30 dias: A liberdade, o porta voz de Trump e a doutora Jeane Rosin

Após 20 dias da “coletiva” da discórdia, o assunto segue pautando as discussões políticas sobre os erros e possíveis acertos da atual administração. Ao completar 30 dias de governo, Ricardo terá como missão amenizar o super ego de alguns técnicos.

Jeane boca fechada

O que há em comum entre os discursos do deputado federal Evandro Gussi (PV), do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer e da secretária de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Tupã, Jeane Rosin? Talvez nada ou apenas as pretensões de dois dos personagens. Mas, nada em comum entre ambos e parte do discurso do parlamentar no dia da posse do prefeito, vice e vereadores.

Ele discursou por mais de meia hora e discorreu sobre a importância da política na vida dos cidadãos, a missão de cada um dos empossados e sobre a necessidade de cuidar do jardim para atrair as livres borboletas. “Não devemos aprisioná-las em um quadro estático na parede”, enfatizou.

Os discursos dos eleitos e empossados seguiram a mesma trajetória de humildade e união, nada comparado às declarações do porta-voz americano e da arquiteta tupãense – considerada uma grande paisagista justamente de praças e jardins que recebem as libertárias borboletas do discurso da posse.

Spicer e Rosin mostraram como a imprensa deve conduzir suas matérias jornalísticas. Enquanto o primeiro portou a voz do polêmico e fanfarrão Donald Trump a segunda “portou a voz” do ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Bem ao estilo Trump, Waldemir atropelava os repórteres durante as coletivas.

Considerando que a secretária manifestou a proeza de apontar o dedo em riste à imprensa dizendo como deveria se comportar diante de notícias polêmicas, não é nenhuma petulância de nossa parte afirmar que a doutora Jeane Rosin atirou pedras no jardim da Casa Branca e aprisionou as suas próprias “asas” ao quadro negro do passado.

Descompromissada com os ideais de humildade da atual administração sob o comando do prefeito José Ricardo Raymundo (PV) e de seu vice Caio Aoqui (PSD), Jeane Rosin esbravejou: “Então eu peço a gentileza de vocês, pra que vocês não fiquem numa situação delicada que procurem se informar. Eu disse ao Ricardo, estou aqui para passar a limpo essa história”. Parafraseado mundo afora o líder pacifista indiano Mahatma Gandhi diria – “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Donald Trump enviou o secretário de imprensa Sean Spicer para gritar na mídia por ludibriar as pessoas, segundo ele, sobre o tamanho de sua multidão. Spicer começou dizendo que os planos do governo Trump de manter a mídia responsável quando eles mentem e, em seguida, passou a desencadear este desentendido rant.

A liberdade de imprensa nos Estados Unidos assegura a liberdade de expressão como um dos direitos fundamentais da sociedade. Neste conflito de eventuais interesses e na defesa de seus supostos direitos, há de prevalecer o interesse público, razão pela qual no Brasil a liberdade de imprensa é um dos pilares do estado democrático de direito.

Portanto, entre o discurso fantasioso sobre a liberdade das borboletas e o repressivo de Spacir e de Rosin, prefiro acreditar no maior defensor do princípio da não agressão, como um meio de revolução – Mohandas Karamchand Gandhi.  “O caminho da verdade” ou “a busca da verdade”, idealizado pelo maior defensor do Satyagraha, também inspirou gerações de ativistas democráticos e antirracistas, incluindo Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.

Foto: EPA - Sean Spicer
Foto: EPA – Sean Spicer

“Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível” e “O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente”.

No mundo contemporâneo acredita-se na força do poder, do dinheiro e dos títulos como forma de supremacia. Ainda bem que, contrariando esta tese, o professor, gramático e filólogo pernambucano Evanildo Cavalcante Bechara defende a linguagem formal e informal como patrimônio do povo brasileiro. Sem preconceito: “O falante deve ser poliglota em sua própria língua”.

Eu posso não ser um PhD, mas compreendo a língua dos doutores e os gritos que vem das ruas, com suas gírias e seus diferentes sotaques. Sei a importância da liberdade dos insetos, da imprensa e dos “escravos humanos” – aprisionados pela lavagem cerebral praticada por aqueles que desconsideram as crenças e o conhecimentos dos outros.

Nem mesmo para quem possui o mais elevado conhecimento técnico pode argumentar contra os fatos. Após 20 dias da “coletiva” da discórdia, o assunto segue pautando as discussões políticas sobre os erros e possíveis acertos da atual administração na escolha do seu secretariado.

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