Em menos de um mês no cargo, secretário de Administração já reconhece que não há o que fazer sem dinheiro. Já o secretário de Finanças pode abandonar o barco à deriva.
Logo após o primeiro turno das eleições (5 de outubro), o prefeito de Tupã Manoel Gaspar (PMDB) deve colocar em pratica uma ampla reestruturação de seu Governo. Sem dinheiro, endividado, sem crédito na praça, sem obras e em queda vertiginosa no conceito do eleitorado, o jeito vai ser cortar gastos para tentar salvar a “pele” da própria Administração.
Depois da euforia da vitória avassaladora nas eleições de outubro de 2012, o choque de realidade e, hoje, Gaspar vive o próprio inferno astral político. Sem dinheiro para quase nada, com obras paradas e sem criatividade, o jeito é ir tocando como pode: aliás, como fazia Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Uma praça aqui outra lá; na saúde a secretária interina já ficou definitiva e quem pensava que iria ficar como titular pode cair.
Depois de incorporar a Secretaria de Agricultura à Secretaria de Meio Ambiente, após briga política, outras três podem deixar de existir. Entre as mais cotadas estão: Cultura, Planejamento e Segurança e Trânsito. A primeira pode se juntar à Educação ou a Turismo, a segunda com Obras e Infraestrutura. Já a terceira, simplesmente voltaria a ser uma Divisão. Com a reformulação também será possível extinguir vários cargos em comissão. Comenta-se em até 150.
Neste contexto já sinalizou o secretário de Administração. Antônio Carlos Ribeiro, empossado recentemente no cargo sem nenhum anuncio oficial confidenciou a interlocutores que não há o que ser feito no atual Governo. Sem demissões para enxugar a máquina administrativa vai ser difícil segurar as pontas. Enquanto isso, o secretário responsável pelas Finanças do município não está conseguindo trabalhar sem dinheiro.
Tanto é verdade que é pouco visto no trabalho. Nos últimos dias têm feito um expediente “Brasília”. Chega após a segunda-feira e se ausenta do município no começo do fim de semana. É a vida de secretário de Finanças sem finanças. Fazer o quê? Convencido pelo vereador Antônio Alves de Sousa (PP), Gaspar trouxe para sua Administração o ex-braço direito de Waldemir Gonçalves Lopes, como o salvador da pátria. Lobista por excelência Walter Bonaldo Filho não conseguiu o mesmo desempenho da Administração anterior e, portanto, pode abandonar o barco após as eleições.
Para isso, Walter Bonaldo (PMDB) trabalha firme na campanha do deputado federal Cândido Vaccarezza (PT). À época das “vacas gordas”, Bonaldo era “sustentado” por um esquema que ruiu após atrito com Adriano Rogério Rigoldi com quem tentou medir forças financeiras. Até consultas médicas particulares eram bancadas com dinheiro público, enquanto a população reclamava contra a saúde do município.
SEGUNDO TURNO
Antes mesmo de o segundo turno chegar os políticos locais – vão começar espernear se Gaspar levar a cabo sua possível pretensão de extinguir Secretarias. Quais serão os critérios? Quem vai perder “terreno” no loteamento administrativo? O vereador Luis Carlos Sanches (PTB) que comanda a Secretaria de Cultura, Danilo Aguilar Filho que deixou recentemente a Câmara para assumir a Secretaria de Obras, o PT que tem como presidente do Diretório Municipal, José Romero Sobrinho, “Riti” e que, aliás, já ficou sem a pasta da Saúde ou Ribeirão? Este pouco provável. Ribeirão comanda duas estratégicas Secretarias: Turismo e Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior.
Associado a tudo isso está em jogo também a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Se já há vereadores querendo abandonar o “barco” do Paço Municipal, a hora é agora. Ainda no primeiro turno. Como se nota, no próximo domingo (5) vai ser possível dizer quem tem ou não a força para continuar acreditando que é possível mudar essa história.
Ainda que pareça distante a eleição para governador e presidente – está em jogo, vários interesses políticos locais e regionais na votação e na eleição dos candidatos a deputados estaduais e federais. Vai servir de termômetro também para projetar as “mudanças” que Gaspar eventualmente pretende fazer.
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