O bate-boca parlamentar e o boicote ao Executivo aconteceram após revelação sobre suposto corte de Secretarias.
Os ânimos ficaram exaltados e a “explosiva” sessão aconteceu no mesmo dia, após a revelação sobre a eventual extinção de três Secretarias. A matéria foi publicada no dia 29 de setembro.
É verdade que após 50 dias, nada de efetivo aconteceu e aparentemente tudo continua como antes. Mas os ânimos no Legislativo andam a flor da pele.
Naquela segunda-feira (29) se seguiram várias reuniões as portas fechadas, discussões acaloradas e analises dissidentes, caso esta ou aquela pasta fosse definitivamente excluída ou anexada a outras.
Talvez por isso, Manoel Gaspar (PMDB) até agora não tenha encontrado uma resposta para o problema que ele mesmo criou ao instalar mais Secretarias para abrigar todos os interesses políticos.
Só 24 dias depois dessa divulgação, precisamente no dia 22 de outubro, o Executivo promoveu uma reunião, mas que também não surtiu efeito ainda. A maioria dos vereadores boicotou o encontro.
Com essa atitude demonstraram descontentamento com os rumos da política austera que a Administração pretende adotar somente agora, para conter gastos. Uma das atitudes será a de demitir.
E foi de lá, para cá. De 29 de setembro até os dias de hoje, às vésperas da eleição da Mesa Diretora da Câmara que o Legislativo se tornou uma “torre de babel”.
Nem replay da TV Câmara é capaz de dirimir dúvida. Ninguém mais se entende. Nesta mesma, durante idas e vindas à tribuna, os vereadores Antonio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) e José Ricardo Raymundo, “Ricardo Lajes Tamoyos” (PV) se acusaram respectivamente de omissão, prevaricação, legislar em benefício próprio e até sobre eventual corrupção administrativa.
“Ricardo Lajes Tamoyos” não deixou claro sobre quem recebia dinheiro para liberar terreno para empresários e “Ribeirão” deixou no ar alguma irregularidade em uma das empresas do opositor.
A empresa estaria no nome do vereador Ricardo e ele reivindicava ajuda do poder público em benefício próprio. Advertido de que não poderia legislar em causa própria, o vereador do Partido Verde teria dito que a empresa estaria no nome do irmão dele.
Quanto ao dinheiro que alguém estaria recebendo em troca de doação de terreno público, Ribeirão alertou que isso é crime e o parlamentar deve procurar a Polícia e denunciar. Na verdade tudo não passou de “gases” exalados no calor da discussão.
Ricardo insinuou que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, comandada por Ribeirão teria sido a autora da confusão que o deixou embaralhado. A ajuda seria para uma empresa e a pasta pediu os documentos da empresa que aparece no nome dele (José Ricardo Raymundo).
Depois desse round sem nocaute o que se percebe é um “envenenamento” na Câmara. Vereador da “situação” dando espaço para vereador da oposição e vice e versa.
Além disso, alguns parlamentares demonstram um grande desinteresse pelas sessões após as eleições. É como se buscassem oxigênio para o próximo embate. Sessões sem nada em pauta e discussões só de bastidores como as ocorridas na segunda-feira (17) protagonizadas pela vereadora Telma Tulim.
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