O prefeito de Tupã (SP) foi à casa do denunciante e comeu uma galinhada. Apesar da receptividade, o anfitrião promete fiscalização.
O prefeito Caio Aoqui (PSD), não perdeu tempo e correu para cumprir um compromisso assumido uma semana antes do protocolo do pedido de impeachment feito pelo ex-funcionário público, Claudemir Ruiz Junior, o “Claudemir da Ambulância”, na sexta-feira (8).
Isso apenas um dia após a Câmara negar a admissibilidade da denúncia, na segunda-feira (11), diante de grande polêmica pela forma como o presidente do Legislativo agiu impedindo a leitura e o julgamento do plenário – soberano nesses casos.
De acordo com o denunciante Claudemir da Ambulância, ainda na segunda-feira retrasada, dia 4, esteve no Paço municipal para ir ao caixa eletrônico de um banco e encontrou-se com o chefe do Executivo, que lhe cobrou uma prometida galinhada.
– Depois das eleições eu vi o prefeito uma única vez, e ao me ver saindo da prefeitura, Caio me cobrou o prato. Eu disse que ele deveria marcar a data e de fato ficou acertado para esta terça-feira, dia 12. Ele disse que desconhecia a denuncia que fiz. Eu particularmente não imaginei que ele viria, mas pela manhã, um amigo me ligou confirmando o jantar.
Claudemir explicou que não tem qualquer impedimento pessoal com o prefeito e sim com a forma como está administrando o município.
Ele também reconheceu que não pegou bem ter servido a galinhada para o prefeito, e nem mesmo para o prefeito, uma vez que as pessoas julgam sem entender o que de fato aconteceu.
JANTAR LONGO
Caio Aoqui chegou na residência de Claudemir da Ambulância por volta das 20 horas. Estava acompanhado do ex-vereador Luis Alves de Souza (ex-PC do B) e permaneceu no local até por volta de 1 hora da madrugada.
Durante o jantar, preparado pelo próprio anfitrião, que domina a arte da culinária, além do prato principal – galinhada (arroz cozido, frango cozido em pedaços e tempero de açafrão), a sobremesa foi regada a política.
Em resumo, Claudemir da Ambulância destacou que o prefeito fez mea-culpa, reconheceu que precisa avançar e ficou ciente de que apesar da confraternização, não vai mudar nada em relação ao seu posicionamento.
Por outro lado, Caio Aoqui se comprometeu a atender seus pedidos feitos em favor da população. “Eu não quero emprego e não quero favor pessoal”, garantiu.
O SOBERANO
O fato de o presidente da Câmara, Eduardo Akira Edamitsu, o “Shigueru” (PSD) ter agido como um “Imperador Soberano”, em prejuízo da maioria dos parlamentares, Claudemir avaliou que também foi ruim para o Legislativo e até respingou no prefeito.
A proteção foi tão explícita que pode ascender outras “fogueiras”, após o recesso do Legislativo.
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