Ameaça velada: Waldemir sabe onde uma investigação sobre irregularidades em obras pode parar

Analisando melhor a matéria abaixo sob o título “Waldemir pede para Comissão desacelerar investigação sobre irregularidades em 31 obras”, verifica-se duas possíveis situações: cheira blefe, uma ameaça velada, escondida e ou dissimulada.

Verificando o perfil mascarado do ex-chefe do executivo tupãense é possível afirmar que, quando ele procurou os integrantes da Comissão de Investigação das 31 obras irregulares deixadas pela administração dele, Valter Panhosi (DEM), Luis Alves (PC do B) e José Maria de Oliveira, “Zé Maria” (PT) foi mais com objetivo de mandar um recado para a administração Manoel Gaspar (PMDB). “Vocês que sabem”.

O recado deve ter chegado ao gabinete clareado com nova pintura (antes Marfim) assim como chegou ao conhecimento do blog. Portanto, não foi à toa que dissemos na matéria abaixo que o executivo e o Legislativo estão fazendo “corpo” mole para não apurar como deveria as irregularidades. Waldemir mandou recado escondido, mas que foi entendido direitinho.

Mexer demais tentando descobrir irregularidades nas obras pode sobrar até para possíveis aliados da atual administração. Sobraria para gente da atual administração, bem como, para aqueles que ajudaram viabilizar os recursos, entre eles, deputados estaduais e federais, agora já avaliados de forma diferente pelo atual governo.
edson aparecido
Waldemir sabe bem como as coisas mudam. A empreiteira Demop de Votuporanga, por exemplo, que prestou serviços no município é elo de investigação do Ministério Público e Polícia Federal com o deputado e atual chefe da Casa Civil, Edson Aparecido,PDSB (foto ao lado). O braço direito do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi grampeado em escutas telefônicas em conversas aninhadas, bem ao estilo tucano.

Waldemir sabe bem como viabilizou os recursos de R$ 25 milhões que deveriam ser empregados no Projeto de Macro Drenagem para acabar com as enchentes e inundações em Tupã. Foi através do ex-líder de Dilma Rousseff (PT) o deputado federal Cândido Vaccarezza, PT (foto abaixo à esquerda).
Cândido VaccarezzaJales - SP

Para isso teve um “apoio” e até o nomeou secretário de Administração e Finanças, Walter Bonaldo (foto à direita ao lado de Dilma). Em Tupã, Bonaldo assumiu o PMDB que à época era presidido pelo atual vereador Amauri Sérgio Mortagua (PDT) que até pretende ser da situação para tentar viabilizar o seu candidato a deputado em Tupã.

Hoje, todos esses nomes acima são cortejados pelos homens que comandam os poderes constituídos em Tupã: Gaspar e Antonio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP). Isso não acontece por acaso. O atual vice-prefeito, Thiago Santos é do PT e é ex-assessor de Vaccarezza. Bonaldo, Thiago e Ribeirão comandaram a campanha do ex-líder de Dilma em Tupã e região.

Foi naquela mesma eleição em 2010, quando Gaspar se candidatou a federal e, em Tupã, dividia votos com Vaccarezza e Edson Aparecido. Juntos, Waldemir e Ribeirão apoiavam de forma alapardada os dois em detrimento do candidato tupãense. Quem diria. Como as coisas mudam, pensa Waldemir.

Ele bem sabe disso, afinal tentou empurrar para a margem o seu criador que retornou forte pelo mesmo caminho de ida, nas eleições de 2012 para enfrentar a criatura. A verdade é que Waldemir fez uma ameaça velada para os incautos, mas direta e na veia dos seus adversários.

“Vocês que sabem, se quiserem briga, vamos brigar”. Na atual conjuntura tem que ser “traçado” para enfrentar buracos, inundação, enchente e lamaçal. Mas os caminhos que levam, são os mesmos que trazem. Política é mesmo uma mão de duas vias, assim como em tudo na vida.

A ARTE E A VIDA

Assim como a arte imita a vida e vice e versa, nem tudo que parece é. No caso do Espaço das Artes o Legislativo tinha interesse em apurar as irregularidades nos pagamentos antecipados para a empreiteira Bardelin. Véspera de eleições e Waldemir tornou-se alvo. A Câmara era presidida por Luis Carlos Sanches (PTB) e a mesa diretora tinha Ribeirão como 1º secretário.

Hoje a situação é invertida. Ribeirão preside e Luis Carlos secretaria. Também é invertido o interesse. Waldemir não é mais o foco, mas os interesses são os mesmos. Se antes a Câmara contratou um perito para avaliar as irregularidades no prédio das Artes, hoje ficar escarafunchando irregularidades pode não levar a nada interessante. É essa a questão. Waldemir sabendo disso e, por isso, cresceu para cima dos integrantes da Comissão que ninguém brigou para fazer parte dela.

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