Major da reserva da Polícia Militar de São Paulo e deputado federal pelo PDT, Olímpio Gomes afirma que a estrutura de compras existente na corporação não teria como ser burlada com a ação isolada de um único oficial.
“Eu digo que é impossível, pelo sistema de controle que nós temos, o controle orçamentário da própria polícia, o coronel Adriano ter feito ou perpetrado tudo isso sozinho. Impossível”, disse à Folha.
Olímpio se refere ao tenentecoronel José Afonso Adriano Filho, acusado de comandar fraudes no Departamento de Suporte Administrativo do ComandoGeral da PM.
Adriano chefiava a seção de finanças do órgão, comandado na época pelo coronel Kooki Taguti, que negou em sindicância ter conhecimento do esquema.
As fraudes funcionaram, ao menos, em 2009 e 2010 e envolveram R$ 10 milhões.
Além desse departamento, o ComandoGeral possui diretorias para ajudar na fiscalização de aquisições e pagamentos: a de Apoio Logístico e a de Finanças.
Determinadas aquisições passam ainda pela análise do comandantegeral e até do secretário da Segurança.
Por ser unidade gestora, o órgão também está sujeito à fiscalização do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Anualmente, segundo o oficial, cerca de 300 policiais militares são demitidos por diversas práticas, inclusive corrupção. Ele afirma que a corporação precisa ter “coragem” para punir oficiais envolvidos nos desvios.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/