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Sentença sobre tráfico de drogas em Bastos deve sair em breve

Audiência de instrução e julgamento sobre a denúncia envolvendo ex-diretora de Saúde já foi realizada. Ouça texto

Aproximadamente dentro de 45 dias, a partir da audiência de instrução e julgamento, realizada no último dia 21, deverá ser proferida sentença sobre a denúncia de tráfico de drogas envolvendo a ex-diretora de Saúde de Bastos (SP), Amanda Berti. Leia mais: BASTOS: droga da “saúde” era comprada com dinheiro da Covid-19

A sentença já poderia ser prolatada logo após a audiência por vídeo conferência que durou cerca de 2 horas, mas o advogado de defesa, Claudemir Antônio Navarro Júnior usou de expertise para protelar a decisão da Justiça.

Apesar do tempo que se pretende ganhar, não está descartada uma eventual condenação dos réus.

Navarro Júnior havia informado que o crime de tráfico teria caído e os mesmos foram denunciados pelo Ministério Público apenas pela associação ao tráfico – tráfico de drogas e condutas afins, onde as vítimas são a saúde pública e a coletividade.

Na audiência de instrução e julgamento também foram ouvidas testemunhas de ambos os lados (acusação e de defesa).

No processo houve atuação de outro advogado: José Carlos Menezes da Silva, na defesa de Odimar Soares da Silva, o “Paiakan”, motorista terceirizado, contratado pela empresa Arrabal Serviços Médicos, prestadora de serviços ao hospital de Bastos.

“Paikan” está preso, após tentativa de homicídio contra a vida do próprio sogro, na Zona Sul de Tupã. Segundo consta, teria confessado participação no tráfico de drogas e se diz arrependido.

Por outro lado, Amanda Berti e seu atual companheiro, Fagner Lima Silva, teriam negado envolvimento nos crimes. Leia mais: Veículos da Prefeitura de Bastos eram usados para o tráfico de drogas

A DENÚNCIA

Prédio da Secretaria de Saúde, local onde a droga chegava…

A denúncia faz parte de ação penal movida pelo Ministério Público e é baseada em inquérito policial que realizou busca e apreensão em imóveis de Bastos, com objetivo de localizar entorpecentes e, outras possíveis provas, sobre o que o Ministério Público (MP) classificou de organização criminosa.

De acordo com o promotor de Justiça, Rodrigo de Andrade Figaro Caldeira, três pessoas, se associaram para promover o tráfico de drogas prevalecendo-se da função pública.

O grupo era responsável pela aquisição, fornecimento, transporte, distribuição e venda de cocaína, em Bastos e Tupã.

As investigações tiveram início com a apreensão de um celular marca “Apple”, modelo “iphone 7 plus”. O aparelho foi periciado pelo Instituto de criminalística da Polícia Civil de Tupã.

A droga era adquirida em Marília e Pompéia e transportada em veículo oficial do município. Para o MP trata-se de crime considerado hediondo.

A denúncia foi oferecida à Justiça e os acusados incursos no artigo 35, “caput”, c.c. artigo 40, inciso II, ambos da Lei nº 11.343/06. Leia mais: Tráfico “oficial” em Bastos acontecia em plena pandemia

EXAMES E DROGAS

Veículos da prefeitura eram usados para transportar droga – Foto: Ilustrativa

O Ministério Público apurou que o veículo oficial da Prefeitura de Bastos levava exames de Covid-19 a serem realizados no Instituto Adolfo Lutz, e no trajeto de volta , “Paikan” se encarregava de adquirir cocaína em Pompéia ou em Marília.

Localizada estrategicamente no andar superior da Rua Presidente Vargas, 398 – centro de Bastos, a Secretaria Municipal de Saúde transformou-se num “entreposto” de cocaína para usuários e frequentadores de bares e restaurantes de Bastos e de Tupã.

A droga, chamada de “tênis”, passava pela Secretaria, era fotografada, armazenada e comercializada em gramas que custavam entre R$ 25,00 e R$ 50,00.

Os acusados usavam os cargos que ocupavam, a estrutura de trabalho, serviços e carro oficial para camuflar o esquema, segundo a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de Tupã.

O tráfico de drogas era realizado em pleno expediente de trabalho de todos os envolvidos – três funcionários – dos quais, dois diretos da administração pública e um indireto.

ENTRELAÇADAS

Foto: Tupãense Notícias/Divulgação

De acordo com o inquérito instaurado pela DISE, através do delegado Flávio Delgado de Melo, as investigações estão entrelaçadas com a ação civil pública movida pelo Ministério Público de Bastos, que apura irregularidades na administração de recursos federais para enfrentamento do novo coronavírus. Leia mais: SEGREDO DE JUSTIÇA: Amanda Berti nega que tenha criado esquema de corrupção

– Portanto, é de nosso conhecimento que Amanda Ramos Berti mantinha conta 6014312-6, agência 0655, Banco Votorantim apenas para receber “repasses” da empresa Arrabal Serviços Médicos LTDA, utilizando recursos federais na promoção do tráfico de drogas, aparelhando o sistema de saúde de Bastos e permitindo que vidas fossem perdidas para o novo coronavírus. Não satisfeita Amanda Berti permitiu que veículos oficiais da Secretaria da Saúde fossem empregados no transporte de entorpecentes, revela a página 136 do processo.

O grupo se associou para o tráfico de drogas, no mínimo, no período de junho a outubro de 2020, conforme denúncia do MP, concluída em 20 de junho de 2022.

Leia também:LARANJA: “Ela era a minha patroa”, sobre Amanda Berti

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