Polícia havia pedido medida protetiva para mulher morta pelo marido

Moradora de Queiroz (SP) já tinha registrado B.O por ameaça, diz delegado.

Ainda conforme policial, não deu tempo da solicitação ser atendida.

Do G1 Bauru e Marília

Foto: Facebook
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A professora Kassia Fernanda Silva Deolindo de Mattos, que foi morta pelo marido após uma briga do casal no domingo (5), em Queiroz (SP), já havia procurado a polícia para relatar que estava sendo ameaçada pelo mecânico Sidnei Nunes de Mattos, que se matou após atirar na cabeça da esposa. O crime aconteceu na presença da filha da vítima, de 14 anos. De acordo com o delegado Paulo César Pardo Soares, responsável pelo caso, foi aberto um inquérito e a polícia entrou com um pedido de medida protetiva para a vítima, mas não deu tempo da solicitação ser atendida.

“A vítima compareceu na delegacia e registrou um boletim de ocorrência de ameaça. Nós abrimos inquérito policial e pedimos junto a Justiça a medida protetiva. Isso foi no começo de março, mas infelizmente aconteceu essa fatalidade. Infelizmente, a Lei Maria da Penha não impede esse tipo de crime, quando o marido está disposto a matar não tem lei que segure”, ressalta o delegado.

O crime abalou a cidade com pouco mais 2,8 mil habitantes. A prefeitura decretou luto por um dia e muitos comércios fecharam as portas nesta segunda-feira (6). Kassia tinha 31 anos e morava há pouco tempo na cidade.

A vítima era coordenadora de uma creche municipal e há um mês tinha sido nomeada diretora de outra escola. “Ela era uma profissional exemplar, uma mãe maravilhosa e uma ótima colega de trabalho. Para nós é uma perda irreparável”, lamenta a amiga da professora, Helena Maria Alves dos Santos Bonfim.

O crime

Filha da vítima estava na casa no momento do crime (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Filha da vítima estava na casa no momento
do crime (Foto: Reprodução/ TV TEM)

Segundo informações da Polícia Militar, o crime aconteceu porque o mecânico Sidnei Nunes de Mattos, de 40 anos, não aceitava o fim do relacionamento. O casal estaria em processo de separação depois de um ano e três meses casados. O crime aconteceu na casa, onde a família morava.

Ainda de acordo com a polícia, por volta das 20h, o mecânico começou a discutir com a mulher por ciúmes. Durante o desentendimento, Sidnei pegou uma arma de fogo e disparou contra a vítima. A filha de Kassia permaneceu escondida em um jardim de inverno, sem responder ao chamado do padrasto. Em seguida, ele atirou na própria cabeça.

“Segundo a filha, ela viu o padrasto atirar na mãe e se escondeu no jardim de inverno que fica entre seu quarto e um quarto de hóspedes, trancando a porta do cômodo. Sidnei foi atrás dela exigindo que saísse do esconderijo, mas a menina não respondeu”, conta o subtenente da Polícia Militar, Erli Giunco.

Ao ouvirem os tiros, vizinhos chamaram a polícia. O pai de Kassia, que mora na mesma rua, arrombou o portão e encontrou os dois mortos. A neta estava escondida em estado de choque. A polícia encontrou cinco projéteis do revolver 38, que está registrado no nome do agressor.

No velório, houve muita comoção de amigos e parentes. No fim da tarde, o corpo da professora foi levado para Luiziânia (SP), cidade natal da família, onde foi enterrado. Já o corpo de Sidnei foi enterrado em Braúna (SP).

O último homicídio registrado em Queiroz, em dezembro de 2012, também foi por crime passional. De acordo com o delegado, por esse crime o marido da vítima foi condenado a 14 anos de prisão.

Amigos e familiares velaram o corpo da professora nesta segunda-feira (Foto: Reprodução / TV TEM)
Amigos e familiares velaram o corpo da professora nesta segunda-feira (Foto: Reprodução / TV TEM)

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