Efeito colateral: ideia de vereadora estimula depósito de animais em Cemitério de Tupã

Coveiro diz que tem sido comum encontrar cachorros e gatos mortos no Cemitério da Saudade.

Primeiro foi uma sondagem e depois um anteprojeto elaborado pela vereadora Telma Tulin (PSDB) que tenta convencer os vereadores a votarem numa ideia esdruxula de enterrar animais nos mesmos túmulos onde são sepultados corpos humanos. A ideia virou motivo de chacota de populares ouvidos pela imprensa. Um chegou a perguntar “será que vou poder enterrar um cavalo na sepultado do meu pai”?

Na semana passada a reportagem do blog visitou o Cemitério da Saudade e foi procurada por um dos coveiros inconformado com o que ele classificou de “falta do que fazer” da vereadora Telma Tulim. “Depois que a Telma falou sobre isso tem sido comum encontrar animais mortos no local. Não pode dar ideia como esta. Agora tem gente acreditando que já pode depositar animais mortos no cemitério”, justificou o trabalhador responsável pelo serviço de limpeza e de enterrar os mortos.

O anteprojeto da vereadora Telma Tulim continua parado na gaveta da mesa dela no Legislativo tupãense. Ela tenta sensibilizar os nobres pares para elaborar o projeto e coloca-lo em votação, mas há resistência e, temendo criticas, os parlamentares não aceitam nem comentar sobre o caso.

No passado outro vereador tucano também tentou emplacar a criação de um cemitério específico para enterrar cães e gatos, mas a ideia também não progrediu. Augusto Fresneda Torres, “Ninha” foi o autor da propositura.

A proposta da vereadora pode ser considerada absurda exatamente quando o jornal Diário divulgou na semana passada que “em prazo de um ano, Tupã já terá dificuldades para enterrar seus mortos. Os números mostram isso: no Cemitério São Pedro, da Rua Guaicurus, não existe espaço para novos sepultamentos; e na parte ampliada do Cemitério da Saudade, na Rua Caingangs, só há espaço para 500 novas carneiras. Como a média de óbitos em Tupã é de 54 por mês, em um ano a capacidade estaria esgotada. O problema só não é mais grave porque a maior parte dos sepultamentos continua sendo feita em jazigos da própria família”.

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