DENÚNCIA: Presidente da Câmara de Tupã “furou” fila de vacinação contra Covid-19

As informações foram “vazadas” em aplicativos de mensagens, a partir de investigação sobre denúncia falsa contra o prefeito Caio Aoqui.

Shiguero 1O inquérito instaurado pelo delegado Nelson Miguel Sorge Boaretti, a pedido do promotor Mario Yamamura, a partir de denúncia anônima contra o prefeito de Tupã, Caio Aoqui (PSD) desnudou uma listagem de pessoas vacinadas contra Covid-19, a partir das primeiras doses do imunizante enviado para Tupã.

Mesmo a pedido da Prefeitura para manter a relação sob sigilo, os documentos com os nomes de pessoas contempladas foram “vazados” em aplicativos de mensagens. Entre os primeiros vacinados aparecem o ex-secretário de Relações Institucionais da administração de Ricardo Raymundo (PV) – Orivaldo Lourenço Pereira, “Valdo” (PSL) – que originou grande polêmica sobre furada de fila, no dia 21 de janeiro.

Após ser imunizado com a primeira dose da Coronavc, o filho do político publicou nas redes sociais sobre sua “alegria de ver o pai vacinado”. Agora, para a surpresa de muitos, o presidente da Câmara de Tupã, Eduardo Akira Edamitsu, o “Shiguero” (PSD) também foi antecipado na fila e recebeu a dose do imunizante. Na página 82 do inquérito de 124 laudas surge o nome de “Shiguero”.

As primeiras 1.480 doses chegaram em Tupã, na noite do dia 19 e, na tarde do dia seguinte, a Secretaria Municipal da Saúde deu início a campanha de vacinação na Santa Casa de Tupã. Segundo o site da Prefeitura deveriam receber a primeira dose os profissionais da saúde que atuam na linha de frente contra o coronavírus. 24 trabalhadores de vários setores diretamente ligados ao enfrentamento da Covid-19 da Santa Casa e da rede básica de saúde foram contemplados.

No dia seguinte, a própria Santa Casa seguiu com a vacinação de seus funcionários e colaboradores, voluntários que fazem parte da Irmandade – culminando com a imunização de Valdo Pereira e até do presidente do Legislativo tupãense, fato que até então, era desconhecido do público.

INVESTIGAÇÃO

Foto: Divulgação/Prefeitura
Foto: Divulgação/Prefeitura

A investigação toda teve início a partir de críticas de populares pelas redes sociais, condenando o fato de o ex-secretário “Valdo” Pereira ter supostamente sido beneficiado pela Santa Casa com o imunizante contra a Covid-19.

Além disso, uma denúncia anônima foi parar nas mãos do promotor Mario Yamamura dando conta de que uma jovem que seria supostamente namorada do prefeito Caio Aoqui (PSD) teria sido privilegiada, bem como, os virtuais sogros do chefe do Executivo. O Ministério Público pediu abertura de inquérito policial.

O delegado que comandou as investigações Nelson Boaretti concluiu que os nomes da moça e de seus pais não aparecem na relação de imunizados enviada pelo secretário de Saúde, Miguel Ângelo de Marchi.

Valdo Pereira vacinaEm depoimento, os três revelaram que de fato Caio e a moça se conheceram no curso de administração da Faccat, mas nunca tiveram qualquer relacionamento amoroso. A própria polícia concluiu que a denúncia é infundada e tem carácter político com objetivo de macular a imagem do prefeito de Tupã.

A investigação da polícia não teve como alvo o fato de alguns colaboradores da Santa Casa terem sido eventualmente privilegiados, mesmo não sendo da linha de frente de combate à doença. A reportagem manteve contato com o presidente da Câmara, Eduardo Shiguero, mas ele não atendeu nossa ligação e também não respondeu ao nosso questionamento pelo aplicativo. O administrador da Santa Casa, Laércio Garcia também foi procurado. O espaço segue aberto para seus posicionamentos.

Leia também: 

CORONAVÍRUS: Prefeito Caio Aoqui pode se antecipar e decretar “situação de emergência”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *