere do poder principal.
Mas, não se resume apenas à falha de comunicação. O Governo é confuso e padece desde os primeiros momentos após as eleições de 2012. Começou desandar a partir das primeiras nomeações do secretariado. A expectativa gerada em torno do primeiro secretário a ser anunciado e, exatamente para a área que mais era criticada na administração anterior, frustrou os críticos e os eleitores.
As ações que se seguiram foram apenas reflexo daquilo que se esperava. Mas como esperar resultado diferente se os feitos foram os mesmos? A culpa não foi do nome indicado pela classe médica, foi de quem aceitou a imposição mesmo sabendo que o resultado seria o mesmo daquele que era criticado. Tem muito mais pela expectativa criada pela campanha de Manoel Gaspar que defendia uma transformação no setor a começar pelo próprio nome de quem ocuparia o cargo de secretário.
Assim se repetiu em relação a outros nomes em pastas importantes e o tiro de misericórdia foi nomear Walter Bonaldo Filho (foto). Bonaldo foi ex-braço direito de Waldemir na área de finanças e administração. Homem com trânsito livre entre lobistas e ele próprio agiu assim, trazendo para o município muitas dessas empresas que deram calote no município em obras irregulares conforme apuração que está sendo feita pela Câmara, através de uma Comissão Parlamentar Especial (CPE). O fato também foi apontado pela ex-secretária de Obras e Infraestrutura, Jeane Aparecida Rombi Rossin.
Enfim, Manoel Gaspar frustrou expectativas; se superou nomeando a própria filha para cargos espinhosos que exigem experiência, conhecimento político e de ações sociais e até de relacionamento interpessoal. Gaspar perdeu uma de suas marcas mais importantes – a de administrador competente de ordens a ser seguidas, como exemplo de empresário de sucesso. Tudo isso me faz relembrar uma frase solta ainda durante o período de campanha eleitoral: “o Gaspar mudou”. Mudou? Mudou!
A impressão que ficou foi a de que Manoel Gaspar só tinha um objetivo: vencer as eleições contra quem Waldemir apoiasse como simples desforra política. Venceu, mas e agora? Agora é preciso fazer diferente, ainda que as praças sejam de contemplação e os secretários sejam os mesmos. É preciso fazer mais ainda que solte rojão. Já que é para imitar – seja fazendo ou refazendo – que se faça mais e melhor. Se é para mudar que seja para mais.
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