A face oculta: Gaspar, Waldemir e Ribeirão devem pautar protestos do dia 13

O prefeito de Tupã, Manoel Gaspar e um de seus líderes – vereador Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão” deverão ser alvos de manifestantes. Mas, Waldemir não pode ser esquecido. O protesto de domingo (13) será contra os desmandos administrativos.

De quem é esse veículo?
De quem é esse veículo estacionado irregularmente?

A frase atribuída ao vereador Ribeirão de que “meteu o Gaspar na merda e pretende tirá-lo”, vai muito além da nossa imaginação. Mas, na contramão de sua suposta pretensão, Ribeirão enfia ainda mais a administração num processo de degradação de credibilidade sem precedentes.

O governo de Gaspar não existe e não aparece. A imagem é uma face oculta. Apesar de não ser “dono de nada”, o mandante de todas as nefastas ações deixa rastros por onde passa. Ele divide cada espaço do poder.

Por isso, não causará estranheza se o Movimento “Vem Pra Rua Tupã” sustentar cartazes, faixas e palavras de ordem contra a política local. Guardadas as devidas proporções caminha no trajeto da imoralidade presenciada na esfera federal. Não é privilégio apenas da administração de Gaspar (PMDB).

O seu antecessor Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB), deixou a prefeitura açoitado e carregando na bagagem uma mala com um “cadáver” em estado de putrefação. Obras irregulares podem ter provocado um rombo de milhões de reais nos cofres públicos de Tupã.

Criado por Gaspar, a criatura seguiu seu próprio rumo. Em comum, o mesmo escudeiro no Legislativo: Ribeirão (PP). Na cadeira principal da Câmara ou com sucessor, o parlamentar agia nos porões do “balcão de trocas”. O fato foi reclamado em público pelo próprio Waldemir durante coletiva à imprensa em 2011.

Pertence a mesma pessoa?
Pertence a mesma pessoa que divide o poder no estacionamento…

Sem as benesses e uso privilegiado de informações, o vereador sentiu-se desprestigiado, mas não desistiu. Com ajuda da criatura “deu o troco”.

Vangloria-se de sua trajetória política ao lado dos prefeitos vitoriosos. Gaspar paga caro por isso. Outros também arcaram com esse ônus e o povo bancou com dinheiro de seus tributos.

Assim como Gaspar nas eleições de 2012, Waldemir é lembrado em 2016. O responsável pelo sucesso de seu principal opositor é o fracasso da atual administração. Longe de ser um Salvador da Pátria, Waldemir pretende voltar à prefeitura para salvar a própria pele dos vários processos que ainda responde.

O legado do ex-prefeito é manchado pela improbidade administrativa, através de fraudes em licitação, concursos públicos e possíveis atos de corrupção praticados por alguns de seus agentes políticos. Alguns secretários – a saber: Adriano Rogério Rigoldi (Governo), Aracelis Gois Morales (Turismo) e cia. Não à toa estão inelegíveis e proibidos de contratarem com o poder público.

RELEMBREEROSÃO MARAJOARA

Criado com a finalidade exclusiva de denunciar eventuais atos ilícitos praticados na administração pública de Tupã e região, o blog Jotaneves.com virou um referencial – porta voz – propagando motes versados na política brasileira e que provocaram o “grito das ruas” com manifestações gigantescas em 2013.

O que acontece nas esferas estaduais e nacional, também acontece aqui em proporção menor, porém, com repercussão desastrosa na mesma intensidade de um “Mensalão” ou “Petrolão”. Aqui teve “Mensalinho”.

Alguns casos vem enraizados de cima para baixo como nas obras do PAC – “Plano de Aceleração do Crescimento”, com iniciais sugestivas de uma sigla que faz lembrar “Plano de Aceleração da Corrupção”. As modalidades de corrupção cresceram assustadoramente nos últimos anos.

Das profundezas do Pré-Sal – Produção de Petróleo e Gás Natural às obras de transposição do Rio São Francisco e de micro e macrodrenagem – literalmente “sangraram” bilhões de recursos do país de Norte a Sul.

Waldemir prefeito

Em Tupã a obra de micro e macrodrenagem com investimento inicial de R$ 25 milhões de um total de R$ 75, ainda não deu resultado. Iniciada em 2010, os investimentos deveriam melhorar a qualidade de vida da população e acabar com as inundações e alagamentos. Com término previsto para 2012, o projeto já consumiu cerca de R$ 15 milhões.

Os trabalhos sob o comando de um consórcio de empresas – liderado pela Leão Leão, que mais tarde assumiria também a coleta de lixo em Tupã potencializaram os problemas. A obra foi retomada em setembro de 2015, mas não andou um “palmo”. Gaspar optou por não romper o contrato com a empreiteira. O processo de “renegociação” teria sido comandado por Ribeirão.

Os estragos avançam nos quatros cantos da cidade e deixam moradias penduradas à erosão do Córrego “Afonso XIII”. O projeto teria problemas técnicos. A maior parte dos serviços e de material estão sob o chão e o que está acima, não corresponde ao dinheiro consumido. O desmando não descarta a ocorrência de uma tragédia anunciada.

INCLUSÃO DIGITAL     

...e a cadeira da mesa da sala de reuniões.
…e divide com o prefeito a cabeceira da mesa da sala de reuniões.

O vereador Ribeirão perdeu a cadeira no Legislativo, mas não perdeu o trono. Assim como revelou em 1996 que “sabe como ganhar dinheiro”, também demonstrou conhecer o caminho que o leva ao poder.

Procurou seu espaço dentro do Executivo, de onde despacha naturalmente num gabinete anexo ao do prefeito. A sala pertencia ao vice Thiago Santos (PSB). Sintonizado com os meandros da administração e com trânsito livre dentro do governo, Ribeirão não faz cerimônia e deixa claro sobre quem manda na casa.

Assim no Executivo como na Câmara, ele aponta a direção a seguir, determina as ações de gabinete, administração e de finanças: política, contratações de pessoal, compras e licitações, respectivamente. No papel nega com veemência qualquer ingerência.

Foi assim no caso dos Notebooks com repercussão nacional. Flagrado pela denúncia feita pela Rádio Cidade FM, Ribeirão chegou a publicar a compra dos equipamentos superfaturados, mas não homologou.

Na propriedade reformada, o casal recebeu convidados na festa de casamento
Na propriedade reformada, o casal recebeu convidados para a festa de casamento

A EMPREITEIRA

Assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ter um tríplex e um sítio reformados por empreiteira, Rigoldi teve sua chácara no Delta Ville reformada pela empreiteira Bardelin. A construtora era responsável pela famigerada obra do Espaço das Artes, entre outras. A chácara que havia recebido as melhorias havia sido comprada do tio de sua mulher.

Rigoldi também comprou outras propriedades e até a casa que um dia abrigou o atual vice-prefeito e sua ex-mulher e uma outra chácara que aparecia em nome de sua irmã. Na propriedade foram fotografados material suspeito de pertencerem ao patrimônio público. Apesar das reportagens do blog, o caso nunca foi apurado pela Câmara ou Ministério Público.

Não teve a mesma sorte a empreiteira Bardelin. Depois da denúncia feita pelo blog e de ação no Ministério Público, a empreiteira “faliu” e as máscaras caíram numa tentativa desesperada por parte do ex-prefeito de desmentir os fatos. Essa foi a única peça encenada naquele teatro. Assim como o Espaço das Artes outras 32 obras serão investigadas pelo Ministério Público. Algumas delas de valor milionário não saíram do papel, mas boa parte do dinheiro simplesmente desapareceu.

A empreiteira Ramez Jardim era outra que se beneficiava dos esquemas de licitação. Era contratada para construir uma obra com um tipo de material e usava outro com qualidade inferior. Assim, nos dois últimos anos do mandato de Waldemir várias empresas “faliram”, mas antes receberam parte do dinheiro destinado a obra.

LARANJAS

Foto Chacara Sacomani 9

Como acontece no cenário nacional em Brasília, Atibaia, São Bernardo e na Baixada Santista, em Tupã o modus operandi é o mesmo. Há laranjas de várias espécies: laranja na chácara, nos terrenos, na fazenda, carro, em lojas de móveis finos daquelas que moldaram a cozinha de dona Marisa – mulher de Lula, segundo a Polícias Federal. São pessoas que possuem “amigos para sempre”. Capazes de ganhar na loteria por você. Rigoldi herdou uma lotérica em nome da sogra.

BOCA DO CAIXA

O saque na “boca do caixa” às vésperas do Tupã Folia 2014, investigado pelo Ministério Público também pode ser relembrado neste próximo domingo de protestos. R$ 254.750,00 foram sacados pelo empresário Gustavo Gaspar (PMDB). Em 2013, outro cheque de R$ 350 mil, também teria sido sacado na “boca do caixa”.

Os dois eventos foram comandados por uma Comissão Organizadora que atuava sob ordens do vereador Ribeirão. Nenhuma conta foi prestada até hoje. Só do Carnaval 2016. Gasto de R$ 13 mil.

BOCA NA CARNE

TUPÃ FOLIAS

Foi assim que os recursos públicos esvaíram-se em festas como o Tupã Junina de 2013 e em parceria com a Exapit – Exposição Agropecuária e Industrial de Tupã, através de um “parceiro” conhecido por “Cuiabano”.

O sujeito aportou na cidade “de bonde” com Ribeirão, participou de licitações e venceu para organizar a estrutura do “Tupã Folia 2013” e “Tupã Junina”, no mesmo ano. O “acerto” licitatório teria acontecido numa famosa churrascaria na cidade de Marília. Na fatura havia também o pessoal de Ilha Solteira.

BINGO-LIGA

Na semana passada a Justiça Federal determinou a “morte” da Liga Tupãense de Futebol. Envolvida em esquema de desvio de dinheiro público, falsificação de documentos e de ser proprietária de um bingo fechado pela Polícia Federal, contraiu dívidas tributárias e trabalhistas da ordem de cerca de R$ 500 mil.

Os bens atuais e futuros da entidade estão indisponíveis. Como não possui nenhum bem para saldar os débitos com a União foi decretada sua falência. A atual diretoria vai renunciar coletivamente.

O futebol amador tupãense ficou sem representatividade junto à Federação Paulista de Futebol. Da tribuna da Câmara, o vereador suspeito de estar por trás de toda essa maracutaia usa como pano de fundo a solicitação de um campinho de futebol da extinta promoção da Brahma e, agora, garante que um projeto do governo federal, anunciado na Voz do Brasil, vai projetar o esporte local.

PAPETES

Imagem ilustrativa
Imagem ilustrativa

Na noite desta segunda-feira (7), surgiram desdobramentos do “Caso Papete”, os calçados infantis adquiridos pela prefeitura de Tupã destinados aos estudantes da rede municipal de ensino.

Como o blog já havia antecipado, saber quantos pares de calçados existem na Secretaria Municipal da Educação seria insignificante perto dos indícios de irregularidades.

A prefeitura instaurou uma sindicância para apurar as irregularidades denunciadas e o líder do prefeito pastor Rudynei Monteiro (SDD) criou uma Comissão Parlamentar Especial (CPE) para contar os calçados. 61 entidades foram convidadas para e empreitada que deverá ser iniciada na próxima segunda-feira (14).

Os vereadores Ricardo Raymundo (PV) e Luís Alves de Souza (PC do B) realizaram uma investigação inédita no Legislativo tupãense e descobriram um possível festival de fraudes perpetrada com o objetivo exclusivo de promover a gastança de recurso para justificar a aplicação de 25% na educação e, se possível, permitir ganho extra a terceiros.

Sem defesa, os líderes do prefeito se limitaram a parabenizar os opositores e direcionaram a desconfiança para os subordinados. Os subordinados são funcionários da prefeitura que integram a Comissão de Licitação. Alguns já envolvidos em outros processos ainda na gestão de Waldemir. Seriam eles mesmos os responsáveis pelos possíveis danos? No mínimo sabem com quem estão lidando.

play ground

As compras contemplaram uma empresa supostamente de fachada, situada em Promissão, com recursos de cerca de R$ 2 milhões, com a compra de tênis e sandálias papetes, playground e cobertura de polietileno para creches. Onde há um intermediário, existem outros. Um dos “envolvidos” no esquema teria garantido que foi procurado por gente de Tupã, mas não adiantou se era homem ou mulher.

ÁGUA SANITÁRIA

Essa investigação está sob os cuidados do Ministério Público e tem por objetivo desbaratar um possível esquema de compra de produtos de higiene e limpeza que vinha sendo mantido pela prefeitura. A empresa também era de fachada e funcionava num prédio abandonado no centro de Tupã.

O concorrente desta pseudo empresa morava na mesma casa do favorecido no processo licitatório. Enquanto as repartições públicas não tinham sequer papel higiênico, os gastos com as empresas ultrapassaram mais de R$ 1 milhão.

Local onde funcionava a empresa que vendia material de limpeza para a prefeitura
Local onde funcionava a empresa que vendia material para a prefeitura

O VENENO

O pessoal do Movimento “Vem Pra Rua Tupã” vai precisar de muita cartolina para expressar o sentimento que toma conta do povo brasileiro: revolta, descredito na classe política e indignação diante de tanta frieza e contumaz ação de verdadeiros psicopatas da política nacional.

Um pessoal sem sentimento e que age com a clara intenção obscura de delinquir. Age literalmente como um bicho peçonhento, uma jararaca, como se auto denominou o ex-presidente Lula. Onde ela pica provoca hemorragia e causa até amputação. O Brasil sangra e não enxerga a face oculta de uma sociedade anônima. É preciso usar o soro antiofídico em dose cavalar para tratar mordidas destas “cobras venenosas” da política brasileira.

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