Donos de farmácias reclamam de calote da Prefeitura de Tupã

Somente para 5 estabelecimentos a dívida pode chegar a R$ 800 mil. A Secretaria de Saúde promete pagar a dívida a “conta-gotas”.

Rosangela de Souza Urel GasparOs donos de estabelecimentos farmacêuticos de Tupã estão reclamando de um calote que chegar próximo de R$ 800 mil em remédios. A dívida veio numa crescente que inviabilizou o pagamento por parte do poder público e, sobretudo, da continuidade de fornecimento de medicamentos para a Secretaria da Saúde ou da Promoção Social, onde os pedidos chegam.

Esses medicamentos são de auto custo e quando solicitados chegam através de pedido judicial. Ou seja, a Prefeitura é obrigada a adquiri-los em cumprimento de ordem judicial. A divida tem inviabilizado o comércio desses estabelecimentos e a Prefeitura só tem conseguido comprá-los com pagamento à vista ou adquirindo os produtos naqueles locais nos quais ainda não contraiu dívida.

Com um rombo de R$ 12 milhões nos cofres públicos, inicialmente questionado pelo secretário de Finanças, Walter Bonaldo Filho alegando que chegava há apenas R$ 5 milhões – hoje passados alguns meses, a própria Administração admite que o débito atinja o montante de R$ 9 milhões. Além disso, teve dinheiro R$ 1,7 milhão do Fundo de Participação do Município (FPM) sequestrado para pagamento de precatórios (dívidas judiciais).

Sem dinheiro e tocando as 33 obras abandonadas da Administração Waldemir Gonçalves Lopes a toque de caixa – a Prefeitura de Tupã só faz manter em dia a folha de pagamento dos 2.300 funcionários que chega a ordem de R$ 2,6 milhões. A situação é tão complicada que não está descartada a possibilidade de fechar as portas do Paço Municipal em meio período neste fim de ano.

Também não está descartada cortar na “carne” com a demissão de pelo menos 150 funcionários que ocupam cargo em comissão. Essa medida se for adotada só deverá ser executada após as eleições. Por enquanto, uns 100 ocupantes de cargo em comissão estão em férias e muitos desses estão trabalhando nos comitês eleitorais dos candidatos apoiados pela Administração ou seu staff.

CONTA-GOTA

Para conseguir cumprir a ordem judicial e continuar com crédito junto aos estabelecimentos farmacêuticos de Tupã, a secretária “interina” de Saúde, Rosangela de Souza Urel Gaspar prometeu para esta semana amortizar um pouco da dívida com apenas cinco farmácias cujo débito passa de R$ 700 mil. A promessa verbal deve ser firmada na próxima quarta-feira (10).

Os donos de estabelecimentos farmacêuticos não souberam informar de quanto será o repasse, mas uma coisa é certa – deverá ser a “conta-gota”. O “tratamento” é amargo para um dono de farmácia que vendeu cerca de R$ 250 mil para a Prefeitura de Tupã. “Outros venderam R$ 100, R$ 150 mil ou mais”, pontuou um dos comerciantes que preferiu não se identificar.

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