Mariana Schreiber – @marischreiber
Com apoio pesado do governo Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP/AL), um dos principais líderes do Centrão, foi eleito nesta segunda-feira (01/02) por ampla maioria para presidir a Câmara dos Deputados nos próximos dois anos.
Mais cedo, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi escolhido por seus pares para presidir o Senado, numa dupla vitória do Palácio do Planalto, que também o apoiava.
A eleição de Lira representou ainda uma derrota para o agora ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) que tentou emplacar como seu sucessor o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), colocando-o como candidato de uma “frente ampla democrática”.
Essa tentativa de aliança, porém, foi atropelada pela campanha que Lira vinha fazendo há meses para atrair o apoio de deputados, viajando o país com promessas de mais acesso a cargos e verbas do governo federal para indicações políticas e investimentos na base eleitoral dos parlamentares.
Lira levou 302 votos dos 513 deputados, vencendo no primeiro turno. Rossi recebeu 145.
Emendas, cargos e ministérios: as promessas dos candidatos à presidência da Câmara
André Shalders – @andreshalders
O Ministério do Desenvolvimento Regional e a Secretaria de Governo da Presidência; R$ 1,9 bilhão em recursos públicos para obras e equipamentos; a volta do imposto sindical, e até a recriação do antigo Ministério do Esporte.
Estas são algumas das promessas e benesses que estão sendo negociadas na disputa política mais importante de 2021: a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, marcadas para o começo de fevereiro.
Para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é extremamente importante conseguir colocar aliados no comando das duas Casas do Legislativo. São os presidentes da Câmara e do Senado que pautam (ou não) os projetos de lei, as medidas provisórias e as propostas de emenda à Constituição (PECs) de interesse do Palácio do Planalto.
O que significa o fim da ‘era Maia’ na Câmara dos Deputados?
Além disso, o presidente da Câmara é o responsável por aceitar ou engavetar os pedidos de impeachment contra o presidente da República.
Tanto na Câmara quanto no Senado a votação é individual e secreta. Só os próprios parlamentares sabem em quem eles votaram.
Fonte: Da BBC News Brasil em Brasília
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