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A campanha de Tarcísio dizia que Rodrigo Garcia assinava embaixo as decisões de João Doria que prejudicavam a população do estado.
O “apoio incondicional” declarado pelo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e a Jair Bolsonaro (PL), pode até prejudicar o discurso bonsonarista que o associava ao ex-governador João Doria (PSDB).
As críticas diziam que Rodrigo Assinava tudo como secretário de Governo de Doria, desde a aumentos de impostos a implantação de praças de pedágios nas estradas paulistas.
A Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) se transformou agora em “corredor dos pedágios”, enfatizavam os bolsonaristas.
Alguns proprietários rurais na região de Marília até abriram passagens clandestinas para furar os pedágios e permitir que motoristas dessem o calote nas concessionárias, após a terceirização da estrada pelo governo do estado e tome críticas ao governo Doria/Rodrigo.
Talvez, por isso, Tarcísio afirmou ainda na manhã de terça-feira (4), que não fazia sentido ter o PSDB em seu palanque – o que gerou irritação entre os tucanos. Também declarou que o apoio do governador é mais importante para Bolsonaro.
Rodrigo terminou o primeiro turno da eleição em terceiro lugar, com 18,4% dos votos válidos, e não avançou para o segundo turno, numa derrota histórica para o PSDB no estado.
O apoio do aliado de Doria a Tarcísio e Bolsonaro pode parecer um revés para as campanhas de Fernando Haddad (PT) e Lula (PT), que buscavam atrair a sigla, entretanto, poderá questionar o dúbio posicionamento do bolsonarismo: ninguém presta como adversário, mas é bom quando é aliado. Que o diga, Sérgio Moro (União Brasil).
A vantagem de Tarcísio com o apoio do governador vai levar centenas de prefeitos a adotarem o forasteiro, como afirmava a campanha de Rodrigo, pelo fato de o opositor ser do Rio de Janeiro.
Pelo visto, agora é o próprio governador que abre as portas do estado para a briga ideológica entre Bolsonaro e Lula, que tanto ele havia condenado no primeiro turno de sua campanha. Tarcísio terminou com 42,32% contra 35,70% do petista.
Mas a “mágoa” de Rodrigo com o PT tem menos a ver com diferenças ideológicas. Isso porque seu irmão, o empresário Marco Aurélio Garcia, foi condenado por lavagem de dinheiro no escândalo da chamada máfia dos fiscais, em que funcionários da prefeitura de São Paulo falsificavam a cobrança do ISS e pegavam parte do dinheiro em forma de propina. O esquema foi investigado pela gestão de Haddad quando ele era prefeito da cidade de São Paulo. Desde então, a família de Rodrigo Garcia teria aversão ao ex-prefeito, segundo publicou a Redebrasilatual (RBA).
CARGOS E PROTEÇÃO
Além disso, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, aliados de Rodrigo disseram que o PSDB espera manter parte das secretarias e cargos que ocupam atualmente no governo paulista. Isso porque Tarcísio e seus aliados não teriam quadros suficientes para tocar o governo com competência. Por outro lado, também esperam se blindar de eventuais investigações ou “retaliações” promovidas por um eventual governo de Haddad.
É com esse espírito que o governador emita Doria e se declara “Bolsodrigo”. Nada mal para quem já votou e acreditou no “BolsoDoria”.
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