A “Semana do Trânsito” em Tupã começa com polêmica e tentativa de transformar um erro em acerto de marketing.
Na verdade, tanto faz cinto como sinto para quem defende a tese de que há discurso para toda situação. Tanto faz – fazer oposição à língua pátria, plagiar, apropriar-se indevidamente de criação alheia, corromper no trânsito ou ser corrompido. Não importar os meios para chegar-se aos fins.
“Sinto” de segurança com “S” pode ser até ser jogada de marketing se a administração não tivesse demonstrado ao longo desses três anos possuir “pedigree” para a ilegalidade, imoralidade, falta de transparência e sentimento de probidade política e administrativa. Furtar e apropriar-se de ideias alheias não são sinônimos de marketing criativo.
Vender o que é bom e esconder o ruim, não é ideia inteligente. O ex-ministro Rubens Recupero caiu assim em 1994 ao ser flagrado pelas parabólicas. “Eu não tenho escrúpulos; o que é bom à gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.
Permitir a obstrução de imagem semafórica pode significar omissão e prevaricação de quem tem o dever e a obrigação de fiscalizar a legislação de trânsito. Em Tupã o desrespeito às normas não está apenas na faixa que indica um erro ortográfico, mas também nas leis que regulamentam a travessia semaforizada.
O desrespeito ortográfico pode provocar acidente pela curiosidade de motoristas e pedestres, assim como o descumprimento à regulamentação próximo ao semáforo. Numa única faixa, a cruz do logotipo plagiado do Governo de Tupã e, eventualmente fruto de uma apropriação indébita e um erro grotesco trocando o sinto (do verbo sentir) pelo cinto (qualquer faixa que rodeia a cintura ou o tronco para fins de segurança) é multiplicar o vexame.
Permitir painéis de LED próximos a esses instrumentos de segurança de trânsito é no mínimo outro equívoco constatado na abertura da “Semana do Trânsito” que se inicia nesta sexta-feira (18). O que “Cinto” é a minha visão ofuscada pelo painel de LED. E quem é responsável pela fiscalização?
Sem nenhuma intenção de fazer “marketing” enganoso, só quero chamar a atenção para uma eventual omissão e possível prevaricação das autoridades constituídas. A legislação é clara: em qualquer dos padrões de posicionamento de semáforos, é necessário que as interferências visuais sejam observadas. A verificação em campo é fundamental, pois só assim é possível avaliar a visibilidade dos semáforos sob o ponto de vista do pedestre e do condutor.
Da mesma forma, é necessário verificar periodicamente as condições de visibilidade dos semáforos, que podem ser obstruídos por interferências visuais tais como galhos de árvores, painéis publicitários, alinhamento dos postes de energia elétrica e, até mesmo, sinalização de trânsito implantada posteriormente ao semáforo. Essa verificação deve ser realizada em diferentes períodos do dia e em diferentes condições de luminosidade ambiente (fontes: http://www.denatran.gov.br/ e diariodosul.com.br).
Quem circula pelo Centro de Tupã já deve ter percebido os painéis de LED com anúncios e outras informações. Na cidade, há pelo menos dois painéis instalados em pontos de grande fluxo de veículos. Nestes locais, eles estão próximos a semáforos e estariam causando problemas para motoristas.
Isso porque, à noite, principalmente, há confusão entre a luminosidade do painel e o semáforo. Em Tupã, esses painéis estão localizados na Rua Aimorés, esquina com a Avenida Tamoios e outro está fixado na Rua Aimorés, esquina com a Avenida Tapuias. Com a palavra, as Secretarias de Segurança e Trânsito e de Relações Institucionais e a Polícia Militar como parceira da programação.
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