Teve de tudo. Bate boca, socos na mesa desferidos pelo deputado federal Evandro Gussi (PV), reuniões intermináveis em salas, gabinetes e chácaras. O acordão fechado para o prefeito Ricardo Raymundo (PV) conseguir trazer três vereadores da oposição para sua base deixou explicíta tensão, intrigas, interesses pessoais mascarados de públicos e sordidez moral.
Além das possíveis Secretarias que podem ser criadas e ou Departamentos para não deixar cristalino a real intenção de abrigar colaboradores de campanha com cargos em comissão, conforme o blog antecipou com exclusividade tudo sobre as negociações de bastidores, um detalhe ainda não revelado chamou a atenção: não está descartado um confronto entre os evangélicos Rudynei Monteiro (PP) e Eliézer de Carvalho (PSDB).
Os dois pastores não sabem, mas essa possibilidade foi prevista no caminhar das negociações, ainda quando Rudynei também foi sondado, através do ex-vereador Antônio Alves de Sousa (PP). O objetivo também era o apoio do partido ao executivo. Na antessala do prefeito Ricardo, a conversa era essa – “deixa o Rudynei, ele não sabe o que lhe espera”, disse um dos negociadores.
Uma fonte que ouviu o diálogo, revelou ao blog que a frase associada a outros detalhes deixou clara a intenção de colocar em xeque a credibilidade de Rudynei Monteiro como opositor, durante um eventual confronto verbal da tribuna com o possível líder do prefeito na Câmara, o Pastor Eliézer. A negociação inicial era que Eliézer iria ser o líder do executivo no legislativo.
ROTA TRAÇADA
“Os dois evangélicos vão bater boca na Câmara e o pessoal vai comentar – “até os evangélicos estão brigando”, divertiu-se um dos interlocutores da sórdida trama para colocar em rota de colisão dois dos quatro evangélicos dessa legislatura.
A “salvação” do confronto entre os vereadores evangélicos pode acontecer se o Pastor Eliézer de fato respeitar a suposta decisão do PSDB de não fazer parte do governo. Em tese, para evitar uma represália partidária é só deixar de ser o líder do prefeito.
Para completar a degeneração moral de uma planejada negociação dos porões da política tupãense, um dos idealizadores da trama acrescentou em tom de questionamento “quem dos dois tem mais credibilidade (referindo-se aos vereadores Eliézer e Rudynei? É claro que o Eliézer vai levar vantagem nessa…”, acredita.
Há de se lembrar também que, neste episódio, o mencionado favorecimento comercial à Igreja Católica durante a realização da Tupã Junina serviu de pano de fundo para chantagear o chefe do executivo tupãense. Ele esteve sob suspeita de crime de responsabilidade e cogitava-se até no impeachment de Ricardo Raymundo. O outro motivo seria pelo fato de ter ido pescar, segundo opositores em território estrangeiro, e sem autorização da Câmara.
Por tudo isso, até agora não dá para saber quem de fato vai levar vantagem nessa negociação de coalizão. Será o prefeito Ricardo com os seus 10 possíveis vereadores ou os parlamentares que dizem se somar aos esforços de um “tempo novo” para Tupã? O futuro do presente indicará.
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