Cartel Gate: gravações comprometem administração e reforçam suspeita de crime sobre preços de combustíveis

Flagrados, secretários “clareiam as sombras das bombas”.

Nesta foto da Assessoria de Comunicação da prefeitura de Presidente Prudente, Gaspar e seu irmão, Antônio Gaspar ladeiam o prefeito Milton Carlos de Mello 'Tupã', durante visita no Paço Municipal. Manoel Gaspar, e o irmão dele, Antônio Gaspar possuem duas empresas em Prudente Unipetro e rede de postos Vanuíre.
Nesta foto da Assessoria de Comunicação da prefeitura de Presidente Prudente, Gaspar e seu irmão Antônio Gaspar ladeiam o prefeito Milton Carlos de Mello ‘Tupã’. Gaspar e o irmão possuem duas empresas em
Prudente – Unipetro e rede de postos Vanuíre.

Gravações proporcionadas por secretários do prefeito Manoel Gaspar (PMDB) reforçam suspeitas de um governo que tem demonstrado ser apenas mais um, que estende seus promíscuos tentáculos sobre a sociedade. Sociedade que define seu próprio destino por acreditar na proposta contada no período eleitoral.

Não é permissível que pessoas “acima de qualquer suspeita” sejam suspeitas de tramarem contra a economia popular e, depois, no poder, exercerem poder para dirimir o seu concorrente e, por consequente, agredir na “mão grande” o próprio seio da sociedade que o abriga e o elege autoridade suprema do município.

As ações que se seguem a partir da expressiva eleição com 21.001 votos, deixam dúvidas sobre seus conceitos apregoados ao longo da carreira política. Esse um voto – além dos 21 mil, pode ser o meu ou o seu, independentemente em quem você votou.

O candidato depois de eleito, torna-se representante de toda uma comunidade e não apenas daqueles que votaram nele. Eleito em 1996, reeleito em 2000, Gaspar fez sucessor em 2004 e retornou em 2012, como se fosse outra vez RENOVAÇÃO, mas “mais mudado”, como teria observado em tom pejorativo seu principal aliado – vereador Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP).

Segundo o interlocutor -, com hábitos e costumes de “velhas raposas” da política brasileira, daquelas que se associam a “velhacos” e “maquiavélicos” com “alcunhas” que tornaram-se sinônimos de malandragem. Assim, fica impossível não comparar o governo Gaspar com o de Dilma. Gaspar e Dilma não possuem apoio nem para renunciar. Só impeachment.

ALCUNHA

Ribeirão agora também lidera conversas sobre combustíveis nas empresas do prefeito
Ribeirão agora também lidera conversas sobre combustíveis nas empresas do prefeito

Dilma tem um Lula, um Renan e até tinha um Cunha. Gaspar possui um – três em um, cujo alcunha é Ribeirão. Se o governo federal e as famílias de nossos representantes se vêem envolvidos no petrolão, agora também o governo de Tupã, através do prefeito e seus familiares se vêem envoltos a um suposto esquema de venda de combustíveis com preços supostamente combinados. Só faltava essa. Seu aliado que já comanda 80% da prefeitura, agora é flagrado discutindo possíveis “acordos” sobre o “Cartel Gate”.

É estranho saber que o vereador Ribeirão que nega relação com a Comissão do Carnaval, Tupã Junina, Exapit, suspeita de favorecimento ao setor imobiliário com lei de isenção de impostos, lei do Prodet e denúncias feitas pelos “corrupicidas”, tenha em comum com a família do prefeito interesse por combustíveis?

Ele vai dizer que “como parlamentar tem que ser eclético – participar de tudo e discutir ideias sobre tudo”. Por outro lado, nega participação sobre os eventos que deram problemas na prestação de contas e que flagraram o filho do prefeito e próprio Gaspar sacando na “boca do caixa”. Ele nega tudo, assim como o Cunha, mesmo como responsável pelas nomeações dos secretários que comandam as pastas de Turismo e Desenvolvimento Econômico e que atuam nos eventos citados. Pra pegá-lo, só se Ribeirão cair naquela do ex-ministro Rubens Recupero.

Recupero foi flagrado em 1994, num vazamento via satélite sobre uma conversa dele com cunhado e jornalista da Rede Globo Carlos Monforte revelando detalhes sobre o Plano Real, quando se preparava para entrar ao vivo. O episódio ficou conhecido como Escândalo da parabólica.

O ministro disse: “Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.

Segundo o gerente do Posto Caetés, Carlos Alberto da Silva, autor da denúncia junto ao Ministério Público de Tupã sobre o suposto escândalo do cartel, entre outros, Ribeirão foi flagrado participando na calada da noite de reunião na Unipetro para discutir o impasse sobre os preços de combustíveis praticados em Tupã. Será que ele esconde esta ou vai faturar?

SECRETÁRIOS

Secretário de Segurança e Trânsito, José Romero Sobrinho, "Riti"
Secretário de Segurança e Trânsito, José Romero Sobrinho, “Riti”

Nesta mesma situação estariam familiares do prefeito e secretários municipais. Enquanto uma fala o que acha que entende, outro fala o que de fato entendeu. Qualquer pessoa entenderia que um prefeito ligado a uma rede de postos de combustíveis, não deveria ficar fomentando um secretário a usar a máquina para pressionar seu concorrente.

Neste caso, faltou a política da boa vizinhança. O concorrente é vizinho da casa do chefe do Executivo e, por isso, também sabe muito bem o que acontece no “quintal” dele. Enquanto um insinua sobre possível desvio de dinheiro de uma pasta, outro deixa claro que não é certo o prefeito fazer o que fez. E o que ele fez? É isto que o Ministério Público começa investigar.

 

 

Clique sobre o documento abaixo e leia. O documento faz referência a bandeira branca, possivelmente ao início das atividades do estabelecimento:

Uma das acusações feitas no MP é que um dos postos da Rede Vanuíre seria de bandeira branca
Uma das acusações feitas ao MP é que um dos postos da Rede Vanuíre seria de bandeira branca e não Ipiranga 

PÉ COM PÉ

Porta-voz...
Porta-voz…Relações Institucionais – Talitha Dalacosta

Gaspar confirmou a reportagem do blog que foi intimado e vai depor neste caso “Cartel Gate”. Sobre o assunto, ele só vai falar depois. Espera-se que não fale “que a oposição aplicou o golpe”. Tudo agora é golpe. O maior golpe é aquele desferido contra a sociedade nas sombras dos porões políticos. É um pontapé no cidadão.

Por falar em pontapé “com pé”, não tem como esquecer o caso das papetes (kits de calçados) para as crianças da rede municipal de ensino. A Operação Lava Jato desenvolvida pela Polícia Federal demonstrou nesta semana que não há como existir cartel e nem imposição de preços por nenhuma máfia, seja ela das empreiteiras envolvidas no petrolão e ou de calçados como a que agiu em Tupã, sem que haja alguém influente no governo para auxiliar na pratica de fraudes de licitações.

Com a palavra, os funcionários que compõem a Comissão de Licitações da prefeitura de Tupã. Ou eles apontam os responsáveis ou poderão ser outra vez responsabilizados por mais este fato – mal feito.

O CASO “CARTEL GATE”

O promotor de Justiça do Patrimônio Público de Tupã, Rodrigo de Moraes Garcia instaurou procedimento para investigar denúncia da criação de suposto cartel sobre preços de combustíveis praticados no município de Tupã.

De acordo com a representação feita por Carlos Alberto da Silva, gerente do Posto Caetés, localizado em frente à casa do prefeito Manoel Gaspar, ele estaria sendo insistentemente assediado para participar do suposto cartel. “Estou sendo assediado de forma ameaçadora para que concorde em participar de suposta formação de um cartel para operar no mercado de venda de combustíveis de maneira a unificar os preços para o consumidor”.

No documento protocolado na segunda-feira (4), no Ministério Público, o gerente do estabelecimento deixa claro que o assédio parte de Manoel Gaspar, Antônio Ferreira de Souza Gaspar e Antônio Gustavo Ferreira de Souza Gaspar, seu irmão e filho, respectivamente. O denunciante garante que, ao se esquivar das tentativas de fazer parte do eventual esquema que prejudica a população consumidora de Tupã, passou a sofrer perseguições.

Segundo a denúncia, Manoel Gaspar se valendo da condição de prefeito estaria usando de suas atribuições de prefeito para enviar ao estabelecimento constantes fiscalizações. Também estariam sendo aplicadas multas em caminhões que param no local para abastecer – sob alegação que ficam obstruindo a calçada, bem como, haveria projeto de proibir o tráfego de caminhões na Rua onde o posto está localizado. Silva observa que nos demais postos da cidade, inclusive nos de propriedade da família do prefeito, os veículos também atrapalham o passeio público e, neste caso, não existiria fiscalização.

Além disso, na representação Carlos Alberto da Silva, salienta que um dos postos de propriedade da família do prefeito, localizado à Rua Marília, seria de bandeira branca, entretanto, estaria se utilizando de cores e logotipo que o identificam como sendo da Rede de Postos Ipiranga.

A matéria abaixo foi publicada  no  blog Tupan

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