O Ministério Público Eleitoral também vai investigar a denúncia que faz parte do pacote do “Caso Natália”, protocolado na Polícia Federal e no Tribunal de Contas do Estado.
“Entubado” por uma série de denúncias que vão muito além da ineficiência, o prefeito de Tupã, Caio Aoqui (PSD), pediu afastamento do governo do município, sob alegação de que sofreu uma lesão na perna, durante um acidente doméstico.
A licença foi autorizada pela Câmara, na primeira sessão após o recesso, nesta segunda-feira (7). O fato ocorre logo após ele ter cumprido uma quarentena, por ter sido infectado outra vez pela Covid-19.
O chefe do executivo tupãense e os secretários envolvidos nas denúncias da professora Natalia Alves Ferreira (NAF – Projetos Esportivos) – seguem calados.
É o momento mais tenso do atual governo, desde a posse em 30 de maio de 2019, quando José Ricardo Raymundo (PV) foi cassado pela Câmara Municipal.
Acostumado a fazer lives para desmentir o que considera ser “fake news”, um mês depois da primeira reportagem do blog, sobre o calote em assessoria, o prefeito ainda não encontrou o “fio da meada”.
As denúncias que já haviam sido protocoladas na Polícia Federal em Marília, em 26 de janeiro, também chegaram ao Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Eleitoral, no dia 28.
No último dia 1º, a Secretaria Especial de Assuntos Eleitorais, encaminhou o caso para apuração por parte da Promotoria de Justiça de Tupã, cujo assunto, se refere a representação Tupã (SP).
FANTASMA NA CULTURA
Além das denúncias que podem eventualmente configurar atos de improbidade administrativa, entre outros, a última publicação feita pelo blog, de que Natalia havia sido nomeada funcionária de confiança do prefeito, em cargo comissionado de diretora de gabinete da Cultura, causou estranheza entre os funcionários da pasta.
Um deles, que obviamente não quis se identificar temendo represálias garantiu “nunca ter visto a diretora na repartição pública”, o que configura ter sido uma “funcionária fantasma”, no período entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021.
Em verdade, o cargo foi uma espécie de “favor”, um “cala boca”, enquanto a “NAF” cobrava insistentemente pela prestação de serviços na elaboração de projetos para captação de verbas estaduais e federais.
Em setembro de 2019, a profissional foi procurada pelo secretário de Esportes, Marco Antônio Pinheiro, o “Marquinho”, para coordenar o Projeto de Centro de Formação de Basquete Ball da Prefeitura de Tupã.
Agora, ela cobra na Justiça, em ação protocolada em 1º de dezembro de 2021, uma dívida de R$ 89.825,00 e indenização por danos morais no valor de R$ 36.313,20 contra os secretários Everton Nakashima (Administração), “Marquinho” (Comunicação) e Douglas Guilhermon “Duda” Gimenez (Gabinete e Turismo).
Após a reforma administrativa e de criação de 104 cargos em comissão, às vésperas do Natal, “Marquinho” e “Duda”, ocupam as pastas com novas nomenclaturas.
Em meio a tudo isso, segue a Câmara como um puxadinho da prefeitura. Caio tem maioria absoluta e, mesmo a minoria, está comprometida com promessas de cargos no executivo.
A única parlamentar a votar contra os cargos de “amigo secreto” foi Claudia Aparecida da Silva, a “Claudinha do Povo” (PP).
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