O secretário sentiu-se ofendido após entrevista do prefeito que disse, “ele tem que fazer jus ao salário que ganha”.
O secretário de Relações Institucionais, Douglas Guilhermon “Duda” Gimenez protocolou na tarde desta quarta-feira, dia 7, seu pedido de exoneração. Ele preferiu deixar a pasta após a entrevista do prefeito José Ricardo Raymundo (PV) à Rádio Tupã.
Segundo Ricardo, a assessoria de imprensa da prefeitura havia sido transferida da Secretaria de Relações Institucionais para o gabinete, como forma de deixar Duda Gimenez com tempo suficiente para manter contatos em Brasília, em busca de recursos para o município.
“Ele precisa fazer jus ao salário que recebe”. A frase do chefe do Executivo tupãense deu a entender que o secretário não vinha justificando seus vencimentos. De acordo com uma fonte do gabinete, Ricardo pediu desculpas e alegou que se expressou mal.
“CIÚMES DE HOMEM”
Duda Gimenez havia sido apontado para assumir a pasta de Relações Institucionais a pedido do próprio prefeito. Ele entrou na cota do PSB, como apoio à base aliada na Câmara em setembro de 2017.
Para tanto, Duda deixou a assessoria parlamentar do deputado estadual Fernando Cury (PPS). Na ALESP – Assembleia Legislativa Estadual, o salário era o dobro do salário atual de secretário municipal.
A proposta era a de usar toda sua influência para captar recursos para o município, o que de fato aconteceu no final do ano passado. Este mesmo trabalho deveria ser feito neste mês para favorecer o município em 2019.
Apesar de seu empenho e amplo relacionamento político e social, Duda teve seu trabalho obstaculizado em função de questiúnculas políticas partidárias de integrantes do PV. No campo político isso é chamado de “ciúmes de homem”.
Isso ocorre quando pessoas de um grupo político se sente preterido por outro que não pertence ao seu círculo partidário.
PRESSÃO DAS URNAS
As pressões se potencializaram a partir das eleições para presidente e governador, quando cada partido que apoiava o prefeito foi defender sua bandeira. Os deputados apoiados pelos partidos de apoio foram bem votados, já Reinaldo Alguz e Enrico Misasi, ambos do PV, agonizaram nas urnas tupãenses.
EXONERADOS
Para o prefeito Ricardo Raymundo, as mudanças fazem parte de uma minirreforma administrativa, mas para a oposição, o chefe do Executivo estaria sendo obrigado a rever seus conceitos, que aliás, foram extraviados durante seu mandato.
Assim, os exonerados são pessoas ligadas ao PSB e PSD – lideradas pelo vice-prefeito Caio Aoqui e Renan Pontelli, respectivamente. O próprio vice-prefeito perdeu a pasta de Turismo. Antes havia deixado Relações Institucionais e Cultura.
Outros agentes do PSD, como Ruy Oshiro (Finanças), Laércio Garcia (Saúde) e Israel Velloso da Silva Neto, o “Tutu”, suplente de vereador do PSD com 418 votos (diretoria do Sesi) deixaram seus cargos e ou estão fora do governo.
Do PSB, a semana passada, Renan Pontelli pediu exoneração e retornou à Câmara, e hoje, Duda Gimenez seguiu o mesmo caminho. Se há risco de o prefeito perder apoio no Legislativo, percebe-se uma sinalização de aproximação com o vereador Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP). O polêmico parlamentar hoje pode significar três votos.
OUTROS NOMES
Outros nomes podem deixar a administração de Ricardo Raymundo, seja por vontade própria ou por questões de afinidade política. Estão nessa situação, o secretário de Cultura, Renato Gonzales Rosa e o diretor de Turismo Marco Shouby, ambos do PSD. Além deles, Marcos André Soares, o “Candé”, indicado pelo vereador Thiago Matias (PRP).
Enquanto isso, uma das mais importantes Secretarias, a de Saúde está há uma semana sem titular.
De acordo com informações de bastidores, se recusaram e ou foram sondados os seguintes nomes para ocupar a pasta: Enfermeiras Amanda Berti, Joselaine Pio Rocha, Nilceia Guandaline e Rosangela Urel Gaspar e o suplente de vereador Antônio Brito (PSB). Os dois últimos já ocuparam a Secretaria na administração de Manoel Gaspar.
Também teriam sido contatados os médicos Luis Carlos Barufati, César Donadelli e, por último, o infectologista Douglas Batista da Silva, mas não há informação sobre o resultado das conversas que mantiveram com a administração.
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