A frase de Aracelis “faltou homem” sugere falta de comando na Administração de Tupã

Esse homem é Ribeirão, mas ele se esconde na hora do ataque. Ainda assim, Ribeirão é o Rigoldi de Gaspar.

Ribeirão Folia

Quando a ex-secretária de Cultura e Turismo Aracelis Gois Morales disse que faltou homem suficiente para assinar sua transferência para o distrito de Varpa, ela sabia muito bem o que queria dizer. Na Administração em que fez parte, esse homem era o marido dela, Adriano Rogério Rigoldi (PSDB). Assim, o casal mandava e desmandava e, agora, quem paga a conta é o ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Ao menos tinha alguém que mandava.

Diferentemente de Rigoldi e de Aracelis, o ex-presidente da Câmara, Antonio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) articulador da Administração de Manoel Gaspar (PMDB), usa outra tática. Ele não assina nada, mas Gaspar também já começou pagar a conta. Ribeirão é o Adriano Rigoldi da Administração de Gaspar. A diferença é que um fazia questão de bater de frente e o outro aparece como aquele que “resolve”. Mas, nos bastidores ele investe contra aquele que tenta tirá-lo do poder.

Ribeirão tentou transferir a ex-secretária de Turismo, Aracelis Morales para Varpa, assim como fez com Marco Antônio de Barros, “Marquinhos da Dengue”, mas a atual secretária de Turismo Márcia Félix, mesmo sob o comando do vereador não assinou o documento e ninguém mais a importunou. Ao contrário, ela hoje tem status de secretária. Escolheu até a cor dos móveis para a sala dela.

É possível que Ribeirão tenha usado aquela velha tática que defende “os inimigos têm que estar próximos”. E é assim que Manoel Gaspar administra. Cheio de “amigos e amigas”. Ribeirão é daqueles que faz bondade com o dinheiro público e tenta arrastar o adversário para junto do grupo dele. Se não conseguir sucesso, ele ataca, mas esconde as armas. É um adversário covarde.

Ribeirão parece estar em todo lugar, mas ao mesmo tempo, de repente desaparece sem deixar pistas. Mas quem mandou? Quem assinou? Quem articulou? Ninguém sabe! Mas quem vai pagar a conta? Manoel Gaspar. A conta é cara. Ribeirão além de ser o parlamentar mais caro para o município é hoje aquele que tira a glória do Executor. Tudo é ele que faz. Não é à toa que é do mesmo partido de Paulo Maluf (PP). Quem fez isso? Maluf que fez!

Gaspar fez um esforço no final de semana para divulgar que ele e o ex-prefeito e diretor da Fadap/Fap – Carlos Eduardo Abarca e Messas (PTB) estão unidos para viabilizar o curso de medicina para Tupã. Ribeirão já havia publicado que ele vai trazer o curso para o município. Ele não unifica a comunicação. É concorrente do próprio Executivo. É uma sanguessuga da Administração pública.

Apesar de ações políticas antagônicas Rigoldi e Ribeirão são parecidos. Eles agem diferentes, mas com os mesmos propósitos: o poder. O poder que nenhum divide. São matérias idênticas e não ocupam o mesmo espaço. Corrompem o terreno que ocupam e dilapidam o patrimônio público. É possivelmente sobre esse homem que Aracelis comentou ao responder ao secretário de Finanças, Dorival Jerônimo Coquemala. Ela sabe o que está falando.

ASSÉDIO

Aracelis no museu

O assédio a ex-secretária de Turismo Aracelis Gois Morales Rigoldi aconteceu possivelmente com a intenção de solicitar algum serviço dela como funcionária pública. Como todos sabem ela passou em primeiro lugar num concurso para turismóloga, naquela época em que concurso público era sinônimo de fraude. Mudou alguma coisa? Adriano Rigoldi também tentou. Até o cunhado do ex-prefeito foi aprovado.

Aracelis foi convocada a comparecer no Departamento de Recursos Humanos (RH) da prefeitura. Acompanhada de algumas funcionárias do setor, foi iniciada uma conversa entre Dorival Coquemala e Aracelis. A conversa tinha por objetivo deixar claro para a ex-secretária que ela é “querida” no meio e que esse negócio de perseguição política é bobagem. Foi neste instante que Aarecelis soltou a frase sobre a falta de homem na atual administração para assinar a transferência dela para Varpa.

Mas o diálogo foi iniciado perguntando sobre a família. Aracelis foi direta: “vocês me chamaram aqui para perguntar sobre minha família?!”. A conversa desandou. Dorival Coquemala queria deixar claro que nunca passou pela “cabeça” da administração de Gaspar transferi-la para Varpa.

Toda essa polêmica estabeleceu-se a partir do desentendimento ocorrido no Aeroporto de Tupã durante uma visita do governador Geraldo Alckmin e de sua esposa Maria Lúcia Alckmin. Amigos pessoas do casal, Gaspar e Isaura foram recepcioná-los no Aeroporto. Gaspar era candidato a deputado federal pelo PSC e no local, o casal Adriano e Aracelis armou a maior confusão.

Foi uma disputa que deixou a primeira dama do Estado constrangida. Sob chuva ela assistiu a socos, pontapés e golpes de guarda-chuva na cabeça de Gaspar. Lu Alckmin saiu em desabalada carreira para o banheiro e a turma do deixa disso ao invés de apaziguar colocou mais “lenha na fogueira” e o caso foi parar na delegacia de Polícia e na Justiça. Por tudo isso, era voz corrente entre os correligionários de que se Gaspar vencesse as eleições, Aracelis seria transferida para “fazer” turismo em Varpa, como turismóloga poderia cuidar do Museu Janis Erdberges.

A propósito foi lançado no mês de abril um projeto de revitalização do centro histórico de Varpa, com obras orçadas em R$ 400 mil. Nessa hora faz falta alguém com conhecimento de causa para fazer acontecer. E nesse quesito, Waldemir era bem servido. Com todos os erros, o marketing de toda a administração foi feito com as obras comandadas por Jeane Aparecida Rombi Rosin e tinham apelo turístico.

Pena que tudo foi maquiado no Governo de Waldemir e também faltou homem de caráter para administrar o dinheiro público. O povo tupãense herdou um filho pródigo que fez perder 32 obras. Inacabadas, irregulares e com fortes indícios de desvio de recursos públicos com prejuízos em torno de R$ 50 milhões.

O caso é investigado por uma Comissão Parlamentar Especial (CPE) presidida por Valter Moreno Panhossi (DEM), Luis Alves de Souza, “Luizinho” (PC do B) e José Maria de Oliveira, “Zé Maria” (PROS). Até agora, após mais de dois anos de investigação, nenhum resultado pratico apareceu. Não há relatório, não há parecer técnico e o Ministério Público “desconhece” toda essa proeza.

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