O “espetáculo” fez lembrar a peça teatral em que oito atores completamente nus vão explorando com o dedo o ânus uns dos outros. Em Tupã o festival foi com ator pelado, pelos pubianos e do anus. (Fotos: Facebook/Divulgação Festaett)
O 15º FESTAETT – Festival de Teatro da Estância Turística de Tupã – guardou um “espetáculo” constrangedor para depois das apresentações teatrais. Foi o show de horrores protagonizado pelo ator Aguinaldo Souza e propagado pelos internautas que assistiram ou tiveram a informação sobre a peça “cultural” que fez parte da programação do festival.
Souza é professor da Faculdade de Artes Cênicas da Universidade de Londrina e realizou a apresentação de uma performance denominada: DNA – Personal Card, que narramos a seguir: O ator tirou a roupa e, totalmente nu, pediu que pelo menos os espectadores que se sentaram mais próximos cuspissem em suas mãos. Na sequência, espalhava a saliva de todos em seu corpo e se jogava na parede repetidas vezes.
Ainda introduziu uma sonda “nasogástrica” em seu nariz. E para finalizar, o ator puncionou uma veia do braço extraindo com uma seringa cerca de 5 ml de seu próprio sangue. E com esse sangue escrevia o nome dos alunos em um “Personal Card”. E, em um ato tresloucado para um “Gran Finale” arrancava pelos pubianos e anais colando-os a seguir no mesmo “Personal Card” e entregando aos alunos que assistiam a apresentação. Por isso, o nome: “DNA – Personal Card”.
Só não ficou claro, se o “presente” era para levar embora ou afixar em uma exposição no local que continha “fezes”, “pelos”, “esperma” e demais secreções e excreções humanas, tudo para o “deleite” dos alunos da escola Irene Resina Megliorucci.
DINHEIRO PÚBLICO
A prefeitura de Tupã, através da Secretaria de Cultura disponibilizou um ônibus da frota municipal para levar os alunos da escola até o Clube dos Comerciários, local da realização do 15º FESTAETT.O FESTAETT é uma realização do Grupo Ágape de Teatro, mas contou o com apoio da Prefeitura de Tupã e teve como parceiros a Associação Ágora Cultural, União Espírita Jésus Gonçalves, Clube dos Comerciários, Academia CAF, 3 W Eventos, Madrugão Lanches, SB Contabilidade, Tupã Shopping Bazar, Deputado Estadual Orlando Morando e os Vereadores Caio Aoqui e Amaury Mortágua.
O famigerado espetáculo surpreendeu a população, alunos, pais, professores, e internautas que, indignados inundaram as redes sociais com opiniões sobre o ocorrido com fotos, declarações e até mesmo um vídeo da apresentação gravado por um espectador, o qual constatou a presença dos alunos da escola Irene Resina.
Em um período onde enfrentamos problemas com epidemia de gripe, mortes, a atitude do ator indignou ainda mais os internautas preocupados com uma possível contaminação, pois o artista entregava o Personal Card, escrito com seu próprio sangue (foto abaixo).
“Eu achei uma BOSTA e total falta de bom senso! Aliás, menores de 18 são protegidos pelo ECA. Absurdo total um cara entregar para menores papel escrito com sangue e pelos pubianos! Alguém aí sabe se o cara não tem AIDS?! VERGONHA!!!” disse um dos internautas.
Não pelo fato de apenas uma possível contaminação por HIV, mas também, o risco de contaminação pela Hepatite, Gripe H1N1, e outras tantas doenças. Somente o risco a uma possível contaminação já traz enorme preocupação e enseja, em tese, uma apuração mais detalhada do fato.
Sem contar, é claro, com o teor da apresentação – obscena para muitos, violenta e de extremo mal gosto para outros. Totalmente indignados com isso, internautas também afirmaram: “Estou cuidando da vida do meu filho que vai entrar numa escola, você quer tentar pregar que levar alunos para receber pelos do saco e do anus é normal?”, questionava indignada uma mãe.
“Menores de idade não podem ser levados a assistir isso, escolas e faculdades não podem colocar isso como ponto a mais em suas matérias, isso será denunciado ao Ministério Público.”
A questão não é a apresentação da performance do ator, – DNA – Personal Card. A questão levantada por vários internautas que até à noite de ontem (4) já somavam mais de 470 comentários era o fato de ter sido realizada para alunos de uma escola do nível médio.
Levados pelo Professor David Cotrin, vários alunos da escola Irene Resina Migliorucci “prestigiaram” a performance e levaram para casa o “souvenir”, DNA – Personal Card, com assinatura em “sangue vivo” e decorados com pelos pubianos. A direção da escola até agora não se pronunciou. E a Diretoria Regional de Ensino?
PELO EM OVO
Esse tem sido o também DNA do desgastado governo Manoel Gaspar (PMDB). “Vou arrancar é o couro”, frase atribuída ao ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) e que bem serve para a atual administração – o povo paga com o couro pra ver “pelo em ovo”, como gosta de citar Gaspar, quando a oposição procura coisa supostamente errada em seu governo. Assim como essa em que a Secretaria Municipal de Cultura investiu dinheiro e disponibilizou funcionários, alimentação, material gráfico, hospedagem e transporte para o FESTAETT.
E a Secretaria de Relações Institucionais? Divulgou freneticamente no próprio site da Prefeitura, nas rádios, jornais e redes sociais. Agora, cala-se sobre o fato. Calados, também, estão o prefeito, o secretário de Cultura Anderson Medeiros, secretária Talitha Dalacosta e os organizadores do FESTAETT, Renato Gonzalez e Fábio Dias.
Não que o festival não tenha apresentado teatro. Mas nem todo o teatro do mundo justifica o fato de expor alunos possivelmente menores de idade a uma apresentação sem sentido, com riscos de contaminação, além de uma exposição bizarra com fezes, pelos e esperma. No mínimo “cheira mal”.
O dinheiro público não pode financiar uma coisa assim. Até mesmo o Facebook deletou, automaticamente, o vídeo postado por uma internauta, por não concordar com o conteúdo. Porque nós temos que concordar e pagar a conta?
O que foi apurado pelo site é que muitas das contas do Festival foram custeada pela Prefeitura de Tupã. O que não é mais grave do que a exposição dos menores a este show de horrores.
Perguntas que esperam respostas: O Ministério Público já tomou conhecimento dos acontecimentos? Tomará as devidas providências? E onde está o Conselho Tutelar e a OAB _ Ordem dos Advogados do Brasil?
Nos 8 dias de apresentações não se viu nenhum representante do Conselho Tutelar de Tupã no Clube dos Comerciários. Será que o Festival preocupou-se em providenciar alvará para entrada e permanência desses adolescentes para assistirem a esse tipo de apresentação?
Pelo que se apurou, todas as apresentações contaram com a presença de menores, integrantes dos grupos de teatro que coordenavam o Festival, Grupo Ágape e Cia. Ágora.
AS DROGAS
O diretor do Grupo Ágape, Renato Gonzalez, é policial militar, integrante do PROERD -Programa Educacional de Resistência às Drogas e à “violência”. É um projeto onde os policiais militares fardados e devidamente treinados e com material próprio (livro do estudante, camiseta e diploma) desenvolvem um curso de prevenção às drogas e à violência na sala de aula de sua escola. “Esse fato nos assombra. Se quem deveria agir contra, coloca nossas crianças nessa condição de risco, senão físico, psicológico. O que esperar dos outros”, observou um dos internautas. Será que é condizente com a corporação da PM?
Esperemos que as devidas providências sejam tomadas e que as autoridades competentes apurem o fato e se for o caso que advirta os responsáveis. E que também tenham coragem e se manifestem contra ou a favor desse tipo de ácida apresentação. O deprimente “espetáculo” fez lembrar a peça teatral em que oito atores completamente nus vão explorando com o dedo o ânus uns dos outros. Esse também patrocinado com dinheiro público. Que mico artístico.