Após reunião com secretariado, Gaspar se encontrou com o vice-prefeito, Thiago Santos, para possivelmente tratar sobre transição de governo.
A situação é tão claudicante para o prefeito de Tupã, Manoel Gaspar (PMDB), que sequer consegue renunciar em paz. O vazamento da informação sobre o afastamento por três meses do chefe do executivo tupãense ou até mesmo uma eventual renúncia, publicada na madrugada de hoje (9) pelo blog, pegou de surpresa o staff do prefeito. Mesmo assim, enquanto uma nuvem negra pairava sobre o branco Paço Municipal, anunciando instabilidade do tempo, áreas de nebulosidade também tomavam conta da sala de reunião da prefeitura.
O fato repercutiu de tal forma que a decisão tomada foi recuar outra vez. Ficou acertado que após o reveillon, ou seja, em 2016, Gaspar deverá anunciar a decisão que vem amadurecendo desde maio: abrir mão do poder e entregá-lo ao vice-prefeito Thiago Santos (PSB), não sem antes aparar arestas e fazer recomendações. Gaspar quer a garantia de que algumas situações supostamente nebulosas sejam amenizadas pelo sucessor. Já Thiago antecipou que, só assume em caso de renúncia e após a exoneração de todos os secretários.
É possível, que por causa desse discurso do vice, alguns secretários de Gaspar mantiveram contato com Thiago ainda na manhã de hoje, colocando os cargos à disposição e aproveitando para fazer uma média. Gaspar também sabe que a partir de janeiro, outros secretários deverão abandonar o barco e deixá-lo na mão, numa situação de ingovernabilidade. Há tempos, desde que a oposição “derrubou” os poderes do vereador Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP), o prefeito tem colecionado derrotas no Legislativo. A última aconteceu na segunda-feira (7), quando pretendia aprovar a venda de uma área rural e perdeu.
Mesmo arrebanhando o voto do vereador José Maria de Oliveira, “Zé Maria” (PROS), Gaspar não contava com a desertora Telma Tulim (PSDB), chamada de “traíra” pelo parlamentar Ribeirão. Em entrevista à imprensa Gaspar fez o que mais sabe fazer neste seu terceiro mandato: chorou. Criticou os opositores e ocultou a verdade. Quem o derrotou foi Telma Tulim, Ribeirão e seus próprios oportunistas “amigos”.
DIREITO DE RESPOSTA
Durante a reunião pela manhã, alguns incautos e inconformados secretários queriam direito de resposta do blog, já outros seguiram a opinião de Ribeirão. “Processa o blog, mas faz de conta que desconhece o fato. Ignora”. Já outros falaram demais e fantasiaram conspiração. A conspiração está instalada dentro do próprio governo e, não difere em nada do governo do ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB).
No auge da crise política e de credibilidade de seu governo, Waldemir fingia que nada acontecia, mas hoje admite: “se eu tivesse ouvido mais o Jota Neves, não estaria enfrentando tantos processos”. A verdade hoje é que a administração Gaspar não tem credibilidade nem para renunciar. A situação é típica da enfrentada pelo governo de Dilma Rousseff. Será que a saída é um impeachment?
Gaspar ainda vai ter que explicar o suposto saque na “boca do caixa” de um cheque de R$ 350 mil, referente ao “Tupã Folia” 2013, além daquele sacado pelo filho Gustavo Gaspar, no valor de R$ 254.750,00 em plena sexta-feira de Carnaval 2014. Pensando em se afastar da prefeitura, talvez por isso, Gaspar ainda não se decidiu sobre a realização do “Tupã Folia” 2016. Por outro lado, independentemente do evento acontecer, a folia já começou e é protagonizada pelo Governo de Tupã.
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