15º Festaett: Infecção de ouvido levou ator a encenar “as humilhações que teria sofrido num hospital”

De: Renato Gonzalez Rosa <renato.gonzalez@agapetupa.com.br>

Assunto: Formulário de Contato – Blog Jota Neves

NOTA DE ESCLARECIMENTO

(Foto: Facebook/Divulgação Festaett)
(Foto: Facebook/Divulgação Festaett)

Tendo em vista as dúvidas levantadas a respeito da Organização do 15º Festaett vimos a público esclarecer que:

O 15º Festaett – Festival Nacional de Teatro de Tupã aconteceu de 21 a 28 de maio de 2016. Foram 17 espetáculos que foram encenados no palco do Clube dos Comerciários, visando através de uma mostra competitiva de espetáculos a promoção das artes cênicas em Tupã e região, apostando na diversificação das apresentações, com montagens tradicionais e propostas inovadoras, que possam contemplar a qualidade artística e técnica, com textos, atuações e direções expressivas. E tem sido assim desde sua primeira edição no ano de 2001.

Dentre as 17 apresentações artísticas, uma em especial foi a causadora de tais duvidas: a Performance solo apresentada nos dias 25 e 26, no Clube dos Comerciários, intitulada DNA – Personal Card, de Aguinaldo Souza da cidade de Londrina PR.

Aguinaldo de Souza é Mestre (1998) e Doutor (2003) em Letras, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Cumpriu os créditos do mestrado em Artes Corporais (1996 – 1998) na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é coordenador do grupo de pesquisa: O corpo pós-moderno: aplicações extra cotidianas, cadastrado no CNPq, desde 2005. Diretor a Cia do Santo, Diretor a Cia L2, Coordenador o grupo de pesquisa universitária: “Treinamento técnico e sistematização do trabalho do ator”. Atua na performance solo: DNA – Personal Card (2010 até o momento). Desenvolve a performance DNA – Interveiw, que resulta numa exposição de obras bidimensionais (2013 até o momento).

A performance, nas palavras do artista, “tem por objetivo questionar o sistema de saúde e as humilhações que se passa num hospital, vivido pelo mesmo, após uma internação decorrente de uma infecção de ouvido. Ele estava nu para mostrar a humilhação que passou. É uma função da arte na atualidade falar dessas agressões. O corpo feio o corpo velho e o corpo doente chocam muito por que a gente tem a mania na sociedade de esconder a feiura a doença e a velhice. Se fosse um ator jovem musculoso bonito ou uma atriz fazendo strip-tease e fazendo insinuações sexuais, as pessoas provavelmente não sairiam falando, não sairiam chocadas. Acontece que esse é um teatro que busca uma verdade: que o corpo humano se deteriora.  Que ele é sangue saliva, pelos e ironia”.

Dito isso, é importante salientar que a performance tinha sua classificação indicativa regulamentada em material disponibilizado pelo Ministério da Justiça. O artista a classificou como sendo não indicada para menores de 16 anos.  São admitidos para esta faixa etária conteúdos que apresentem: RELAÇÃO SEXUAL INTENSA, cena hiper-realista ou de longa duração, com qualquer modalidade de sexo (vaginal, anal, oral, manual) não explícito. EXEMPLO: Casal mantém relação sexual de longa duração, com detalhes como suor ou orgasmos, mas não é possível visualizar penetração. Há de ressaltar que, são admitidos para a faixa etária de 14 anos conteúdos que apresentem: NUDEZ – Cena em que são exibidos seios, nádegas e/ou órgãos genitais.  Tudo isso conforme o GUIA PRÁTICO DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA, Organizado pela Secretaria Nacional de Justiça.

Em atendimento ao especificado, algumas pessoas foram aconselhadas a não adentrar ao recinto para a apresentação desta performance, o que foi de pronto atendida por elas. Compete a Organização do evento a divulgação antecipada da classificação indicativa em material propagandístico o que foi feito por meio da Fan Page, na portaria do evento e por vídeo.

O próprio artista no início da performance explicou que “as pessoas que se sentirem incomodadas se retirem por que o trabalho é forte. Tanto é que quando começou a cena várias pessoas deixaram o local, o que é um direito delas. A cena é feita sem luz de espetáculo, em um espaço sem holofotes justamente para que as pessoas se comprometam a ficar ou não. A primeira coisa que foi dita é que podem deixar o recinto caso se incomodem com a alguma ação. Quem ficou participou”.

No dia da performance haviam alunos, sendo eles do 3º ano do ensino médio do período noturno, agendados pela Escola, cujo interesse partiu das aulas e projetos realizados em sala, na disciplina de Artes, e que vinham de encontro com trabalho sobre Arte Contemporânea.

Diante de todo o exposto, fica claro que não foi cometida nenhuma ilegalidade.

Desde a apresentação da referida Performance até o presente momento, a Organização do Festaett não foi procurada oficialmente para sanar quaisquer dúvidas ou prestar esclarecimentos.

O que vemos apenas são manifestações confusas, agressivas e sem fundamentos, desde o local real da apresentação, a classificação etária, a presença de menores de idade e até sobre a performance em si.

O Festaett não compactua com preconceitos de nenhuma ordem, censura, exposição gratuita, incitação à violência, homofobia, xenofobia, racismo e hipocrisia presentes na maioria das discussões ocorridas na última semana.

Continuaremos lutando pela Arte e pela Cultura de nossa cidade e região apesar de esforços contrários, sempre respeitando as Leis e opiniões vigentes sobre o assunto.

Estamos à disposição.

COMISSÃO ORGANIZADORA

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