Apoiadores do ex-vereador promoveram um “show das crias”

A estrutura patrocinada por PH teve lanche X-Salada, “chuchu” e danças das cadeiras e Macarena. Ouça texto

O conteúdo da sessão extraordinária de cassação do ex-vereador Paulo Henrique Andrade, o “PH” (PSDB), foi um show eclético e de improviso e, às vezes, com coreografias marcadas e ensaiadas. Os protagonistas pareciam estar na expectativa da chegada da Primavera tupãense, iniciada na madrugada deste sábado (23).

O “quartel” do Legislativo ficou com a porta cheia de militares e no palco principal os atores coadjuvantes fizeram o espetáculo, a partir do início da sessão de julgamento, sob o comando do presidente Marcos Rogério Gasparetto (PSD).

Sem usar a formalidade no começo dos trabalhos Gasparetto determinou – “pode seguir Chuchu!” – e até o apelido do secretário Legislativo, que sonoramente lembra o nome do fruto que é uma hortaliça conhecida por Chuchu, foi o gatilho para disparar a “arminha” e tentar impedir a sessão de cassação.

De repente, um coro ecoou em tom de zombaria: “ah, chuchuuuu…”. Nem o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) apelidado de Chuchu, pelo colunista “Macaco Simão”, causou tamanha euforia da galera.

E lá foi o presidente da Casa explicar que o termo “chuchu”, utilizado por ele ao solicitar a leitura, não estava utilizando no sentido figurado para designar que o funcionário era uma pessoa querida, encantadora ou favorita.

A essa altura, a confusão já estava estabelecida na Casa legislativa. Um ativista bolsonarista e marido da tupãense Klio Hirano, iniciou uma rebelião e foi travada luta corporal com seguranças contratados pela Câmara, para manter a ordem, mas a ordem do dia só foi respeitada mesmo, quando o capitão André Vander, comandante da 2ª Companhia da PM, subiu o tom do diálogo.

No meio da confusão, a portadora de tornozeleira eletrônica pela qual é monitorada após ficar 9 meses presa, sob acusação de atentados e tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal, em Brasília, se afasta do marido que era levado para a delegacia.

Klio Hirano escapou sorrateiramente depois que recebeu mensagem eletrônica da PF ordenando sua imediata saída do Legislativo – ou saia ou voltava   para a Colméia”.

Enquanto isso, seguia o empurra-empurra, cotovelada, queda ao chão, gente passando mal, gritaria de dor, palavra de ordem e a família que apoiava a cria, viu que o tiro saiu pela culatra, ratificando a origem da quebra de decoro parlamentar.

MACARENA

A sessão teve sua abertura às 16, foi encerrada por volta das 7h da manhã de sexta-feira (22), mas em altas horas o show – sem apresentação de Serginho Groisman seguia animado com dança Macarena, cuja a Pátria Amada é espanhola. Faltou patriotismo. Tudo bem, a dança das cadeiras também nasceu na Europa.

E a estrutura prometida por Paulo Henrique para quem fosse apoiá-lo na sessão de julgamento foi de fato cumprida: “Ah, como é bom ter dinheiro e poder gastar”, disse a matriarca, depois de servir a alimentação para as crias.

O cardápio que saiu do “caldeirão” foi variado e teve salgado assado, X-salada, sobremesa, coca-cola, fanta e guaraná. Mas nem tudo foi festa.

Teve voto, com choro e choro, por voto. Teve lágrima “enroscada na garganta” e teve goela para discursar e gritar ofensas contra os parlamentares, depois de ouvir o placar chamar 13 a 2, saiu pela porta que entrou. Treze? De novo? É a chave Pix.

“Quem pariu Mateus, que o embale…”, conforme ditado que expressa a necessidade de compromisso dos responsáveis por suas crias. “Não mãe, você não pode vir aqui”, impediu PH.

Veja imagens sobre o início da confusão. Reportagem Edvaldo Santos/Rádio Cidade

Em tempo: o diretor da Secretaria Legislativa de Administração da Câmara, Emerson Sadayuki Iwami, tem o apelido de “Xuxu” e não “Chuchu”

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