Quando Roberto Carlos compôs a música “Esse cara sou eu” e a lançou em outubro, as eleições municipais já haviam acontecido em quase seis (6) mil municípios brasileiros, entre os quais, Tupã-SP.
O hit da novela “Salve Jorge” foi cantado ao vivo pela primeira vez em São Paulo, no início de novembro. A essa altura o “esse” da música de Roberto Carlos já havia feito sucesso nas urnas em Tupã.
Quem escolheu o “esse” como slogan de campanha obteve êxito. Eu até pensei após as eleições que deveria ter usado o slogan cantado pelo Rei Roberto Carlos: “Esse cara sou eu”. Será? Acredito que poderia ter obtido o mesmo sucesso que os adversários, colegas de coligação e dos homens que as mulheres acreditam que o cara é ele mesmo.
Ora, se não as mulheres, os eleitores (as) que poderiam acreditar que eu era realmente esse cara. É possível que até Roberto Carlos tenha buscado inspiração para compor a letra dessa música nos slogans de campanha de alguns candidatos a vereador de Tupã.
Senão vejamos: “Esse faz”, slogan do vereador reeleito pela sexta vez, Antonio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) e “Esse é sem salário”, vereador reeleito pela terceira vez, Danilo Aguillar Filho (PSB).
Também conseguiram sucesso nas paradas eleitorais outros candidatos que apostaram no “esse”. Na segunda tentativa, o candidato Pedro Francisco Garcia, “Tupãzinho” conseguiu a eleição com o slogan “Esse é Fiel”, numa referência ao time do Corinthians que ele defendeu.
Josias Gomes do Nascimento, um nome até então desconhecido nos meios políticos tupãenses destacou-se pelo apelido: “Mangolo” (DEM). “É nóis”. Slogan: “Esse é Pontual” numa alusão ao comércio que mantém na zona Leste denominado “Gás Pontual”.
Os quatro parlamentares obtiveram juntos 3.519 votos, ou seja, quase 10% dos votos válidos. Logo, esses são os caras. Se eu tivesse lançado o slogan “Esse cara sou eu”, assim como canta Roberto Carlos, é possível que também tivesse conseguido ser eleito. Mas também cheguei à conclusão de que, mesmo assim, talvez não fosse possível.
Em entrevista ao G-1, Roberto Carlos disse: “Fiz essa música falando do cara que toda mulher gostaria de ter e que todo homem gostaria de ser. E é o cara que eu tento ser.” Foi assim que Roberto Carlos apresentou “Esse cara sou eu” na primeira vez que cantou ao vivo.
Os verbos “gostaria” e “tento” indicam que ele mesmo sabe que o “cara” da letra, lançada em outubro, é mais ideal do que real.
Na política isso também não difere muito. Sendo assim, me sinto feliz em ser o “cara” real do que o “cara” ideal. Na política “Esse cara” real poderia ser eu. Mas quem sou eu?
Só que o “Sem Salário” ganha salário da Unesp em Ilha Solteira… Como tem que abrir mão de algum, óbvio abre mão da prefeitura…
Mas é certo que existem outras rendas, não tem problema…