Em crise financeira a APAE encontra dificuldades para pagar os 105 funcionários e prestação de serviços aos alunos fica prejudicada.
A Câmara de Tupã deve criar uma Comissão de parlamentares e mães da APAE para discutir a crise financeira que assola a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Se no mês passado foi difícil fechar a folha de pagamento, a situação complicou de vez em setembro. A iniciativa de fazer uma espécie de auditoria nas contas da APAE surgiu a partir da sessão da Câmara desta segunda-feira (1).
O grupo de mães e funcionários que já procurou a imprensa para pedir mais ajuda para a entidade fez uso da tribuna e houve questionamento dos vereadores: “para começar ajudar é preciso saber o que está acontecendo com as contas da APAE”, questionou o presidente da Casa, Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão”.
Outro fato que causou estranheza dos edis é que no plenário não havia nenhum integrante da diretoria e deixou transparecer que mães e funcionários estivessem sendo usados como “massa de manobra”, observou outro vereador que preferiu se omitir. A crise financeira da APAE ganhou repercussão após matéria do blog sob o título “APAE de Tupã enfrenta crise e corre risco de cortar serviços aos deficientes”, publicada no dia 25 de agosto. Desde então, iniciou-se uma mobilização para tentar reverter à situação.
O certo é que a Câmara deve encaminhar um ofício à diretoria da APAE informando a decisão tomada pelas mães e funcionários que garantiram ter o aval da direção para propagar a campanha que visa viabilizar auxílio para manutenção da entidade. O objetivo, segundo o Legislativo é trazer também os diretores da instituição para a mesa de discussão e saber se há intenção de abrir as contas para analise do parlamento.
A pretensão inicial da divulgação da crise na APAE era para chamar a atenção sobre a necessidade da Prefeitura de Tupã destinar uma ajudar maior, além da manutenção de sete (7) funcionários (R$ 10 MIL) e repasse de R$ 5 mil para a Casa Inclusiva mantida pela APAE e que atende internos.
A entidade atende mais de 260 pessoas com necessidades especiais, das quais, 70 permanecem 8 horas na sede. As aulas são ministradas em dois turnos: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30. Cerca de 200 alunos precisam ser transportados pela APAE.
Com 105 funcionários a APAE sobrevive de promoções e doações coletadas pelo serviço de telemarketing. Para a manutenção dos serviços na sede localizada na Avenida Getúlio Vargas a entidade conta com repasses do SUS e do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), mas são insuficientes para cobrir as despesas.
Entre os mais de 260 assistidos estão 55 de outros municípios. Onze (11) são de Herculândia que repassa R$ 3 mil por mês; Oito (8) de Queiroz que contribui com R$ 3 mil; trinta (30) de Iacri cujo repasse é de R$ 10 mil e seis (6) de Arco-Íris que ajuda com R$ 1.600,00.
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