Um jornalista desencadeou a operação dízimo na prefeitura de Marília
Osvaldo Machado, companheiro com o qual dividi informações sobre a corrupção na Polícia de Marília, denunciamos o crime nas instituições públicas municipais, preconceito contra a mulher; o contrabando, os crimes contra a vida. Osvaldo Machado, um jornalista vítima da ganância dos homens públicos como todo cidadão. Vítima por denunciar os desmandos administrativos. Agredido muitas vezes, humilhado, mas continuou de pé, cabeça erguida, combativo, incorruptível. Usa como principal arma para combater os inimigos do povo, a inteligência, a coragem de poucos e a caneta em punho.
Osvaldo Machado, a voz que não cala, mesmo quando nada fala; apenas escreve palavras que ecoam e petrificam o sentimento de Justiça feita, quando um prédio de seis andares onde funciona o Paço Municipal que ostenta a frase “Simbolo de Amor e Liberdade”, mas, nos grotões o ódio e a tentativa em vão de reprimir a expressão simbolo da democracia, a imprensa e seus profissionais que gritam e se recolhem como águias na tentativa de recompor as energias para alçar voos certeiros nos abutres que infestam e devoram picanhas com amigos e dão às crianças apenas salsicha na merenda escolar.
Enquanto a Polícia Federal e o Grupo de Apoio e Repressão ao Crime Organizado (GAECO) agiam, Osvaldo Machado refletia com a certeza da missão cumprida. Em solidariedade e em apoio ao trabalho realizado pelo amigo e companheiro Osvaldo Machado, retratamos aqui o seu retorno, aliás, sentimos mesmo sua falta na rede de relacionamento social, uma das ferramentas hoje de todo profissional e veículos de comunicação social.
Jornalista Oswaldo Machado
Boa tarde a todos @s Car@s Amig@s que preocuparam-se comigo nos últimos quase 30 dias, em que simplesmente “desapareci” do Facebook e mesmo de compromissos importantes! Daqui uns dias vou explicar tudo em detalhes: não tinha outro jeito… Nesse período (por três semanas) fiquei até mesmo sem internet por falta de pagamento (não tenho vergonha de admitir!). Mas tô aqui! De cabeça erguida, um tanto depressivo, mas FIRME E FORTE!!! Sempre! Os dias de “retiro” foram ótimos pra conseguir ler alguns livros. Reli, com muito gosto, “Minha razão de vier/Memórias de um Repórter”, de Samuel Weiner, relatando a saga da Última Hora… E, mesmo longe do Facebook diário (credo… melhor dizer “todo dia”…), saboreei “O Efeito Facebook”, com os bastidores desse nosso vício, escrito pelo jornalista David Kirkpatrick (recomendo!), e tomei como livro de cabeceira o clássico “O Príncipe”, de Maquiavel, com comentários de Napoleão Bonaparte (ele mesmo, o Baixinho…), numa primorosa edição da Humus. Vou resolver as mensagens não respondidas, os pedidos de amizade parados. Acho que até domingo estarei “normal” de novo (kkk – Louco é quem me diz que não é feliz!). Abraço a tod@s!
EMPENHOS FICTÍCIOS DO GABINETE
Chegou às mãos do declarante cópia de e-mail passado pela sra. ELAINE APARECIDA BOTELHO (elainebotelho2005@yahoo.com.br), diretora da gráfica Fullgraph (pode haver outro nome de fantasia), da cidade de Bauru, ao sr. JOSÉ OLAVO DE OLIVEIRA CARVALHO (j.olavo@bol.com.br) em que há uma cobrança explícita de valores devidos pela PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA, representada pelo sr. NELSON VIRGÍLIO GRANCIERI, referente a pagamentos atrasados de serviços de impressão do JORNAL ATUALIDADES, de propriedade do sr. MAURÍCIO MACHADO, conhecido como ‘PALHINHA’ e recentemente envolvido em operação levada a cabo por esta delegacia.
Importante ressaltar que o e-mail citado confirma cabalmente todas as alegações iniciais e depoimento prestado por este declarante neste inquérito, no mês de junho do ano passado, com quatro CD’s de gravação de áudio também entregue a esta autoridade policial. Cópia do mesmo é anexada neste momento.
Ou seja, prova-se com todas as letras que a PREFEITURA DE MARÍLIA era e continua sendo a fonte pagadora não só de publicidade, mas também de serviços gráficos e salários de funcionários do JORNAL ATUALIDADES, em evidente desvio de recursos públicos, improbidade administrativa e abuso do poder político e econômico na campanha eleitoral de 2008.
A ficha financeira de MAURÍCIO MACHADO ME LTDA no cadastro de fornecedores da Prefeitura leva o número 10564, e há ainda uma outra empresa aberta para receber empenhos: AGÊNCIA ATUALIDADES DE PROPAGANDA ME, ficha número 13898.
Mas o “grosso” dos pagamentos é feito em espécie, a partir da sala de GRANCIERI.
Na época da campanha, os recebimentos eram feitos por PALHINHA ou o jornalista CARLOS FEREIRA, o Carlão (telefone 9736-1800), que inclusive fez a entrega de dinheiro do salário devido ao jornalista OSWALDO MACHADO em duas ocasiões, saindo da sala de GRANCIERI, fato este relatado no depoimento prestado ao dr. Navas e no termo de declarações protocolado em junho de 2009.
O declarante passa a contextualizar o e-mail da sra. ELAINE ao sr. JOSÉ OLAVO, de forma a detalhar o esquema.
Já no primeiro parágrafo ela afirma que “mediante a falta de pagamento da Prefeitura de Marília” (grifei) estão sendo protestados três cheques de JOSÉ OLAVO dados como garantia de impressões do ATUALIDADES.
Conforme nossa apuração, JOSÉ OLAVO (que aparece em dois CD’s de áudio em poder desta delegacia, neste IPL 335/09 -basta confrontar com os relatórios de degravações dos mesmos…) continuou a trabalhar para NELSON GRANCIERI e a PREFEITURA DE MARÍLIA mesmo após as eleições, atuando como intermediário do chefe de gabinete do prefeito em ações paralelas e na montagem de um “novo e grande esquema político”.
A sra. ELAINE pede que o e-mail seja mostrado ao prefeito MÁRIO BULGARELLI num esforço para que as dívidas do ATUALIDADES sejam pagas com dinheiro público, o que efetivamente ocorreu em várias ocasiões e continua a ocorrer, com a elaboração de empenhos fictícios em favor da gráfica de Bauru.
Só no mês passado foram pelo menos dois empenhos no valor de cerca de R$ 7.600,00 e neste mês de junho sairão outros.
Em seguida, ELAINE apresenta e-mail enviado a MAURÍCIO MACHADO (mauriciopalhinha@yahoo.com.br) em 18 de maio deste ano, com o assunto “pendências”.
No texto, ela lembra que “nos dois últimos anos fui várias vezes para Marília tentar resolver o pagamento da dívida de seu jornal” com o “Nelsinho”, numa referência ao chefe de gabinete NELSON GRANCIERI, tudo conforme relatado por este declarante em junho do ano passado.
A dívida chega a R$ 72.065,00 e ELAINE confirma que a PREFEITURA DE MARÍLIA já pagou o valor de R$ 29.630,00 através de empenhos fictícios, restando ainda R$ 42.435,00.
Ela lembra que em 16 de setembro do ano passado esteve no gabinete do prefeito ao lado de JOSÉ OLAVO e NELSON GRANCIERI, quando foi acordado um novo esquema de empenhos para quitar o total, fato que está ocorrendo por esses dias, o que faz este declarante sugerir à autoridade policial uma ação de BUSCA E APREENSÃO de documentos e computadores, bem como a quebra do sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático dos envolvidos citados, acrescendo ainda que a emissão dos empenhos dá-se na sala do sr. Paulo Hirose, conhecido como “Paulinho”, no setor de Licitações da Prefeitura de Marília, que fica na esquina das ruas Gonçalves Dias com Álvares Cabral.
Um deles deve ter o número 0150501, emitido dia 19 de maio deste ano, e encontra-se na mesa do chefe de gabinete NELSON GRANCIERI, em cujo computador (não só o de mesa, mas principalmente o notebook pessoal) encontram-se informações relevantes para a finalização deste inquérito e de outros que apuram enriquecimento ilícito e fraudes na administração pública.
O declarante sugere que a Polícia Federal intime imediatamente o sr. JOSÉ OLAVO (não tenho o endereço do mesmo, mas seu telefone é o (14) 9687-8900), para depor sobre sua participação no esquema a mando de NELSON GRANCIERI, oferecendo ao mesmo os benefícios da DELAÇÃO PREMIADA, já que no fim das contas o mesmo também acabou prejudicado por NELSON GRANCIERI e PALHINHA, pois teve vários cheques devolvidos por culpa dos mesmos, com a inclusão do nome dele no Serasa e serviços de proteção ao crédito.
Importante lembrar que o sr. JOSÉ OLAVO é o mesmo que participou da organização da “carreata dos moto-taxistas” durante a eleição de 2008, que foi objeto de investigação desta delegacia.
Na época ele chefiava o restaurante da campanha, que fornecia mais de 500 refeições/dia a cabos eleitorais, pagava despesas de combustível da campanha com seu cartão de crédito pessoal e era um dos braços-direito de NELSON GRANCIERI. Mas não há recibo desse combustível nem dos serviços dele na prestação de contas da campanha de 2008, em mais uma burla da legislação eleitoral.
E, para constar, sabe-se que os alimentos utilizados na preparação das 500 refeições/dia para a campanha eleitoral de MÁRIO BULGARELLI eram adquiridos na empresa atacadista sucessora da Casa São Jorge, que fica na rua São Luiz próxima à escola Fatec, e pagas com EMPENHOS saídos do GABINETE DO PREFEITO, em flagrante desvio de recursos públicos.
Seguem alguns nomes de empresas do ramo de alimentos que receberam empenhos do gabinete do prefeito em 2008, principalmente nos meses da campanha eleitoral e até dezembro, com a quitação de dívidas que ficaram para trás:
fornecedor 12101 – RRR Produtos Alimentícios ME, recebeu mais de R$ 20 mil no período citado;
fornecedor 12289 – Antonia Alves Santana Açougue ME, recebeu quase R$ 50 mil no período;
Tropical Rio Preto Comércio de Hortifrutis;
Mercado Girotto de Marília ME;
Florão Alimentos;
Tokumo Comércio de Alimentos Ltda., dentre outros que o declarante apresenta a autoridade neste momento, conforme cópia dos balancetes de pagamentos emitidos por NELSON GRANCIERI só a partir do gabinete do prefeito em 2008 e início de 2009. Basta pedir a ficha financeira de cada um deles para ver o absurdo das “despesas”: gabinete de prefeito gastando R$ 50 mil em açougue… Picanha pros amigos e salsicha na merenda das crianças…
Interessante é o fato de que em 2009, entre janeiro e abril, aparecem dezenas de empenhos a favor dessas e de outras empresas, indicando que GRANCIERI, caloteiro que é, não pagou os fornecedores logo após a eleição e continuou a usar verba pública, do gabinete do prefeito, para acertar as dívidas.
O declarante insiste que GRANCIERI é a peça-chave de todo o esquema de corrupção na Prefeitura de Marília. Tudo passa por ele. De uma compra de agulhas a contratos milionários.
Outro detalhe observado no e-mail de ELAINE é a confirmação de fato que circula pelos bastidores políticos, de que há no setor financeiro da gráfica de Bauru cheques devolvidos de responsabilidade do sr. EDUARDO LOBATO, conhecido como ALEMÃO. Ao que consta, os mesmos foram preenchidos e assinados pelo sr. PALHINHA.
O declarante ressalta a necessidade da oitiva de JOSÉ OLAVO, que pode esclarecer muita coisa sobre o abuso do poder econômico e político nas eleições de 2008, fato que é objeto deste inquérito 335/09.
FRAUDE NO CONCURSO DA PREFEITURA
Sugere ainda que seja imediatamente entregue ao MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL o laudo de DEGRAVAÇÃO de conversa que o mesmo teve com este declarante em 8 de agosto do ano passado, para que os srs. promotores tomem providências em relação ao CONCURSO PÚBLICO em andamento pela Prefeitura de Marília, já colocado sob suspeita por jornais da cidade.
Este jornalista reafirma que esse concurso é suspeito e vai fraudar a boa-fé de milhares de pessoas esperançosas de entrarem numa carreira pública em detrimento de apaniguados do sr. NELSON GRANCIERI e do prefeito BULGARELLI.
Vale lembrar que o concurso só foi anunciado devido à demissão de mais de 200 funcionários contratados em regime de confiança pelo gabinete do prefeito em agosto do ano passado e que JOSÉ OLAVO procurou o declarante a mando de GRANCIERI, tendo ainda falado nas conversas gravadas (basta checar os laudos de degravação em poder da autoridade policial) sobre a mansão construída pelo chefe de gabinete e que também é objeto de apuração através do IPL 336/09.
Na ocasião, na tentativa de “calar a boca” deste declarante, era oferecido ao mesmo a aprovação dele “ou de sua mulher” no referido concurso, num cargo de nível C-2.
Mais detalhes constam no laudo de degravação do CD entregue nesta delegacia em 24 de agosto de 2009. Vale lembrar que na mesma data foi entregue gravação com diálogo entre o declarante e o editor do ATUALIDADES sr. MAURÍCIO TEODORO, que também confirma o pagamento de salários e despesas do jornal saindo diretamente do gabinete do prefeito, através do sr. NELSON GRANCIERI.
CASO COXINHA
O declarante pede a Vossa Excelência, se isto ainda não aconteceu, o envio ao Ministério Público Estadual ou órgão encarregado do caso, do laudo de degravação do áudio também entregue em 24 de agosto de 2009, em que o mesmo recebeu ameaça em data de 3 de agosto do ano passado, vinda do telefone celular (14) 9676-9710, tanto por voz como através de cinco mensagens SMS já relatadas neste inquérito. O celular do declarante continua à disposição da Polícia Federal para perícia desde então.
As ameaças fazem parte do que convencionou-se chamar de “Caso Coxinha”, em que o funcionário público municipal Alessandro Pereira dos Santos, vulgo “Coxinha” é acusado (está preso por isso) de organizar atentados e agressões contra desafetos da administração municipal, o que de fato ocorreu com o declarante, que levou uma surra de desconhecido em 13 de outubro do ano passado, “por coincidência” três dias após visitar o gabinete do prefeito e presidência da Câmara de vereadores informando que iria levar ao conhecimento do Ministério Público a não entrega de certidões requeridas junto aos órgãos públicos citados.
O declarante ficou quieto até agora por ter medo de novas agressões e até mesmo atentado contra sua vida por parte das autoridades municipais. Este jornalista é “a parte mais fraca” deste jogo, conforme o próprio COXINHA afirmou citando explicitamente o nome de OSWALDO MACHADO ao contratar um “bate-pau” para agredi-lo, em gravação anexada a inquérito afeito, e não tem condições de manter esquema de segurança pessoal.
Numa outra “coincidência” dos bastidores, estão trabalhando na Câmara e junto à presidência da mesma, os elementos Otávio Augusto de Oliveira, vulgo “Tochinha”, e o cabo PM Rubens Rogério, o “Rubão”, apontados como responsáveis por arrombamento e furto de documentos da casa do declarante durante apurações de irregularidades ocorridas na administração anterior, do ex-prefeito Abelardo Camarinha.
Por esse motivo até agora OSWALDO MACHADO não representou junto ao Ministério Público contra o sr. Presidente da Câmara, EDUARDO NASCIMENTO.
É pra ter medo ou não, sr. delegado federal?
MAIS UM DEPOIMENTO
O declarante compromete-se a trazer perante a autoridade o sr. CARLOS AUGUSTO MONTEIRO, conhecido como “Kal”, telefone (14) 9704-9020, e que trabalhou em 2008 tanto para o JORNAL ATUALIDADES bem como para a campanha de reeleição de BULGARELLI, tocada no paralelo pelo citado NELSON GRANCIERI.
O sr. CARLOS MONTEIRO poderá ajudar a esclarecer o esquema de pagamentos “por fora” feitos pelo gabinete do prefeito ao ATUALIDADES: impressões, salários de funcionários e panfletos anônimos que circularam na campanha eleitoral. O mesmo viajou várias vezes a Bauru, na gráfica, e pode confirmar o esquema que envolve a citada sra. ELAINE no caso.
GRANCIERI CONFIRMA ESQUEMA
A seguir, o declarante apresenta relatório sobre troca de mensagens SMS entre ele e o sr. NELSON GRANCIERI, ocorridas entre 21 a 24 de abril dese ano (telefone 14-9744-6824 de Oswaldo Machado e 9774-4448 do outro lado).
Dias antes este jornalista já havia começado a conversar com o chefe de gabinete através de mensagens de texto quando comparava a situação do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda com o mesmo, que havia acabado de ser preso.
O declarante pede à autoridade que leve em consideração, nas linhas abaixo, o uso do pronome pessoal nos diálogos. No contexto das mensagens, GRANCIERI admite que OSWALDO MACHADO trabalhou para ele e o prefeito BULGARELLI durante a campanha eleitoral e no JORNAL ATUALIDADES, inclusive propondo-se a acertar a situação de dívidas que ficaram pendentes, de forma a “calar a boca” deste declarante.
Da mesma forma que o próprio prefeito BULGARELLI tentou no ano passado, e que o declarante pede ao sr. delegado a leitura atenta do laudo de degravação de conversa entre o mesmo e o chefe do Executivo no dia 5 de junho de 2009, que consa deste inquérito 335/09.
No diálogo, BULGARELLI (fone 9621-5536) confirma o trabalho do declarante e chega a dizer que mandaria GRANCIERI lhe entregar “um dinheiro”, sempre “por fora”.
Nas últimas semanas, em datas e circunstâncias que o declarante poderá informar em breve, se do interesse da autoridade, houve novas tentativas de “acerto”, em que um outro assessor do gabinete e uma representante de entidade que depende da administração tentam uma forma de resolver as pendências.
Vamos às mensagens SMS:
Na quarta-feira, feriado de 21 de abril deste ano, às 17h (+-) mandei pro NELSON GRANCIERI a seguinte msg, aproveitando que o mesmo estava nervoso com a publicação da matéria do Diário sobre a ação penal referente à contratação de impressão fantasma de revistas no período da campanha eleitoral (mais um escândalo de desvio de R$ 80 mil usados no caixa 2 da campanha e que tem o chefe de gabinete como réu em processo na Justiça estadual):
OM: -Te vi no Diário. Até o Zé Ursílio, Brutus? Por que me abandonaste?
NG respondeu às 17h17: -Com quem eu falo?
OM: -Com aquele que você desprezou, iludiu, humilhou.
Ele respondeu às 17h22: -Não, não faço isso. Paguei e pago minhas contas e trabalho, como agora.
GRANCIERI estava no gabinete em plena tarde de feriado.
Voltei à carga à meia-noite, acreditando que ele se preparava pra dormir.
OM: -Consciência limpa? Ou travesseiro duro? Contar carneirinhos? Conte dinheirinho. Sonhe comigo. Eu sou a mosca que pousou na sua sopa.
NG respondeu às 00h10: -Ok… Vamos trocar de lugar… Acorda rapaz! Estou trabalhando ainda. Não sou vc… Paguei tudo que combinamos… Agora, você quer serviço? Então não escolhe…
Vejam só. GRANCIERI admite que prestei serviço à campanha de 2008 ao dizer que “paguei o que combinamos”, implicando na confissão de que, na condição de chefe de gabinete, conduzia atividades de campanha.
Quando ele diz pro declarante “não escolher serviço”, refere-se à proposta que fez em fevereiro de 2009 para o mesmo, de escrever reportagens favoráveis à administração para serem publicadas num jornal local e receber “por fora”, através de uma agência de publicidade. Isso consta no depoimento ao dr. Navas, já citado aqui.
Dentro do inquérito isso reforça, além da questão do abuso de poder econômico com o JORNAL ATUALIDADES, o abuso do poder político, com uma autoridade municipal (o chefe de gabinete) ferindo a lei eleitoral.
Não anotei à parte o que mandei pra ele em seguida (está armazenado na memória do celular, à disposição para perícia da PF).
Às 00h24 GRANCIERI respondeu, com seu jeito franciscano de ser:
-O mundo é meu inimigo. Quem tem caneta não tem amigo e sim interessados… Não vivo por eles. Trabalho pela empresa e pelo interesse coletivo. Deus está em mim… Você precisa ser mais humilde. Vamos conversar. Meu coração não é de pedra. Sou mais um funcionário da maior empresa do município…
Atentem para o detalhe que ele trata a Prefeitura como “empresa”.
Devo ter cobrado algo em seguida (a coisa estava rápida, eu mandava e ele respondia), pois GRANCIERI perguntou às 00h30: -Parte?
Eu disse que minha parte era o que ele ficou devendo. GRANCIERI respondeu às 00h34, mais uma vez admitindo a relação de trabalho:
-Ok. Quanto fiquei devendo?
Evitando me complicar com uma possível alegação dele de tentativa de extorsão de minha parte, respondi de volta, jogando a continuação da conversa para minha amiga Patrícia Motta, do gabinete, também gravada em duas ocasiões em que tentou acertar a situação e abafar o caso diretamente a mando do prefeito BULGARELLI.
Importante ressaltar que as conversas com Patrícia têm laudos de degravação que devem estar anexados a este inquérito 335/09.
-Você sabe em quem confio. Olhe pro lado, meu caro.
Na quinta-feira por volta de 15hs, mandei pro GRANCIERI a seguinte msg:
-Você disse que eu preciso ser mais humilde. Mande um sinal de boa vontade. Separação está doendo. Saudades da minha filha…
Ele respondeu às l5h08: -Paz.
Na sexta de manhã, dia 23, enviei para GRANCIERI, cuidando de guardar os textos para apresentá-los oportunamente à autoridade policial: -Deixe com minha amiga e pense plano para resolvermos. Ele não respondeu.
Por volta das 9h50, numa referência à queixa apresentada por Nelson Fancelli, da Universo Painéis, que sub-empreitou a obra de reforma do teatro e prestou queixa no Terceiro Distrito Policial mandei pro GRANCIERI:
-De Promissão, vem aí mais dor de cabeça à Tortella & direito (trocadilho com o nome da empreiteira, daquela cidade). Ele não respondeu.
Por volta de 12h30 mandei outra:
-Você chorou a solidão do poder da caneta, me pediu humildade e perguntou quanto me devia. O valor tá lá no inquérito da PF. Não tente armar pra mim. Quer resolver isso ou não?
NG respondeu às 12h36: -Pára, cara. Tô lotado de serviço. Só quero trabalhar.
Respondi em seguida: -E eu só quero receber!
NG mandou às 12h43: -OK. Eu devo?
Mandei: -Deve. É o valor do citado no inquérito da PF. Quer falar comigo ou com advogado? Quer mais um processo?
NG respondeu às 12h47: Com você.
Mandei pra ele: -Deixe com minha amiga ou deposite. Depois resolvemos o restante.
Tudo isso foi presenciado pelo sr. Rui Albano Barbosa, o Rui do PT, assessor do gabinete do vice-prefeito Ticiano Tóffoli, que estava ao meu lado no restaurante Rafaellas da Galeria Atenas. Vejam que estou citando o inquérito da Polícia Federal, do qual ele tem conhecimento, para que não seja alegada tentativa de extorsão.
GRANCIERI respondeu às 12h52: -OK. Pra ela.
No sábado, dia seguinte, mandei msg às 6h50 da manhã:
-Já está a postos, ó escravo da maior empresa? Estarei no curso da Matra sobre licitações. Por que você não passa lá?
Às 10h03 mandei outra msg: -Você pegou raiva de mim porque recusei aquela parcela de R$ 5 mil em agosto, né? Vamos recomeçar a partir daí?
Essa “parcela” está relatada em minhas declarações no inquérito. Ele propôs pagar R$ 5 mil mensais até janeiro de 2009, totalizando os R$ 30 mil combinados. A última emissária de GRANCIERI que falou comigo há uma semana trouxe uma proposta de 10 pagamentos de R$ 3 mil cada, a partir do dia 12 deste mês de junho de 2010.
Às 10h33 daquele dia, com direito ao trocadilho, mandei outro “torpedo”:
-Dia 14 de outubro você foi a Garça (numa prestadora de serviços à Prefeitura, receber dinheiro de propina). PM te abordou na volta, em frente ao Café América. Será que você escapa na próxima? VW Polo prata tem foto…
Essa é uma referência ao dia em que ele foi pegar R$ 120 mil em Garça e só não foi flagrado com a grana porque a PM não revistou o veículo. Ele deve ter dado uma “carteirada” de chefe de gabinete. Tenho informações de que naquele momento haviam R$ 60 mil de um total combinado de R$ 120 mil no carro.
Imediatamente o GRANCIERI respondeu, às 10h35:
-Ok. Passe lá na segunda.
Devolvi em seguida: -Na minha amiga ou vai depositar? Às 10h38 ele respondeu: -Amiga.
Na segunda-feira, Patrícia foi ao médico de manhã e à tarde internou-se por estar entrando em serviço de parto.
GRANCIERI colocou André Belisário, oficial de gabinete, na jogada. Ele pegou este declarante no ponto de ônibus do supermercado Tauste Norte por volta de 11 hs. Conversamos no restaurante Filé na Tábua, próximo do Hospital de Clínicas. À tardinha, disse que GRANCIERI mandaria dinheiro na sexta-feira mas queria renegociar o valor.
Na terça de manhã, aproveitando que a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) havia marcado depoimento de GRANCIERI no CASO COXINHA (ele é acusado de ser o mandante e pagador das agressões e atentados contra desafetos da administração), mandei msg por volta 9hs:
-Vou te esperar na porta da DIG.
Depois outra, por volta 14 hs, lá do terminal rodoviário urbano: Você pediu humildade. Tô sendo. Que não tem coração de pedra. Quero acreditar. Não aguento até sexta. 500 urgentíssimo. Filha espera mercado. Não rasgue minha bandeira branca. Vou pro desespero.
Às 14h06 GRANCIERI: -Calma lindo, venha aqui, vamos conversar.
Mandei em seguida: Não sou lindo. Não quero conversar. André sabe o que fazer. Converse na DIG.
Em seguida, numa referência à participação de GRANCIERI no CASO COXINHA, mandei:
-Se delegado perguntar se prefere coxinha de frango ou carne, diga que gosta de xadrez. Frango xadrez.
Às 15h18, NG respondeu: -Ok…
Por volta de 19 hs (+-), indicando que não cairia numa eventual armação por parte dele, enviei a GRANCIERI:
-Quer conversar pessoalmente? Vem jantar comigo. Tô no posto do Júlio. Fica na BR-153, perto da Alpave. Te espero???
Às 19h33 ele responde: -Não, aqui.
Às 19h35 mandei: Sabe a risada da hiena? Quá quá quá!!!
Às 19h36 mandei: -E melhore sua gramática.
O declarante esclarece que referiu-se ao Posto do Júlio, “perto da Alpave” (o prédio onde hoje funciona esta Delegacia da Polícia Federal), de forma irônica, para mostrar que estava firme em sua posição.
É que no mesmo local, há alguns anos, em situação semelhante, foi preso em flagrante pela PF o então chefe de gabinete Carlos Garrossino, do então prefeito Abelardo Camarinha, quando tentava subornar OSWALDO MACHADO com R$ 100 mil (cem mil reais) para que desistisse de representações contra a administração por desvio de dinheiro público.
Às 21h12 daquele dia GRANCIERI respondeu: -Vamos parar com tudo isso. Se quiser conversar eu atendo. Não gravo. Se não quiser então obrigado. Tenho serviço suficiente, não sou tonto e não posso sair daqui. Não estou fazendo nada de errado. ESTOU TRABALHANDO.
Respondi “na lata”:
-Já roubou quanto hoje?
GRANCIERI mandou às 21h24: -Puxa… Por Cristo EU TENTEI…
Após essas mensagens, aconteceram outras que o declarante não registrou em anotações mas que podem ser confirmadas em perícia no aparelho celular do mesmo, ou então, na quebra do sigilo telefônico e de mensagens da linha celular (14) 9774-4448, usado por GRANCIERI diariamente e por onde passam as orientações de pagamentos “por fora” que continuam a ocorrer.
Nos bastidores, há informações de que no inquérito da Polícia Civil que apura o CASO COXINHA há troca de mensagens entre GRANCIERI e o acusado ALESSANDRO PEREIRA DOS SANTOS.
Para concluir, sr. Delegado, este declarante informa que até mesmo o sr. MAURÍCIO MACHADO, o PALHINHA, nesta segunda-feira, dia 7 de junho, conversou comigo dizendo que há interesse de GRANCIERI em resolver a situação e que vai intermediar formas de pagamento.
PALHINHA está tentando acertar um cheque com assinatura falsificada (já informado neste inquérito, tanto no Termo de Declarações bem como em depoimento perante o delegado José Navas Jr.) que passou para OSWALDO MACHADO no final de 2008 como pagamento de parte dos salários atrasados pelo JORNAL ATUALIDADES e evitar um novo processo-crime, desta vez por estelionato. O declarante informa que recebeu do mesmo uma primeira parcela de R$ 500,00, forneceu recibo desta operação e que nos próximos dias haverá novos contatos, tanto da parte dele como da líder comunitária ligada ao gabinete e GRANCIERI.
Para concluir, sem a pretensão de querer interferir no trabalho desta autoridade, mas por conhecer profundamente os bastidores e o que está ocorrendo nos últimos dias, OSWALDO MACHADO toma a liberdade de dar sua opinião sobre a única forma de esclarecer completamente o inquérito 335/09 e outras irregularidades que continuam a grassar nos porões da administração MÁRIO BULGARELLI, como vem noticiando nas últimas semanas até mesmo o jornal Diário, até há pouco aliado do governo:
A BUSCA E APREENSÃO de empenhos fictícios emitidos pela Prefeitura de Marília em favor da gráfica de Bauru, comprovando a ligação entre GRANCIERI e o ATUALIDADES, bem como do computador de mesa e notebook do elemento citado, apreensão de computador e documentos que ficam na casa dele, à rua Bartolo Viúdes, 96, Vila Romana, perto do aeroporto, e ainda sua PRISÃO PREVENTIVA, tendo em vista que NELSON GRANCIERI é o executor de pagamentos “por fora” e das ações de corrupção envolvendo a administração.
Livre, solto, GRANCIERI vai continuar coordenando o esquema de irregularidades, comprando o silêncio de testemunhas e atrapalhando diversas investigações da polícia e Ministério Público, inclusive a que bloqueou o imóvel de alto luxo que o mesmo construiu recentemente.
Importante ainda a remessa imediata, ao Ministério Público Estadual, se for da competência deste, do laudo de degravação da conversa em que o emissário de GRANCIERI oferece a aprovação do declarante no concurso público da Prefeitura que está em andamento: o período de inscrições encerra-se no próximo dia 18 e milhares de pessoas estão sendo enganadas. A Justiça precisa impedir esse crime!!!
Também a intimação urgente do sr. JOSÉ OLAVO DE OLIVEIRA CARVALHO para que esclareça sua participação no esquema a mando de GRANCIERI, e o pagamento à gráfica de Bauru através de empenhos fictícios.
Mais uma vez o declarante manifesta sua confiança e respeito para com a Polícia Federal, uma das poucas instituições que neste País merecem ser reconhecidas como verdadeiras prestadoras do que chamamos de “serviço público”.
Colocando-se à disposição.
Marília, 9 de junho de 2010.
-Oswaldo Aparecido Machado-
Qualquer semelhança é mera coincidência. No início do texto, tive a impressão de estar lendo sua trajetória, amigo Jota Neves. E são com essas semelhanças que temos a esperança que aconteça o mesmo por aqui .. uma varredura, limpeza total no paço !! GAECO .. MP Urgente em Tupã. Licitações, concursos “supostamente” fraudulentos, o que mais precisam para fechar o cerco .. ou o circo?? Lonas já tem o suficiente.
Impressionante, como tem mutretas em tantas prefeituras, onde foi parar a moral,os bons costumes, a honestidade destes elementos que deveriam dar exemplo, e decepcionam toda população?, eu achava que era só aqui que acontecia isso, mas as ultimas noticias da televisão e deste blog(unico)nos tem mostrado a verdadeira face da situação calamitosa que se encontra muitas cidades, estados e ate a união, uma vergonha.