O radialista Jota Neves e idealizador deste diário on-line nunca teve nenhuma preocupação em agradar ninguém. Os incautos sempre encontram meios para criticá-lo: uns acreditam que o editor é parcial e tendencioso, já outros tem certeza que ele age sempre em interesse próprio. Mas seu passado demonstra exatamente o contrário e o projeta para o futuro mantendo a mesma dinâmica profissional.
No presente ele é descompromissado com qualquer grupo econômico e ou político. O blogueiro tem trânsito livre em todos os setores da sociedade para buscar informações e transformá-las de fato numa notícia. Notícia diferenciada. Exatamente aquela que todos ficam sabendo, mas ninguém tem coragem de escrever ou falar.
O blog foi criado para suprir essa necessidade da sociedade brasileira. Também uma forma de “petrificar” a voz que ecoa no Rádio todos os dias na busca incessante por justiça social. Além de acreditar que ao combater a corrupção alcança seus objetivos em ideais vocacionais, o profissional vai além: “Há também espaço para combater a criminalidade, prestar serviços e noticiar fatos que marcam o dia-a-dia da sociedade”, exemplifica Jota Neves.
A criminalidade praticada pelo banditismo anônimo e aquela praticada pelo criminoso do colarinho branco tem o mesmo tratamento. “O criminoso do colarinho branco é aquele que aparece na coluna social até quando faz o programa mais banal, como uma pescaria na sua fazenda do Mato Grosso. Eu costumo dizer que, da coluna social para a policial é só virar a página”.
A área criminal é especialidade do criador do blog. Sua trajetória mostra dezenas de casos resolvidos a partir de seu trabalho de repórter investigativo, iniciado no fim dos anos 80. Suas denúncias têm combatido o crime organizado (quadrilha de carros dublês, prisão de policiais envolvidos com cárcere privado, seqüestro, roubo e tráfico de drogas) entre outros.
Uma de suas principais atuações foi no seqüestro do ex-vice-presidente do Banco Bradesco, Beltran Martinez. Este foi o primeiro seqüestro do Brasil, com pedido de pagamento de resgate. E foi aqui mesmo neste espaço que o delegado que iniciou a investigação deste sequestro, Josecir Cuoco, reconheceu o faro justo do repórter Jota Neves.
Ex-delegado que investigou o primeiro seqüestro do Brasil reconhece Blog como única voz em 24 anos.
Josecir Cuoco foi titular do Grupo Anti-Sequestro (GAS) e responsável pela investigação do seqüestro do ex-vice- presidente do Banco Bradesco
O que motivou o ex-delegado a manter contato através do Formulário do Blog foi matéria publicada no dia 21 de agosto sob o título “Um repórter no combate à violência”, na qual fizemos referência ao trabalho que realizamos durante a investigação do seqüestro do banqueiro Beltran Martinez, em Marília.
Para o ex-titular de um dos grupos mais especializados de combate a seqüestros do país, a referência ao seu nome, teria sido a única voz amiga que ele ouviu nestes últimos 24 anos, após o episódio em que ele e os policiais sob seu comando foram apontados e colocados sob-suspeita de que teriam tentado extorquir os investigados.
Na mesma direção, comentou o leitor Daniel:
Daniel disse:
29 de agosto de 2011 às 14:50
O GAS foi o melhor grupo já reunido de policiais que existiu até hoje, não só pelo conhecimento que tinham mais também pela coragem e o amor pela polícia civil.
Com toda certeza foram injustiçados!
Foram estas palavras que motivaram o ex-delegado a contatar o Blog JOTA NEVES.
De: Josecir Cuoco
Para: jotaneves@ig.com.br
Data: 11 de outubro de 2011 16:51
Assunto: Formulário de Contato – Blog Jota Neves
Mensagem:
Caro jornalista Jota Neves:
POR SER A PRIMEIRA VOZ AMIGA EM 24 ANOS, GOSTARIA DE MANTER UM CONTATO TELEFONICO, POIS POR COINCIDENCIA ESTOU INICIANDO UM PEQUENO TRABALHO SOBRE SEQUESTRO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM CURSO DE PREVENÇÃO. MUITO GRATO PELAS PALAVRAS, E AO DANIEL TAMBÉM. JOSECIR CUOCO.
A matéria:
No final dos anos 80, praticamente um iniciante na arte de retratar os fatos policiais eu chegava a Marília quando acontecia o seqüestro do ex-vice-presidente do Banco Bradesco, Beltran Martinez.
A cidade sitiada pelo extinto Grupo Anti-Sequestro (GAS), prédio de escuta telefônica clandestina havia sido incendiado e a suspeita de que um grupo poderoso de Vera Cruz seria responsável pelo crime.
Este havia sido o primeiro seqüestro no Brasil, de cunho financeiro, tendo como vítima o banqueiro Antonio Beltran Martinez, cuja à primeira agência havia sido fundada exatamente em Marília. Um dos principais acionistas foi o fundador de Tupã, Luiz de Souza Leão.
O grupo de Vera Cruz era tão poderoso e possuía advogados ardilosos que invertiam a realidade dos fatos ao ponto de acusarem integrantes da Polícia Paulista de tentativa de extorsão e, o GAS foi extinto na ocasião, com a equipe comandada pelo delegado Josecir Cuoco, sob investigação.
Martinez ficou 41 dias em poder de seqüestradores. Foi o primeiro e mais longo seqüestro da época. Ele foi libertado no dia 17 de dezembro, depois do pagamento de um resgate de US$ 4 milhões.
Martinez só conseguiu falar sobre os dias no cativeiro seis meses depois de sua libertação. Segundo disse na época, teve “a sensação desesperadora de que ia morrer”. Beltran fazia tudo o que os seqüestradores pediam, pois temia que qualquer descuido fosse fatal.
Enquanto o jornalista Caco Barcellos da Rede Globo era ameaçado por bandidos e pelo Exército Paraguaio, Jota Neves sofria as mesmas ameaçadas de atentado contra a sua integridade física e vida de sua família.