Caio Aoqui aposta em “traição” para manter controle sobre a Câmara

Só a falta de lealdade no “blocão do Ribeirão” pode favorecer uma “virada de mesa” a favor do prefeito para fazer a presidência do Legislativo.

Faltando uma semana para a eleição da nova mesa diretora da Câmara, quando os vereadores elegerão o presidente, 1º e 2º secretários para comandar o Legislativo para o próximo biênio, o prefeito de Tupã (SP), Caio Aoqui (PSD) aposta numa traição para manter o controle sobre a Casa de Leis.

Para isso se concretizar é preciso que haja deslealdade por parte de apenas um dos integrantes do chamado “blocão do Ribeirão”, que mantém a maioria necessária para eleger o novo presidente.

A oposição é composta de Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP), Claudia Aparecida da Silva, a “Claudinha do Povo” (PP), Paulo Henrique Andrade (PSDB), Marcos Rogério Gasparetto (PSD), Augusto Fresneda Torres, o “Ninha” (PSD), Paulo César Soares, o Paulo “da Farmácia” (PSD), Cristina Vicente dos Reis Fernandes, a professora “Cris” (PC do B) e Eduardo Alexandre Sanchez, o “Du Serv Festa” (Podemos).

Entre os opositores estão três ex-integrantes da situação e que fazem parte da sigla partidária do chefe do Executivo, Marcos Gasparetto, “Ninha” e “Paulo da Farmácia”.

Os outros dois que também fizeram parte da situação e foram para a oposição – “Du Serv Festa” e professora “Cris”.

A debandada aconteceu no primeiro semestre de junho. O descontentamento era como o grupo vinha sendo preterido pelas ações de Caio Aoqui e do presidente da Câmara, Eduardo Akira Edamitsu, o “Sigueru” (PSD).

Os descontentes do PSD apontavam “ciúmes” pelo tratamento que recebiam seus colegas de partido – Lucas Hatano, Israel Velloso da Silva Neto, o “Tutu” e o próprio Shigueru.

Com o enfraquecimento da base de apoio ao Executivo e a junção dos dissidentes com a oposição, somente em 29 de agosto, visando se fortalecer é que foi constituída uma nova composição de bancada situacionista: Alexandre Scombatti (PL), Lucas Hatano, Antonio Brito (PV), Eduardo Shigueru, Eliézer de Carvalho (PSDB) e Israel Tutu.

INDEPENDENTE

Mas, para vingar a aposta em suposta traição, seja uma tese real ou uma forma de enfraquecer e colocar em xeque a unidade da oposição, é preciso que o grupo do prefeito conte com o vereador independente Renato Fresneda Delmori, o “Renatinho da Garagem” (PL).

Renatinho foi preterido pela oposição pela sua proximidade com o vice-prefeito, Renan Pontelli (PSDB) e resolveu também não ir para o bloco da situação.

Renatinho é primo do Ninha Fresneda, e por ideologia estaria mais alinhado com a situação que com a oposição, mas seu descontentamento com Caio Aoqui é inquestionável, mas em política tudo é possível.

Se de fato houver mesmo a possibilidade de traição dentro do grupo de oposição, o voto do excluído Renatinho pode pesar na balança, seja a favor da situação ou até mesmo da oposição.

O TRAIDOR

Ricardo e Caio tocavam tambor juntos até o rompimento

O prefeito Caio Aoqui ainda carrega a cicatriz da acusação do PV, partido do vereador Antonio Brito, de que foi o traidor que resultou na cassação do ex-prefeito José Ricardo Raymundo (PV), em 28 de maio de 2019.

Nos últimos dias, acusado de golpe e golpeado estiveram ao lado do vereador Paulo Henrique unidos em manifestações golpistas, em rodovia e na porta do quartel.

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Gasparetto se uniu a Ribeirão, mas a oposição tem pretensão de fazer Ninha o presidente da Câmara

Por outro lado, Marcos Gasparetto pretendia ser o candidato à presidência da Câmara, em 2020, quando Shigueru era o favorito do prefeito eleito.

Ele nunca negou o interesse, e se fortaleceu ao arrastar para a oposição quatro edis da base do prefeito, mesmo ainda quando era líder do Executivo.

Já Renatinho não confia em Caio Aoqui, e os vereadores da oposição não depositam fé em seu posicionamento.

Mas é indiscutível que o prefeito vislumbre novos horizontes a partir da eleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e, nessa condição, aumentou o seu poder de persuadir e induzir ao possível traidor a aceitar suas convicções.

Uma delas, é melhor ter como presidente da Câmara um ex-companheiro, mas que seja do partido, que deixar o Legislativo nas mãos de alguém que seguirá a cartilha oposicionista.

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