O enredo da eleição: “O Samba do Crioulo Doido”

Assim como numa escola de samba, uma eleição tem um enredo a ser contado dentro de uma proposta de campanha. Seja numa campanha majoritária ou proporcional. Quem tem proposta vai fazendo evolução para o público com objetivo de atingir a nota máxima em todos os quesitos.

Foi com esse propósito que participei das eleições de 2012, a primeira como candidato a vereador. No meu samba enredo o prefeito de Tupã, Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) era passista. Ele era coadjuvante apenas em uma das alas para exemplificar a proclamação da escravidão perpetrada pelo homem que queria ser dono do mundo.

Acontece que bem a seu estilo Waldemir que como mestre também possui uma escola, quis de passista virar protagonista dessa história e veio para o Sambódromo com uma legião. Um bloco inteiro. Com direito a todos os quesitos.

Mascarado, além de adereços, trouxe Comissão de Frente, o casal de mestre sala e porta bandeira, Ala dos 7 Pecados Capitais e algumas alegorias que saíram da concentração, mas não chegaram à dispersão. Foram percebidas no trajeto, apresentaram problemas e perderam nota.

O mestre de bateria “Zé Rojão” não segurou a batida e os destaques do bloco, no carro alegórico “A Praça” sentiram vergonha e perderam mais nota. A vergonha foi participar de um samba “dos outros”. A Ala dos 7 Pecados Capitais até que estava bem representada, mas o enredo também não era deles. “O bode que deu vou te contar”, canta Demônios da Garoa.

A Comissão de Frente tem propina, sapateia o casal de Mestre Sala e Porta Bandeira. À frente da Bateria segue a Rainha na alegoria “Educação”. Na Ala das Baianas um homem vestido a caráter: a fantasia era colorida e mereceu destaque na mídia. Tinha tons esverdeados (PV) e um adereço na cabeça que mais lembrava um tucano. Foi traído também.

O trem da alegria mesmo atrasado trazia ainda no final do enredo outros destaques nos carros alegóricos: “A Saúde”, “Espaço das Artes” e “As Praças”, das Construtoras fechando o Jardim e encerrando o desfile.

Outras alegorias como: “A Lotérica”, “Os Apartamentos”, “ Chácaras”, “Fazendas”, “As Tendas”, “Os Brinquedos” e os “Terrenos Desmembrados”, não concluíram o desfile. Estouraram o tempo do relógio bomba. O samba pulado pela Escola do Professor era do “Crioulo Doido”, mas o enredo era meu.

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